Infestação de pernilongos em Tatuí­ teria água como causa de proliferação





Cristiano Mota

Manu disse que população local não sofrerá com desabastecimento

 

Tema de pronunciamento de vereadores na Câmara Municipal e reclamações de munícipes, a infestação de pernilongos em Tatuí teve causa atribuída à água pelo prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu. Na solenidade de inauguração do Cemem “Dr. Jamil Sallum”, na manhã de sábado, 27, ele relacionou a presença dos insetos ao fato de Tatuí não sofrer desabastecimento.

Também no mesmo evento, o vereador Jorge Sidnei Rodrigues da Costa declarou que o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) cobrado pela Prefeitura baixou em valores. A afirmação está baseada na redução das alíquotas que compõem o tributo (que variam conforme o imóvel – terreno ou construção).

Manu estabeleceu a comparação da infestação ao falar sobre obras realizadas antes do início da gestão. O prefeito afirmou que a cidade não vive problema de falta de água por conta de “um trabalho sério, que começou antes da posse”.

“Quando ganhamos a eleição, antes de assumir a Prefeitura, eu, o Vicente Aparecido Menezes e o José Tarcísio Ribeiro nos dirigimos até Botucatu”, contou.

Na ocasião, eles participaram de reunião com o diretor regional da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) para discutir o contrato de concessão e cobrar melhorias.

Manu afirmou que o objetivo era permitir que “todos os cidadãos” tivessem água e esgoto 100% tratados. Conforme o prefeito, a ação antecipada evitou que Tatuí sofresse com a estiagem que atinge boa parte de São Paulo.

“Nosso Estado nunca esteve em seca tão grande. E Tatuí não vai ter problema de água, porque fizemos um trabalho de cobrança”, argumentou o prefeito.

De acordo com ele, a iniciativa da Prefeitura resultou na instalação de uma estação de captação de água do rio Sarapuí. A obra está localizada próxima ao Parque San Raphael, orçada em R$ 3 milhões. “O que aumentou em 70% a capacidade de água nos nossos reservatórios”, afirmou.

O prefeito citou, também, que a ação teve continuidade com projeto viabilizado junto ao então secretário estadual do Saneamento e Energia, deputado estadual Edson Giriboni. “Esse trabalho ‘linka’ com a saúde pública”, falou.

Segundo o prefeito, trata-se de obra de despoluição do ribeirão Manduca, córregos Lavapés e Ponte Preta, que permitirá 100% de água e esgoto tratados. “Ela já foi licitada e está sendo feita. É uma obra de mais de R$ 8 milhões”, declarou.

Manu garantiu que a cidade não corre risco de sofrer falta de água, por conta da ação antecipada do Executivo. “É um trabalho firme de gestão”, considerou.

Entretanto, alegou que, justamente por causa da água, a cidade passa por um período de infestação de pernilongo. “Aí, o pessoal fala: ‘Mas, tem pernilongo na cidade’. Tem em casa, também. Na casa de todo mundo. Daí, eu respondo: ‘Vocês preferem ter pernilongo ou falta de água?’”, indagou o prefeito.

Por fim, o prefeito disse que o problema deve ser resolvido. “Onde tem água, tem pernilongo. Então, vamos ficar calmos que os pernilongos já vão embora, e o que importa é que água limpa, água boa, não falta na torneira”, concluiu.

No mesmo evento de inauguração, Jorge Sidnei afirmou que a administração e os vereadores da situação têm sofrido “muita pressão da oposição”. Em especial, no assunto relacionado ao IPTU. “Mas, eu quero dar uma notícia: o IPTU não subiu; o IPTU abaixou”, declarou o parlamentar.

O vereador argumentou que o prefeito reduziu as alíquotas utilizadas no cálculo do tributo. Jorge Sidnei citou que a alíquota caiu de 2% para 1,5% e que o imposto veio “a mais” porque o Executivo atualizou o valor venal dos imóveis.

Conforme ele, antes da atualização, as propriedades registradas em Tatuí apresentavam valores “extremamente defasados”. “Uma casa de R$ 300 mil estava com valor venal de R$ 20 mil, R$ 25 mil. E isso é inconcebível”, argumentou.

Jorge Sidnei afirmou que “Tatuí precisa de dinheiro” e que, sem ele, “não há administração”. “Sem dinheiro, não há como fazer um prédio destes”, declarou, referindo-se à nova sede do Centro Municipal de Especialidades Médicas.

O vereador também citou dívidas herdadas como dificuldades da atual administração, afirmando que ela terá de terminar de pagar a empreiteira responsável pela construção do novo Cemem.

Jorge Sidnei declarou que havia uma promessa de uso do dinheiro obtido com a venda do terreno da Ciretran para a construção do novo prédio e que R$ 400 mil teriam sido quitados.

“Quero dizer que, em que pese a gente estar sofrendo essas pressões, a administração continua, e continua forte, continua valente e fazendo”, concluiu.

A venda da área que abrigava a antiga Ciretran também virou tema de pronunciamento do vereador Wladmir Faustino Saporito. No discurso, o parlamentar afirmou que aprovou a venda do imóvel para que o dinheiro fosse usado na construção do novo prédio. “Eu, inocentemente, acreditei”, declarou.