Gonzaga priorizará a cidade caso venha a compor Alesp

 

O ex-prefeito Luiz Gonzaga Vieira de Camargo (PSDB) declarou que priorizará Tatuí caso venha a compor a Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) neste ano.

Presidente do diretório municipal do partido, ele deverá fazer parte de nova composição a ser costurada ainda no mês que vem entre os deputados. O ex-prefeito é primeiro suplente dos tucanos.

A expectativa é de que os parlamentares se reúnam no começo de fevereiro para deliberar sobre novas composições internas. De olho nas eleições gerais de 2018, o governador do Estado, Geraldo Alckmin (pré-candidato à presidência da República), deve chamar deputados de seu partido e base aliada para integrar coalizão.

“Provavelmente, uma nova composição política pode acontecer, com um deputado do nosso governo. Com isso, assumirei a vaga. Então, para não criar falsas expectativas, achamos prudente aguardar um pouco mais para que esse quadro se defina e tenhamos uma posição concreta”, disse a O Progresso.

Anunciado como um dos 11 novos secretários da prefeita Maria José Vieira de Camargo, o ex-prefeito não tomou posse na manhã de segunda-feira, 2.

Gonzaga anunciou que, em debate com a nova equipe de governo municipal, decidiu adiar a posse diante da possibilidade de assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa a partir de fevereiro.

Para Tatuí, Gonzaga disse que a possibilidade de ele ser alçado à Alesp representará um ganho. “Se o cargo vier, pelo momento que a cidade atravessa, seria algo muito bom, porque nós teríamos ainda mais facilidade para atrair novos recursos para o município”, argumentou.

Na assembleia, Gonzaga antecipou que Tatuí será prioridade. Contudo, afirmou que, caso não venha a ocupar a suplência, assumirá a vaga no governo municipal.

O ex-prefeito tinha sido indicado para a Secretaria de Governo. A pasta é ocupada, temporariamente, pelo advogado Renato Pereira de Camargo, que acumula a Secretaria Municipal de Negócios Jurídicos.

“Em não ocupando uma vaga na Alesp, a prefeita deve me nomear como secretário. Pedi que o governo aguardasse um pouco mais, mas, no período no qual eu estiver esperando uma definição, vou continuar ajudando a administração e o município como se secretário municipal fosse”, sustentou.

“Estarei junto com o Renato (Camargo), que vai acumular as secretarias, mas sem despesas extras para o município”, ressaltou Gonzaga. Conforme ele, além de evitar o acúmulo de salários por parte da equipe de governo, a administração da prefeita está adotando medidas para enxugar custos.

Como exemplo, o ex-prefeito citou o projeto de lei de reforma administrativa. A matéria foi aprovada pela Câmara Municipal na noite de quinta-feira, 5, em reunião extraordinária. Ela prevê a exigência de preenchimento de 50% dos cargos de comissão por funcionários concursados.

Gonzaga voltou a dizer que a mudança resultará em economia de mais de R$ 2 milhões por ano. Frisou que, na atual administração, não haverá “supersalários”. “Ninguém pode ganhar mais que um secretário (municipal), que é o topo do funcionalismo. É assim que funciona em todo lugar”, disse.

Pelo projeto aprovado e que será sancionado pela prefeita, os secretários municipais passarão a ganhar R$ 9.820,02. Este valor deverá ser disponibilizado à população, junto com os salários de todos os servidores municipais (concursados ou não), no “Portal da Transparência” do município, em fevereiro.

“Estamos mobilizando o Departamento de Tecnologia da Informação para que tenhamos, já no mês que vem, a folha de pagamento disponibilizada para a população. Qualquer cidadão poderá verificar quanto ganha o funcionário municipal, quanto ganha o de carreira e o comissionado”, adiantou.

Para o ex-prefeito, essa medida representa o primeiro passo para garantir à nova administração transparência, ao mesmo tempo em que dará à população mais mecanismos de fiscalização.

Gonzaga disse, também, que a Prefeitura quer evitar pagamentos não legais. “Não tem justificativa funcionários ganhando três, quatro gratificações quando a lei não permite”, argumentou.

A equipe de governo também deverá cortar as chamadas “gratificações verbais”. Conforme o ex-prefeito, há casos em que servidores tinham acréscimos no holerite “sem portaria ou documento”. “Isso é fora de gerência”, encerrou.