Imagens, ilustrações e instalação são atrações grátis no Sesi Tatuí

Ilustração de Rafael Coutinho poderá ser vista no Sesi do município (foto: divulgação)

O CAT (Centro de Atividades) “Wilson Sampaio”, do Sesi (Serviço Social da Indústria) de Tatuí segue com programação cultural intensa. Além de filmes pelo programa Cine Sesi Mundo, a unidade do município oferece ao público três trabalhos de artes plásticas. Eles envolvem fotografia, ilustrações e uma instalação.

A primeira delas é assinada pelo fotógrafo Mateus Avila. Ele é o responsável pela exposição fotográfica “Encantos do Sol Cearense”, com classificação livre.

A mostra apresenta imagens captadas em um vilarejo da Praia de Jericoacoara, no município de Jijoca, o mais setentrional do Ceará. O profissional escolheu o local por causa da localização peninsular. Conforme o artista, o vilarejo “é um dos poucos lugares do Brasil onde se pode ver tanto o nascente quanto o poente sobre o mar”.

Durante três meses, o paulista teve uma rotina um pouco diferente da qual estava acostumado, no caos da cidade grande. Todos os dias, Avila saía em busca de lugares tranquilos para apreciar e registrar o fenômeno do nascer e do por do sol.

Mateus Avila da Silveira é formado em cinema. Dirigiu a fotografia dos curtas-metragens “Quebra Corrente” (2009) e “Pacobá” (2010). Desde 2008, realiza pesquisas com registros documentais em fotografia e vídeo de grafite, street art, costumes e conhecimentos populares em São Paulo e em vários Estados do Brasil. O fotógrafo já percorreu Santa Catarina, Bahia, Maranhão e Ceará.

Em 2010, com o apoio de parceiros, criou o canal “web” independente Coletivo.tv. Nesse espaço, ele armazena, atualmente, mais de cem minidocumentários, clipes e vídeos experimentais.

Realizou os documentários “Brasil em Wynwood”, que conta a experiência de brasileiros no evento Art Basel Miami, e II “GFA .DOC – Documentário da II Bienal Graffiti Fine Art”, parte integrante do livro Graffiti Fine Art, publicado pela Sesi Editora.

Aberta em 1º de agosto, a mostra fotográfica pode ser vista até às 17h desta sexta-feira, 22. O Sesi fica na avenida São Carlos, 900, na vila Dr. Laurindo. Mais informações são obtidas pelo telefone (15) 3205-7910, pelo e-mail: sutatui@sesisp.org.br. Quem preferir pode saber mais em www.sesisp.org.br/tatui.

A unidade de Tatuí segue em aberto com a instalação “Tudo é Sempre Construção, e Também Ruínas”, de Andrey Zignnatto. Baseada na frase “Aqui tudo parece que era ainda construção e já é ruína” de Claude Lévi-Strauss, a obra tenta reproduzir o paradoxo da cultura brasileira na qual um consumismo enraizado compele o cidadão a uma constante construção e reconstrução.

O projeto consiste em uma instalação com um muro de tijolos baianos, pelo qual quase todos eles são quebrados para fora da estrutura do cimento, formando uma espécie de ruínas sobre uma construção ainda em desenvolvimento.

A instalação faz parte do projeto “Ocupação Artística” no Sesi. Por meio dele, espaços diversos, tais como: muros, arquibancadas, jardins, janelas, entre outros, se transformam em plataformas expositivas. Como tal, eles recebem interferências artísticas produzidas em diversas técnicas e materiais.

Criada em 2013, a iniciativa promove o contato do público com as novas linguagens artísticas, oferecendo-as em locais de grande visualização e circulação de pessoas. Além disso, propicia o contato direto do espectador com o artista, que poderá acompanhar o processo de criação e construção da obra.

O artista responsável nasceu em Jundiaí, São Paulo. Autodidata, tomou como um de seus eixos formais o tijolo, a partir da própria vivência em olaria, onde trabalhou por quatro anos como assistente de pedreiro. Nesse período de experiência, variadas séries surgiram do embate entre a experimentação formal elaborada com tal matéria e a ideia/conceito que o artista desejara enfatizar.

De 2012 a 2015, Zignnatto acumulou mais de uma dezena de premiações e participações em salões, mostras coletivas e individuais. Entre eles, destaca-se o Prêmio Honra ao Mérito – Arte e Patrimônio, organizado pelo Iphan/MinC e as exposições Territórios Forjados, na Funarte São Paulo, em 2015; Temporada de Exposições 2015, do Paço das Artes São Paulo; e Umbrella 18º Festival Cultural Inglesa, no British Culture Center, também de SP, em 2014.

O público pode conferir a instalação de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h. A obra que “estreou” em Tatuí no dia 21 de agosto segue até o dia 1º de julho do ano que vem.

Em um período mais curto, os tatuianos poderão apreciar “O Barão de Münchhausen”, mostra que traz ilustrações de Rafael Coutinho. Os desenhos foram feitos para o livro de aventuras absurdas do Barão de Münchhausen (1720-1797), na primeira tradução para o português de sua última edição, de 1793, em que vários autores acrescentaram histórias às 17 iniciais.

As obras fazem um apanhado do universo desse personagem e foram feitas à mão usando várias técnicas – ecoline, grafite, nanquim, lápis de cor e recursos digitais –, buscando o figurativo, o realista e o cartunesco. Por meio das ilustrações, Coutinho reforça “o caminho libertário do livro” em cores e texturas.

As figuras que integram o livro poderão ser vistas no mês que vem, a partir do dia 10, até o próximo dia 30 de novembro. O público pode conferir o trabalho do ilustrador de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h. Coutinho é designer, animador, artista plástico e quadrinista.

Formado em artes plásticas pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) em 2004, ele produziu os curtas-metragens “Aquele Cara”, de 2006, e “Ao Vivo”, de 2008.

Como quadrinista, participou das obras “Bang Bang”, da editora Devir, e “Contos dos Irmãos Grimm”, da Desiderata. Integrou o grupo Base-V na criação de murais, mostras e publicações de arte experimental.

Publicou a primeira “graphic novel” da carreira, “Cachalote”, pela Quadrinhos na Cia.; lançou a minissérie em quadrinhos “Beijo Adolescente”, pelo portal IG e, na forma impressa, pela Editora Cachalote.

Ele também colaborou como artista gráfico e cenógrafo da peça de teatro “Puzzle”, de Felipe Hirsch. Em 2014, foi curador da exposição “Ocupação Laerte”, com trabalhos de seu pai, a cartunista Laerte, para o Instituto Itaú Cultural.