GCM descobre comércio de linha cortante para pipas no Tanquinho





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Vendas de carretéis e rolos de linha com material cortante era realizada também por meio da internet

 

Guardas civis municipais desbarataram, na tarde de quarta-feira passada, 8, comércio de material cortante para pipas no bairro Tanquinho. A corporação recebeu informação da venda ilegal por meio de denúncia anônima.

A ligação informava que um homem estaria comercializando linha do tipo chilena (com poder de corte quatro vezes maior que o cerol), “até mesmo para crianças”.

As vendas eram feitas em um imóvel na rua Parailho de Arruda Campos, por um homem de 29 anos. O comerciante foi encaminhado à Central de Flagrantes da Polícia Civil, onde os materiais ficaram apreendidos para perícia.

Conforme a GCM, a venda de linhas cortantes era realizada, inclusive, pela internet. Ao contrário do divulgado em meio de comunicação, a corporação não mencionou que o suspeito anunciava o produto em jornal local.

No endereço citado na denúncia, a equipe encontrou 26 rolos com linha verde, 1 carretilha grande com linha verde, 47 carretéis com linha branca e 10 com linha colorida – todos com cortante. A equipe informou que o homem admitiu conhecer o perigo do uso desse tipo de linha por crianças.

De acordo com a GCM, ele também teria reconhecido que sabia do risco de acidentes que pessoas que transitam próximas à área onde a linha era usada corriam. Em conversa com os guardas, o suspeito relatou que comprou o material em São Paulo e que o estava vendendo no bairro havia “apenas uma semana”.

As ações de apreensão são intensificadas pela corporação municipal no período de férias escolares. Durante os meses de dezembro, janeiro e julho, a GCM realiza blitz de fiscalização. O objetivo é evitar o uso de linha com material cortante para empinar pipa.

Esse tipo de material pode ocasionar acidentes, representando riscos de ferimentos e, até, de morte para ciclistas e motociclistas que passam pelos locais onde crianças, jovens e adultos utilizam material cortante para a soltura de pipa.

A iniciativa visa detectar e conter a industrialização, comercialização, armazenamento, transporte, distribuição e uso do cerol ou de outros materiais cortantes. Em julho de 2014, a corporação apreendeu 60 mil metros de linha cortante durante o período de fiscalizações.

Além do recolhimento dos materiais, os guardas prestam orientações visando à conscientização a respeito dos riscos do emprego de cerol nas linhas de pipas.

As linhas com cortantes apreendidas na cidade ficam na sede da corporação até o final de cada ano, quando são incineradas em uma cerâmica.

Apesar de a intensificação de patrulhamento acontecer somente em férias escolares, as fiscalizações nos bairros são realizadas no decorrer do ano.

Em Tatuí, o uso de cerol ou de “qualquer material cortante” em linhas e fios usados para empinar pipas é proibido desde 1997, por meio da lei municipal 2.981, de 1º de setembro daquele ano. A legislação prevê pagamento de multa, atualizada por meio da lei 4.667, de 1º de outubro de 2012.

A mudança ocorreu por conta da extinção da Ufir (unidade de referência fiscal) e fixou a multa em dez Ufesps (unidades fiscais do Estado de São Paulo), sendo dobrada no caso de reincidência. Atualmente, o valor de cada Ufesp é de R$ 21,25.

O cerol é uma mistura de cola com vidro moído ou limalha de ferro, aplicada em linhas de pipa ou papagaio. A cola serve como aglomerante e o pó de vidro ou ferro funciona como abrasivo. O resultado é uma linha “extremamente cortante”.