Funcionários de metalúrgica seguem sem receber salários





Trabalhadores da Rontan Eletrometalúrgica seguem sem receber salários, informou a diretoria do Sindmetal (Sindicato dos Metalúrgicos de Tatuí e Região). A entidade classista divulgou, nesta semana, que a previsão de regularização feita pela diretoria da empresa aos funcionários não se cumpriu.

Os empregados aguardavam receber os vencimentos, que estão em atraso desde maio, na terça-feira, 9. Na mesma data, eles teriam participado de reunião com um dos proprietários da empresa, pertencente ao Grupo Rontan.

A diretoria da entidade classista não foi convidada a participar do encontro. Contudo, funcionários ligados ao Sindmetal repassaram aos diretores o teor da reunião.

Conforme o sindicato, os trabalhadores teriam sido informados da existência de prazo de 72 horas – que venceu na quinta-feira da semana passada, dia 11, aniversário de Tatuí – para regularização de três salários e quatro vales.

Esse período seria relativo à liberação de um valor em dinheiro que, em princípio, envolveria a venda da empresa local a um grupo estrangeiro. A informação não foi confirmada por representantes da empresa metalúrgica.

A provável venda teria sido abordada pelos empresários em outra reunião, com membros do Sindmetal, na manhã do dia 11 (prazo pedido pelos donos aos trabalhadores).

Na data, sócios da Rontan e equipe da entidade classista voltaram a reunir-se. O sindicato informou que não conversava com os dirigentes “havia um bom tempo”, por conta do não cumprimento de prazos.

A direção da entidade classista relatou que aceitara o encontro para verificar a procedência da informação (a possível venda da empresa). Entretanto, atendendo a pedido de dirigentes da companhia que integra o grupo tatuiano, o sindicato não divulgou o conteúdo da reunião.

Por telefone, um representante da Rontan disse que a empresa faria pronunciamento oficial no dia 10. O diretor também negou a venda da empresa. De acordo com ele, os proprietários, juntamente com a diretoria, divulgariam informações a respeito do trabalho de recuperação da companhia em breve.

Por meio do representante, a empresa chegou a programar um “esclarecimento público dos fatos”, que envolvem o atraso de salário, publicações controversas de edital de convocação e nota de esclarecimento na imprensa local e, mais recentemente, ações movidas pelo Sindmetal. Entretanto, a previsão não se cumpriu.

A entidade classista ingressou com ação de penhora de bens em junho e, neste mês, está convocando os trabalhadores a entrarem na Justiça com outro processo. Desta vez, para que consigam ser atendidos pela chamada “rescisão indireta”.

Trata-se de recurso no qual o trabalhador pede para ser dispensado. Caso a Justiça dê ganho de causa ao empregado, o patrão é obrigado a fazer a rescisão, para liberação de FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e seguro-desemprego. O empregador também se obriga a pagar multas rescisórias.

O sindicato informou que aguarda a Justiça determinar leilão dos bens penhorados da empresa. Enquanto isso, “convida” os 270 associados a processarem a metalúrgica.

Conforme a diretoria da entidade classista, “algumas ações já foram ajuizadas por trabalhadores desde o início do mês”. Para quem não é sindicalizado, a orientação é procurar advogado especialista em direito trabalhista.

Além das ações, o Sindmetal planejou a realização de manifestação pacífica durante o desfile de 11 de agosto. A entidade conclamou os associados a exibirem cartazes de repúdio à situação, remetendo à falta de pagamento. Entretanto, a sugestão não foi colocada em prática pelos trabalhadores.