Hospital vai decidir um por um situação de ‘desrequisitados’





A situação de funcionários da Santa Casa “desrequisitados” pela Prefeitura no início deste ano e que estão sem trabalhar será decidida “um a um”. É o que informou o prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu. Segundo ele, a nova comissão da provedoria do hospital vai estudar os casos individualmente.

O prefeito negou que precedentes jurídicos divulgados pelo presidente do SinSaúde (Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Sorocaba e Região), Milton Sanches, tenham ocasionado o fim do processo de desrequisição.

A Prefeitura devolveu a administração do hospital em ato realizado na manhã de quinta-feira, 12. No evento, sediado na sala de reuniões do paço municipal, Manu assinou decreto repassando a gestão para a nova provedoria.

Com isso, a responsabilidade pelo hospital passa a ser da equipe presidida por Vera Lúcia das Dores, nomeada nova provedora em assembleia realizada no dia 15 de abril. Vera decidirá, também, pela resolução do impasse dos trabalhadores.

No início do ano, a Prefeitura desrequisitou funcionários por entender que os serviços deles não seriam necessários. Como a contratração havia sido feita pela ex-provedoria, a homologação teria de ser também por ato dos ex-administradores.

Sem acesso ao caixa da entidade e não respondendo mais por ela, a ex-diretoria ficou impedida de realizar acordo. Dessa forma, os desrequisitados ficaram sem trabalhar, receber salário e conseguir dar entrada em benefícios, como o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e seguro-desemprego.

A questão chegou a ser tema de requerimentos e discussões na Câmara Municipal, sendo confirmada pelo Executivo. No fim do mês passado, o prefeito informou a O Progresso que a Prefeitura estudava uma solução par ao caso. Também em abril, o presidente do SinSaúde participou de reunião na Casa de Leis.

Sanches veio a Tatuí, a convite dos vereadores, para falar a respeito da condição dos funcionários. Tanto o sindicalista como o prefeito não informaram o número de trabalhadores desligados durante o período de requisição.

Nesta semana, Manu disse que a possibilidade de ser processada (por meio de ações de danos morais e trabalhistas) pelos funcionários não determinou o fim da requisição. Entretanto, o prefeito disse que a medida vai viabilizar uma solução.

“Nós queremos resolver a vida de todo mundo. Da forma que estava, não estávamos achando saída para resolver a vida dos que foram desrequisitados. Não foram muitos, mas seja uma ou dez pessoas, todas elas merecem ter atenção e que os problemas possam ser resolvidos”, argumentou.

Também segundo ele, a provedoria antecipou que vai assistir os funcionários “um a um”. Manu declarou, ainda, que “a desrequisição está dentro de uma série de projetos realizados pelo Executivo e que melhoraram a saúde”.

“Em qualquer lugar do mundo, a Saúde precisa sempre melhorar. E aqui não é diferente, eu tenho consciência, mas os números dizem que nós melhoramos”, declarou.

De acordo com o prefeito, a Saúde teve queda no “índice de rejeição” por parte da população. A mensuração é feita por meio de sistema municipal, com dados obtidos por urnas implantadas em postos de saúde e via Ouvidoria municipal.

Em Tatuí, o prefeito disse que as reclamações sobre a Saúde caíram de 54%, em 2013, para 24%, neste ano. “Evidentemente que, às vezes, o barulho (queixas) era menor anteriormente. Não tinha tanta pressão das redes sociais. Hoje, se a pessoa não é atendida na hora, posta uma foto e deixa um comentário que se alastra. Mas, mesmo assim, a satisfação está maior”, encerrou.