Fundação de associação de amigos do ‘Paulo Setúbal’ é meta para ano





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Coordenação tem como meta implantar associação de amigos para apoiar desenvolvimento de entidade

 

Oriundo de ideia surgida em maio de 1937, a partir de Nilzo Vanni, o Museu Histórico “Paulo Setúbal” está prestes a ganhar uma associação de amigos. A meta deve ser colocada em prática 59 anos depois da fundação da então Casa de Cultura. Pelo menos este é o plano da equipe coordenada pela artista plástica Raquel Fayad.

A novidade foi anunciada a O Progresso na segunda-feira, 23. Na ocasião, o museu abrigou o primeiro encontro de 2015 das regiões administrativas de Sorocaba e Itapeva, promovido pelo Sisem (Sistema Estadual de Museus).

Raquel explicou que a proposta está sendo analisada e deve ser concretizada ao longo de 2015. “O que eu posso dizer é que estamos conversando”, falou.

Em princípio, a associação funcionaria como um conselho. Entretanto, deve discutir e possibilitar a realização de ações que permitirão o desenvolvimento do espaço cultural e “mais autonomia financeira”. Prova disso seria a implantação de uma loja para vendas de itens relativos ao espaço e ao município.

Além desse tipo de atividade, a criação da associação pode facilitar uma série de iniciativas, como a política de aquisição (recebimento por meio de doações) e descarte de acervos. O “campo de atuação” e o formato da associação devem ser discutidos com a Feambra (Federação de Amigos de Museus do Brasil).

De antemão, Raquel disse que a entidade dará suporte às ações do “Paulo Setúbal”. Também conta com apoio do Sisem, responsável pelos encontros de capacitação junto aos museus.

Neles, os representantes dos espaços recebem orientações diversas. Entre elas, as que resultam na criação da política de aquisição de acervos, necessária, uma vez que os museus se tornam depositários de objetos que podem ter apego emocional, mas sem valor histórico.

O museu de Tatuí tem essa e outras iniciativas implantadas e é considerado um “exemplo” para os demais. “Ele é tido como modelo”, indicou a coordenadora.

Além do acervo, o “Paulo Setúbal” dispõe de documentação regulamentada e programação educativa, relatório de público e ações de divulgação.

A Feambra deve auxiliar o museu tatuiano na escolha do formato da associação. Ela é responsável por avaliar o modelo mais adequado aos espaços no país.

O “Paulo Setúbal” deve ser um dos primeiros a ter associação de amigos instituída, por conta de sua organização. Em parte, pelo trabalho desenvolvido pela equipe local, conforme citou a integrante do Sisem, Thaís Romão.

Conforme ela, o espaço tatuiano é “muito bem organizado, tem equipe ativa e comprometida”. “Ele é uma referência, porque vemos tantos outros que não acompanham o que se faz aqui. A Raquel, sempre que pode, dá um jeito de fazer as coisas”, comentou.

O mesmo não acontece na maioria dos museus. De modo geral, o Sisem encontra dificuldades em motivar as pessoas envolvidas com os espaços de cultura. Em determinadas situações, não haveria engajamento entre os funcionários; em outras, faltaria apoio por parte dos administradores.

“Estamos tentando, ‘devagarinho’, mostrar para as prefeituras e as secretarias de Cultura a importância dos museus. Eles trabalham com a educação não formal. É importante investir em museu, outra forma de educar a população”, disse.

Na tentativa de mudar esse panorama, o Sisem leva capacitações aos museus. Por meio de encontros, os técnicos objetivam orientar os responsáveis pelos espaços, de forma a permitir que eles ganhem mais autonomia.

As capacitações vão desde oficinas para captação de verba a organização de acervos. “Temos uma ampla gama de atividades”, explicou a funcionária.

Elas são promovidas ao longo do ano e em parceria com outras instituições, como é o caso da Acam Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em atividade desde 27 de novembro de 1996.

“Nós promovemos os eventos à medida que nos fornecem recursos. E cada um dá um apoio diferente”, descreveu Thais. Conforme ela, são os parceiros que possibilitam atividades das mais simples às “mais densas”. Entre elas, as oficinas de elaboração de projetos para captação de recursos.

Também estão inclusos cursos de três dias com temas como conservação preventiva e expografia, este voltado à elaboração de projeto expográfico (de exposição). Neste ano, eles devem ser realizados em Botucatu no segundo semestre.

De modo a difundir as atividades e a “propagar os treinamentos”, o Sisem está solicitando a compreensão de dirigentes municipais. A intenção é sensibilizá-los a liberar os funcionários dos museus para que eles façam os cursos.

Outra meta do sistema, para este ano, é promover a itinerância da exposição “Sinais – Heranças e Andanças”. Aberta em Tatuí, a mostra é fruto de curadoria coletiva e percorrerá, ao todo, oito municípios. O próximo a abrigar fotografias, instalações e objetos será a cidade de Salto em março.

“Estamos indo devagar, porque nossa verba é organizada. Ou seja, ela vai sendo liberada aos poucos. Salto já está confirmada e as outras cidades serão anunciadas ao longo do ano, de modo a garantir a itinerância”, encerrou Thais.