Iniciada remoção de canteiro na Pompeo

Obras contemplam novo sistema de drenagem que deve acabar com enxurradas

Com a 'churrasqueira' derrubada, trânsito passou a fluir pela via

Exatos dez dias separaram a audiência pública realizada com o objetivo de decidir o destino do canteiro central da avenida Vice-Prefeito Pompeo Reali da primeira etapa da demolição do dispositivo. Na tarde de quinta-feira, 8, funcionários da Prefeitura derrubaram o trecho entre a rotatória que dá acesso à ponte do Marapé e a rua Otávio de Azevedo.

A operação teve participação de servidores da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, da Guarda Civil Municipal e do DMMU (Departamento Municipal de Mobilidade Urbana). Envolveu mais de 20 pessoas dos órgãos, caminhões e uma retroescavadeira.

O canteiro central, conhecido como “churrasqueira”, levou três horas para ser demolido. Os trabalhos se iniciaram às 13h30, com a presença do vice-prefeito Luiz Paulo Ribeiro da Silva e do secretário Marco Luís Rezende, das Obras. Os entulhos serão usados na recuperação de estradas rurais.

Após a derrubada da churrasqueira, a Secretaria de Obras colocará em prática um plano para eliminar a ocorrência de enxurradas na via. A passagem de água sobre o asfalto deteriora as condições da pavimentação, além de aumentar os riscos de aquaplanagem – a perda de contato do veículo com o solo.

Para reduzir os riscos de inundação na via, a Pompeo Reali ganhará um terceiro sistema de escoamento de águas pluviais. O canteiro central abrigará uma rede de bocas de lobo. Será o terceiro sistema da avenida, que já conta com duas “malhas” de tubos nas laterais.

As redes adicionais serão instaladas em três trechos considerados mais críticos pela equipe de engenharia da Prefeitura. O primeiro, já em obras, é compreendido entre a rotatória da ponte do Marapé e a rua Otávio de Azevedo. Nele, a água será despejada no ribeirão por um cano, a ser instalado a quatro metros de altura.

“Vamos instalar tubos desde a ala esquerda da ponte, e vamos subir pela avenida. O cano ficará no canteiro central, em uma vala de cerca de 60 centímetros, com várias caixas de captação no canteiro central”, explicou Rezende.

No segundo trecho, entre a rua Antonio Pereira Fiuza e a concessionária Itauto, o escoamento será pela ponte da rua Alfredo Siano de Oliveira, sobre o ribeirão do Manduca.

O terceiro escoamento deve ser feito entre a rua Antonio Pereira Fiuza e a curva nas imediações da rua José Menezes da Silva. Nesse trecho, a água da chuva será liberada no córrego Ponte Preta.

Na opinião do secretário, o modo como o canteiro central foi construído anteriormente piorou o escoamento de água na região, que já era crítico.

O titular das Obras não deu detalhes a respeito da urbanização, que poderá ser semelhante à encontrada na avenida Coronel Firmo Vieira de Camargo, com grama na seção central. A finalização pode ser feita por empresa contratada.

A Prefeitura pediu a readequação do convênio com a Casa Civil do Estado na semana passada. O saldo existente da obra (cerca de R$ 207 mil) será aplicado nas adequações da rotatória projetada antes da ponte do Marapé, sentido bairro-centro.

“Vamos ver o projeto, mas creio que o canteiro terá 20 centímetros de altura, com grama e iluminação nova. Acho que, assim, teremos menos riscos em casos de acidentes, não vão mais acontecer aqueles estragos de antes”, antecipou.

O secretário disse contar com a “colaboração de São Pedro” para que as obras de instalação dos tubos na Pompeo Reali sejam feitas de forma rápida.

“O trabalho depende da escavação do canteiro central para colocarmos a tubulação. Daí, nossos pedreiros farão as caixas de coleta de água. A previsão (de término) depende do clima, pois a água atrapalha bastante”, relatou.

Com as obras, todo o escoamento de água da avenida será mudado. Em dias de chuva forte, poderá ocorrer enxurradas, porém, em intensidade menor que as registradas no passado.

“A enxurrada que atravessar a rua e beirar o canteiro central entrará no sistema de captação. Como a outra margem (sentido centro) é mais alta, a água tende a seguir pelo canteiro central. Não teremos mais aquela quantidade grande de chuva passando da rua”, explicou.

Chuvas

As fortes chuvas registradas no início da semana passada atrasaram o cronograma de demolição do canteiro central da Pompeo Reali. Marcado para segunda-feira, 5, o trabalho foi adiado, após a cidade receber 78,4 milímetros de chuva, segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).

Até quarta-feira, 7, foram registrados 156,6 milímetros de precipitação pluviométrica na cidade. O número é superior à média mensal dos últimos 25 anos, calculada em 51 milímetros pelo Ciiagro (Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas).

Mesmo com o adiamento, o secretário afirmou que o cronograma dos trabalhos na avenida não foi afetado, assim como as obras das pontes do Marapé e da rua Professora Ana Maria Santi, que dá acesso à marginal do ribeirão do Manduca.

“O andamento está tranquilo. A empresa realizou a concretagem da transversina, que é uma das vigas principais e dá sustentação às outras. A chuva não atrapalhou em nada o nosso trabalho. Temos muitos canteiros de obras na cidade, e está tudo correndo a contento”, avaliou.