Fragmentos

Fico admirando os pardais

e seus pulinhos elegantes

na calçada aqui na minha frente.

A paz desses pardais

me faz pensar tanta coisa…

Não ouço mais o apito melodioso

dos trens de antigamente.

No entanto, as moças bonitas

continuam desembarcando

na plataforma da minha saudade!

Penso que a ninguém é lícito

debruçar-se na janela da indiferença

para contemplar o desfile triste

das aflições sociais…

Com certo espanto, chego à conclusão

que sou um passarinho

diferente dos pardais saltitantes,

cantando sozinho

na frondosa árvore da minha solidão.