GCM inscreve para nova turma de seu projeto antidrogas em agosto





Palestras, vídeos, performances e apresentações caninas. É dessa forma que a Guarda Civil Municipal deu início a ação contra as drogas, por meio do programa Promass (Promovendo um Amanhã Seguro e Saudável). A iniciativa, inaugurada em abril, já tem programada a formação de novas turmas para o segundo semestre do ano.

Com apoio da Secretaria de Segurança Municipal e da Prefeitura, o programa é idealizado pelo comando da GCM e destinado aos estudantes do 6º ano das escolas municipais.

Mais do que o combate ao tráfico de drogas por intermédio da conscientização, o Promass visa incentivar os alunos a “adotarem posturas e hábitos saudáveis”, além de “despertar o reconhecimento de valores positivos associados à família, à sociedade, ao patrimônio público e às leis”.

Além disso, objetiva contribuir com a melhora do ambiente de ensino, promover interesse e participação comunitária e desenvolver valores sociais, como ética, respeito ao próximo, cidadania, disciplina, hierarquia e outros.

“Tivemos essa ideia porque nós combatemos o tráfico diariamente, mas só o combate não é suficiente, é importante a prevenção por meio da conscientização”, conta o subcomandante Moisés José de Oliveira, coordenador do programa.

Inspirado no projeto educativo realizado pela GCM de Monte Mor, intitulado Funam (Futuro nas Mãos), para Oliveira, esse trabalho é importante como forma de reduzir a entrada de menores no crime.

“Nós temos visto, durante a atuação repressiva no dia a dia, que o jovem está muito envolvido com o tráfico. É comum encontrar menores de 17 (anos), porque eles sabem que não responderão criminalmente, pois todos os atos que cometem são infracionais, e é por isso que são aliciados e usados para o tráfico”, avalia o subcomandante.

O programa é desenvolvido uma vez por semana, com duração de uma hora no decorrer do horário letivo. “Trabalhamos com as crianças do 6o ano. É essa faixa etária (entre 9 e 10 anos) que vai tomar conhecimento das coisas e começar a conviver com adolescentes, que, às vezes, já podem ter se envolvido com as drogas”, diz ele.

“Temos que preparar a cabeça desses alunos, pensando na prevenção, porque eles têm a chance de falar não”, acrescenta o coordenador.

Para o guarda, o círculo de amizade influencia muito o envolvimento da criança com as drogas. “A pressão dos amigos, que desafiam e ficam dizendo ‘você tem medo, você é antiquado’, induz essa pessoa, pois, para estar nesse grupo, ele aceita”.

“Por isso, acho que a curiosidade e pressão são os maiores fatores para o ingresso do jovem no tráfico”, argumenta.

Oliveira ainda pontua que a ideia de conseguir dinheiro facilmente com o tráfico é utopia. “O menor vê aquela grande quantia passando em sua mão e esquece que irá devolver, não é tudo dele, e ele tem de prestar conta daquilo. Afinal, é um comércio. No fim, o que ele ganha nem é tanta coisa assim”, frisa.

De acordo com o subcomandante, é só por meio da informação que esses futuros adultos poderão evitar o contato com entorpecentes. “É dessa forma que muitos se livram (de entrar no tráfico), e muitos ingressam, porque não conhecem, nunca ouviram falar”, analisa o guarda.

Porém, as ações do Promass não se limitam ao combate ao comércio e consumo de entorpecentes. “Apesar de ser, em sua essência, um projeto antidrogas, são abordados diversos assuntos, como, por exemplo, trânsito, bullying, uso de cerol e temas que exploram as áreas de segurança e saúde”, acrescenta.

Oliveira acredita, ainda, que o papel dos pais é fundamental para esse progresso. “É dever dos responsáveis falar a verdade. Não dá para ficar falando que a droga é ruim, tem que explicar”.

“Hoje, as crianças estão bem informadas, pois a internet auxilia nisso, e, dependendo do que elas buscarem, uma opinião será formada”, alerta.

“Os pais devem dar essa força e falar o que esses adolescentes perdem, têm que mostrar que eles vão se prejudicar e ficar doentes, vão destruir a família, e que os amigos não serão aqueles bem vistos. É essa a preocupação que eles devem ter com as crianças, e jogar a limpo”, instrui.

O Promass, que em junho formou a primeira turma, com 90 alunos da escola “Profª Ligia Vieira de Camargo Del Fiol”, pretende continuar atuante em outros locais.

“Começamos nesse colégio devido ao bairro (vila Angélica) ser o que mais apresentava problemas, e a ação lá deu certo. A administração escolar fez um relatório sobre o programa e o resultado foi satisfatório, tanto que até pediram para que aumentássemos a quantidade de escolas atendidas. Começamos com um número pequeno, mas a intenção é ampliar”, adianta Oliveira.

Para esse trabalho de prevenção, a equipe da GCM dividiu-se em quatro pessoas, dois instrutores e dois auxiliares. Para conscientizar a garotada, houve uma preparação especial.

“Eles (guardas) participaram recentemente de um curso em Sorocaba, justamente para aprender a tratar esses assuntos na linguagem da criança. Não adianta só falar, tem que saber o que, para quem e como falar, pois, dependendo da faixa etária, a linguagem já é outra”, relata.

Novas turmas

O planejamento para o início de novas turmas para o segundo ciclo letivo já está sendo pensado. Formulado para iniciar em agosto, segundo informado pelo subcomandante, o mapeamento da próxima escola a receber a ação será realizado durante as férias.

“Primeiro, temos de visitar os colégios para falar sobre o projeto, o que é, como é e de que forma é feito. Nos reunimos, também, com os pais e professores para definir o que será discutido com os alunos”, explica Oliveira.

As atividades, que, até então, eram feitas por meio de palestras, encenação teatral e, em alguns casos, com a participação dos cães da Guarda, futuramente, podem ganhar um reforço com uma apostila, que já está sendo desenvolvida e deverá ser distribuída gratuitamente aos alunos.

“Usamos bastante slides e vídeos nas aulas, mas queremos fazer um material nosso, e ele será disponibilizado sem custo aos participantes, sendo a impressão feita pela Prefeitura. Não prometo que ela ficará pronta para o próximo semestre, mas futuramente vai ter. É um material que ajuda bastante e é dinâmico, pois os alunos participam mais”, diz.

Para o subcomandante, o intuito é que o Promass não pare. “Há uma preparação, e temos conteúdo. Os instrutores fazem interpretações e, durante o projeto, há também apresentação de cães. Dependendo do assunto abordado, é um tipo de cão que vai: tem o policial, o farejador, por exemplo. E as crianças adoram”, comemora Oliveira.

“O nosso objetivo, agora, é a continuidade do programa, para que não cesse, independente das mudanças da diretoria do comando ou outros fatores. O Promass é importante”.

“Na formatura, deu para perceber bem o quanto os alunos gostaram do programa, entenderam a ideia. Agora, eles sabem as escolhas que vão fazer”, finaliza.