Índice de roubos na cidade diminui em 26%

Capitã da Polícia Militar em Tatuí avalia índices de criminalidade (foto: Diléa Silva)

O número de ocorrências de roubo de diversas causas diminuiu em 26,3% no ano passado em Tatuí. Os dados, divulgados pela Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo na tarde de quinta-feira da semana passada, 26 de janeiro, mostram que, entre 2017 e 2018, o número de roubos na cidade caiu de 219 casos para 160.

Na categoria de roubo de veículos, houve queda de 10,3%, em 2018, em relação aos 12 meses de 2017. A redução foi de 29 para 26 Os casos elencados como furto de veículos também apresentaram redução.

No ano passado, o município teve quatro a menos que no ano anterior. Em termos percentuais, a redução foi de 2,3%, resultado de 169 casos em 2017 para 165 em 2018.

Na tabela divulgada pelo órgão estadual, os índices mais reduzidos foram em relação ao trânsito. O número de lesões corporais envolvendo veículos, com feridos em acidentes e atropelamentos, apresentou queda de 63%.

A estatística mostra que 255 pessoas teriam sido poupadas de acidentes em 2018, quando foram registrados 150 casos de lesão por acidente, contra 405 informados no ano anterior.

O número de homicídios culposos em acidentes de trânsito (quando não há intenção) caiu de 19, em 2017, para sete, em 2018. Entre os homicídios dolosos envolvendo pilotos de veículos, 2018 não registrou nenhum caso; já 2017 teve um.

Os crimes contra a vida ainda apresentaram queda nos casos de tentativa de homicídio. Foram seis no ano passado, enquanto que, em 2017, haviam sido dez.

Os índices de estupro tiverem pequena retração, com a redução de três vítimas. Em 2018, 13 pessoas registraram violência sexual, enquanto que, em 2017, o número chegou a 16.

Entretanto, os crimes desta natureza que vitimaram menores de idade e pessoas tidas como vulneráveis subiram de 28 casos, em 2017, para 40, no ano passado, crescimento de 43%.

Nestes crimes especialmente, nem sempre os criminosos são detidos. Um dos casos recentes aconteceu no dia 16 de janeiro, quando equipes da 2ª Companhia da Polícia Militar prenderam um idoso de 82 anos, acusado de abusar sexualmente da neta, uma menina de oito anos, no Jardim Santa Rita de Cássia.

Conforme a PM, por meio de denúncia anônima, agentes receberam informações sobre o caso e imagens que mostravam o avô abusando da criança. Viaturas estiveram no endereço indicado e encontraram o homem com a menina.

Uma testemunha (que não quis se identificar) disse que a garota passava o dia com o avô e pedia para brincar de “namorado”. “Ele colocava a menina no colo, de frente para ele, passava a mão na bunda dela e ficava beijando a neta na boca, como se fosse uma mulher”, declarou a testemunha.

As ocorrências envolvendo menores e vulneráveis aumentaram as estatísticas de estupros em 20,5%, de 44, em 2017, para 55, no ano passado.

Assim como o estupro de vulnerável, outras sete naturezas criminais foram na contramão e apresentaram aumento nos índices. As ocorrências de furto são as mais numerosas.

No ano passado, 964 casos de crimes contra o patrimônio foram notificados à SSP, enquanto que, em 2017, o número chegou a 957. Em porcentagem, isso representa acréscimo de 0,7% de um ano para o outro.

Os homicídios dolosos subiram de sete para oito de um ano para o outro, com esse mesmo aumento no número de vítimas. O município não contabilizou nenhuma ocorrência de lesão corporal seguida de morte, nem de roubo a banco nos últimos dois anos. Já o roubo de carga subiu de um para dois casos.

Os dados da Secretaria de Segurança ainda mostram acréscimos na produtividade policial. Subiram os índices de ocorrências de tráfico, apreensões de armas de fogo e prisões em flagrante.

O número de boletins de ocorrências de tráfico de drogas cresceu 60,2%, passando de 239 para 383.

O número de armas apreendidas subiu de 10 para 17 em 2018. A quantidade de porte ilegal de armas passou de seis para 14.

De acordo com o relatório de segurança pública, o número de prisões efetuadas pelas forças policiais também teve aumento. A quantidade subiu 18,1%, passando de 694 para 820, entre 2017 e 2018.

A quantia de prisões em flagrante aumentou em 26,3%, passando de 584, em 2017, para 738, no ano passado. Os casos de prisões com mandado tiveram crescimento de 7,8%, com 203 casos em 2017 e 219 no ano passado.

Em 2018, a maioria das prisões em flagrante ocorreu em março, que fechou com 73 registros, seguido por agosto (70), abril (69), setembro (67), junho (66), outubro, (63), dezembro (60), janeiro (56), novembro (55), maio (54), fevereiro (53) e julho (52).

Já no ano de 2017, março terminou com 45 prisões, atrás de julho (77), mês com maior quantidade de registros. Junho, por outro lado, teve o menor número de presos em flagrantes (33).

O número de apreensões de adolescentes também aumentou. Os cumprimentos de mandado de apreensão de menores de 18 anos subiram de dois para três. Já os flagrantes de crianças e adolescentes passaram de 145 para 211, aumento de 45,5%.

Ainda nos 12 meses de 2018, 1.378 inquéritos policiais (IPs) foram instaurados pela Polícia Civil, que também anotou 587 flagrantes, contra 476 em 2017, aumento de 23,3%. Já os casos de porte de entorpecentes permaneceram inalterados, com 57 ocorrências para cada ano.

Do total dos inquéritos, 184 foram instaurados em novembro (maior quantidade), enquanto que, em agosto, foram 135. Em junho e março, o número chegou a 133; em outubro, 130; abril, 128; e, em maio, 127. Setembro (118), janeiro (88), julho (86), fevereiro (62) e dezembro (54), por outro lado, foram os meses com menor número de IPs.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, as estatísticas oficiais de criminalidade são utilizadas regularmente para retratar a situação da área, mas os dados oficiais de criminalidade estão sujeitos a uma série de limites de validade e confiabilidade.

Para que um crime faça parte das estatísticas oficiais, são necessárias três etapas sucessivas: ser detectado, notificado às autoridades policiais e, por último, registrado em boletim de ocorrência.

Pesquisas de vitimização realizadas no Brasil sugerem que, em média, os organismos policiais registram apenas um terço dos crimes ocorridos, percentual que varia de acordo com o delito.

A SSP esclarece que, por estas e outras razões, nem sempre o aumento dos dados de criminalidade oficiais pode ser interpretado como piora da situação de segurança pública.

Ao contrário, nos locais onde é grande a “cifra negativa”, o aumento nos crimes notificados é considerado indicador positivo de credibilidade e performance policial.

Para a comandante da 2ª Companhia da Polícia Militar de Tatuí, capitã Bruna Carolina dos Santos Martins, os índices representam melhora na sensação de segurança.

A O Progresso, a militar destacou que a PM e as outras forças de segurança, como a Guarda Civil Municipal e a Polícia Civil, estão engajadas na redução dos índices de criminalidade.

“Temos realizado diversas ações em conjunto, e isso tem refletido na redução da criminalidade. Podemos considerar Tatuí uma cidade segura. No último trimestre, somente aqui na companhia, realizamos 86 flagrantes; em janeiro, foram 32. Mais de um por dia”, salientou a capitã.

“A problemática é que, às vezes, os nossos números são baixos. Aí, para manter ou reduzir, é superdifícil. Mas, a gente não deixa de reforçar as nossas ações, para sempre tentar melhorar”, acrescentou.

Bruna ainda ressaltou algumas melhorias que refletem na qualidade dos serviços prestados pelo órgão de segurança, lembrando que, no ano passado, a companhia recebeu duas viaturas novos do governo estadual.

Segundo a comandante, as novas viaturas reforçaram o policiamento ostensivo e preventivo, “para melhor atender às demandas de ocorrências e oferecer ao cidadão um serviço de maior qualidade”.

São veículos da marca Chevrolet, modelo Spin, equipadas com TMD (terminal móvel de dados) e guarda-preso maior, de acordo com as exigências de preservação de direitos humanos.

Conforme Bruna, a corporação deve receber mais uma viatura nos próximos dias, destinada ao uso do comando da companhia. A atual já conta com mais de nove anos de uso diário de 24 horas, aproximadamente.

Além disso, todas as equipes de radiopatrulha estão equipadas com espingardas calibre 12, “uma arma mais potente para o combate ao crime. Antes, as equipes saiam com pistolas .40, impossibilitando uma resposta à altura em atendimentos de maior gravidade”, argumentou.

Região de Sorocaba

A região de Sorocaba fechou o ano de 2018 com redução nos casos e em vítimas de homicídios, além de quedas nos roubos e furtos em geral e de veículos.

Os homicídios dolosos recuaram 24,1% em 2018. Foram registrados 167 casos no ano passado, contra 220 em 2017. No indicador de vítimas, houve queda de 24,5%, já que a quantidade passou de 233 para 176. Ambos são os menores totais desde 2001.

Com as reduções, as taxas anuais chegaram a 5,55 casos e 5,85 vítimas de homicídio doloso a cada cem mil habitantes na região de Sorocaba. São as menores contabilizadas para o período.

Os roubos em geral apresentaram diminuição de 30,2% em 2018. Foram 5.152 ocorrências registradas no ano passado, ante 7.376 durante 2017.  Os roubos de veículos tiveram queda de 13,6% no ano, de 1.186 para 1.025.

Os roubos de carga tiveram aumento de 1,6%, passando de 124 para 126. Já os roubos a banco permaneceram estáveis, com quatro casos em 2018.

Os furtos em geral recuaram 6,5%, passando de 27.968 para 26.150, ou seja, 1.818 ocorrências a menos. Com isso, o total é o menor da série histórica. Já os furtos de veículos tiveram diminuição de 1%. O total passou de 4.032 para 3.991.

Os latrocínios permaneceram estáveis, com 13 casos. Já o número de vítimas aumentou 7,7%, passando de 13 para 14, em 2018. Os estupros aumentaram 8,9% no ano, de 1.130 para 1.231. As extorsões mediante sequestro permaneceram zeradas.

O trabalho realizado pela polícia na região de Sorocaba resultou em 17,5 mil prisões em 2018. Ao longo do ano passado, foram realizados 3.934 flagrantes de tráfico de drogas e 1.049 armas acabaram apreendidas.