í‰ ‘positivo’ primeiro mês do novo Cemem





David Bonis

Secretária diz que pretende aumentar número de especialidades oferecidas no Cemem

 

O novo Cemem (Centro Municipal de Especialidades Médicas) completou um mês de funcionamento no dia 31 de outubro. Para a secretária municipal da Saúde, Cecília Oliveira França, os primeiros 30 dias de atendimento no novo equipamento foram “positivos”. No entanto, ela observa que alguns pontos ainda podem ser melhorados.

Até o final de setembro, as consultas médicas para especialidades eram realizadas no prédio localizado na praça Adelaide Guedes, sem número. Desde o início de outubro, o Cemem mudou para o imóvel de 1.408 metros quadrados da rua São Bento, 15.

Contudo, a alteração ainda não apresentou aumento significativo no número de atendimentos, nem redução na quantidade de faltas às consultas agendadas, conforme dados da própria Secretária Municipal da Saúde

Em todo o mês de outubro, foram realizados 5.781 atendimentos no novo Cemem, de acordo com números da pasta. Em comparação à quantidade de consultas realizadas nos últimos quatro meses no antigo prédio, a média de quase 6.000 atendimentos foi mantida.

Em setembro, por exemplo, foram realizados 5.783, em agosto, 5.831; julho, 5.828; junho, 6.088; e maio, 6.650. Esses são números oficiais, que a secretaria mantém por meio do sistema Datahealth, que compila os dados do serviço de saúde municipal.

“O balanço que faço é positivo porque estamos conseguindo atender à demanda e oferecendo novas especialidades à população”, explicou Cecília em entrevista a O Progresso. No entanto, havia a expectativa de que o novo Cemem, que custou R$ 2.236.821,08, ampliasse o atendimento.

Um dos fatores que impactariam na quantidade de consultas realizadas seria o número de dias úteis do mês, pois os atendimentos acontecem apenas entre segundas-feiras e sextas-feiras. Em outubro, houve 23 dias úteis, ante 22 em setembro e 23 em julho.

De acordo com Cecília, para ampliar a quantidade de consultas médicas no novo Cemem, será preciso acrescentar outras especialidades oferecidas no equipamento, que hoje são 17.

“Nossa intenção, nesse caso, é justamente ampliar as especialidades. Estamos querendo aumentar o quadro de especialistas. Por exemplo, precisamos de reumatologista. Mas, há outros especialistas que também queremos ampliar no quadro, como no caso da cardiologia”, antecipou.

“Estamos fazendo um levantamento na Central de Vagas para saber quais as especialidades mais procuradas – além daquelas que já temos – para passar a oferecer à população. Então, vamos tentar a contratação. Dessa forma, aumentaremos as consultas”, argumentou Cecília.

Para ela, no entanto, o ideal seria reduzir o número de atendimentos realizados no Cemem. A ideia consiste em promover ações de prevenção no município para impactar no número de consultas realizadas no equipamento. Contudo, esse seria um plano para o futuro.

“A ideia é diminuir o número de atendimentos, mas promovendo saúde. Quando cresce a quantidade de consultas, significa que algo na saúde da população não está bom. Temos de passar a investir também em prevenção”.

Enquanto não atinge esse objetivo, Cecília garante que o objetivo é melhorar a estrutura do novo Cemem. Um incremento que a secretária diz pretender fazer no novo centro seria reforçar o setor de ortopedia.

A ideia seria adquirir um aparelho de raio-X e contratar um técnico de gesso para realizar esse serviço no novo equipamento. Mas, isso deve acontecer apenas a partir do ano que vem. Atualmente, esses serviços são realizados na Santa Casa de Misericórdia.

Dentre as especialidades que o Cemem oferece à população, a ortopedia foi o setor que mais realizou atendimentos no primeiro mês de funcionamento do novo prédio. Foram 1.090 consultas dessa especialidade. O segmento com menor número foi a psicologia clínica, com sete.

A dermatologia realizou 1.005 atendimentos; a oftalmologia, 612; neurologia, 514; otorrinolaringologia, 485; cardiologia, 429; gastroenterologia, 396; endocrinologia, 368; urologia, 264; angiologia, 227; pneumologia, 196; ginecologia obstetrícia, 148; e nefrologia, 94; nutrição, 84.

Houve, ainda, 27 consultas com médico cirurgião-geral, de acordo com balanço divulgado por Cecília com exclusividade ao bissemanário.

A secretária da Saúde também divulgou o número de cirurgias realizadas no primeiro mês do novo centro. Neste caso, teria sido mantida a média de 160, o que representa um total de 40 microcirurgias por semana.

Outra média que se mantém no novo centro diz respeito ao número de faltas às consultas agendadas. Em junho, houve 1.511; em julho, 1.466; e em agosto, 1.445.

Em setembro, mês em que a secretaria reformulou o sistema de agendamento de consultas, houve recuo. Foram 1.168. Mas, em outubro, esse número voltou a subir. Ao todo, 1.388 pacientes não compareceram às consultas marcadas.

O não comparecimento às consultas seria um dos motivos que contribuem para o aumento do tempo de espera para os pacientes conseguirem atendimento no Cemem, de acordo com Cecília.

Conforme ela, a razão desse impacto negativo seria que, ao faltar à consulta, outro paciente não consegue atendimento e o primeiro, que faltou, tende a remarcá-la.

No entanto, esse é um dos pontos que a secretária avalia como “mais positivo” no primeiro mês de funcionamento do Cemem. Conforme ela, houve redução no período entre a marcação da consulta até o munícipe ser atendido. Esse tempo varia de acordo com a especialidade.

Segundo dados repassados por Cecília, as consultas com otorrinolaringologista, por exemplo, “são para hoje”. Para as especialidades como angiologia, endoclinologia e ginecologia, a espera seria de uma semana. Para ser consultado pelo dermatologista, o tempo de espera seria de dez dias. Em ortopedia e gastroenterologia, seriam 15 dias.

Já as consultas com cardiologista, neurologista, oftalmologista e nefrolologista ocorrem com tempo de espera de um mês, segundo ela.

Uma das promessas da secretária para o Cemem é a realização dos mutirões de agendamento de consultas. No dia 3 de outubro, a administração do centro promoveu uma força-tarefa nesse sentido, que marcou 300 consultas em uma hora e meia, de acordo com Cecília.

Ainda conforme ela, o objetivo é realizar um mutirão para a marcação de consultas pelo menos uma vez por mês no novo Cemem.