Incubadora de Tatuí­ ganhará novo modelo, CNPJ e ‘mais autonomia’





Arquivo O Progresso

Mudança de modelo de gestão está nos planos de pasta para 2015

 

Lançada em 2010, a Incubadora de Empresas de Tatuí visa oferecer apoio às micro e pequenas empresas, com suporte logístico, gerencial e tecnológico, além de espaço físico. Passados quase quatro anos, o projeto inicial não se concretizou como o esperado e deve, a partir de 2015, ser modificado.

Por meio da Secretaria Municipal da Indústria, Desenvolvimento Econômico e Social, a Prefeitura planeja oferecer um novo modelo de administração. O projeto passa pela instituição de um CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) da incubadora e a inclusão dela no “circuito estadual”.

A meta deve começar a ser atingida a partir do ano que vem, conforme antecipou o ex-secretário municipal da Indústria, Ronaldo José da Mota. Ele explicou que o modelo atual consiste em um serviço de apoio ao desenvolvimento de novos empreendimentos, mas não atua como uma incubadora, propriamente dita.

“Quando assumimos, ela tinha característica de incubadora, contando com edital e nomeação de fato. Só que a administração dela cabe, hoje, à Prefeitura”, adicionou Marcos Bueno, diretor do Departamento Municipal da Indústria.

Segundo ele, a Incubadora segue o modelo de parceria entre o Executivo, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e a Fatec (Faculdade de Tecnologia) “Professor Wilson Roberto Ribeiro de Camargo”.

Modificações nos sistemas de gerenciamento de incubadoras, resultaram na perda de autonomia por parte do Sebrae. Como consequência, Bueno disse que a de Tatuí – e todas as outras viabilizadas a partir do serviço – não puderam ser beneficiadas com recursos vindos do governo do Estado de São Paulo.

Por esse motivo, a Incubadora de Empresas de Tatuí promove, exclusivamente, apoio educacional e empresarial para a concepção de novos negócios.

Dentro do modelo antigo, a Prefeitura ficou responsável por dar o suporte financeiro, com finalidade de manter as ações desenvolvidas e a estrutura atual funcionando. Com o novo, o objetivo é fazer com que a incubadora pleiteie outros recursos, tornando-a uma “pessoa física”, com a constituição de um CNPJ.

“Nosso projeto é tornar a incubadora independente”, declarou Bueno. Segundo ele, o Executivo deve investir nela para a regulamentação e para que ela possa ser incluída no circuito de incubadoras do Estado. Com isso, receber recursos via Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia.

Com o CNPJ, Mota argumentou que a incubadora se tornará autônoma, uma vez que terá direito a receber investimentos que não sejam do Executivo. Conforme ele, a unidade continuará a ser apoiada pela administração e no mesmo local. “Só o que muda é o sistema de gestão”, declarou.

Segundo ele, trata-se do modelo que é adotado em todo o Estado e que já está constituído. “Já existe um plano de negócios. Ao longo de dois anos, nós montamos isso. Agora, em setembro, colocamos no Orçamento de 2015”, disse.

O ex-secretário afirmou que devem ser investidos R$ 90 mil, entre o projeto de autonomia e a manutenção (despesas com funcionários, água, luz, telefone e internet). “Depois, é preciso buscar novos recursos”, argumentou.

Para que o valor possa ser utilizado, o Executivo precisará enviar para a Câmara Municipal um projeto de lei de regulamentação do novo modelo de gestão. “Nossa ideia é torna-la independente de fato e de direito”, concluiu Mota.

No início deste ano, a Incubadora de Empresas atendia a oito microempresários de segmentos variados. Eles desenvolveram projetos nas áreas de alimentação, cosmética, tecnologia e eletrônicos. Anteriormente, outros seis incubados haviam passado pelo prazo máximo previsto de permanência.

Cada empresa que entra, tem direito de ficar dois anos na incubadora, podendo prolongar por mais um, de acordo com a necessidade, projeto e de como os estabelecimentos defenderão a permanência deles. Para se inscrever no processo de seleção, o representante da micro ou pequena empresa precisa apresentar, na sede da incubadora, um plano e um modelo de negócios.

Os conselheiros estudam as propostas e escolhem as “que mais se adéquam aos padrões da incubadora e que têm plano de negócios mais sólidos”. O procedimento obedece a edital que havia sido estabelecido na implantação da incubadora.

Mesmo não sendo autônoma, ela é considerada “um ambiente muito propício para novas empresas”. O motivo é que oferece visão mercadológica, cursos, capacitação, consultoria e auxílio para crescimento no mercado.

O prazo de dois anos de incubação pode ser prorrogado para três, de modo a evitar riscos de “quebra” por parte dos empreendedores. A incubadora também oferece suporte para empresas que saíram fisicamente do espaço de orientação.

As empresas atendidas pela incubadora ocupam “estandes”, e passam por avaliação antes de deixar o local. Esse procedimento é feito de acordo com crescimento, faturamento e quantidade de funcionários que o empreendimento tem.