Evento marca inauguração e segue com trabalho visando í  autonomia





Arquivo O Progresso

Loja de fantasia é um dos espaços criados a partir de reformulação e que demandará de assistidos

 

No último sábado deste mês, 25, a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Tatuí dará mais um passo na direção do atendimento ao público. A data marcará a inauguração do centro de convivência da entidade, reformulado entre abril do ano passado e o início deste ano.

O evento será voltado exclusivamente a pais e familiares dos assistidos, incluindo almoço. Ele envolverá funcionários da instituição e dará sequência ao trabalho que visa à autonomia das pessoas com deficiência com mais de 30 anos.

Para celebrar a conclusão do trabalho de reestruturação da dinâmica de atendimento, dos espaços e o resultado obtido, a Apae promoverá o almoço.

A assistente social Daliane Araujo Miranda explicou que a instituição fará, na ocasião, apresentação do projeto para os familiares dos assistidos.

A reformulação no centro seguiu mudança de diretriz adotada pelo governo federal, sendo promovida a partir de diagnóstico. Com a mudança, a Apae dividiu as tarefas de educação e assistência social em equipes distintas. Até então, todo o trabalho era responsabilidade de professores, pioneiros no atendimento.

Dentro dessa nova dinâmica de trabalho, os próprios alunos do centro de convivência recepcionarão os pais, familiares e amigos. No dia 25, eles serão integrados em iniciativa que visa dar aos assistidos mais autonomia.

O público-alvo do centro são pessoas com 30 anos ou mais. Nessa faixa etária, estão quase 40 adultos, que fazem uso da Apae para melhorar as condições de vida.

São homens e mulheres com deficiência, que participam de oficinas, as quais demandam recursos para a manutenção das atividades oferecidas gratuitamente.

Até por questão financeira, a Apae não conseguia, anteriormente, dar atenção diferenciada para esse público. Daliane explicou que a instituição recebe, por mês, R$ 68 por adulto atendido. Em comparação à área da Educação, o recurso é maior, correspondente a R$ 2.500 por aluno ao mês.

O processo de reforma dos espaços do centro contou com apoio do Comitê de Cidadania da Ford, do grupo Práxis, das promotoras legais públicas (iniciativa coordenada por Heloísa Saliba e Borges) e de membros de grupos de escoteiros.

As intervenções começaram em dezembro do ano passado e envolveram todos os atendidos. O processo de trabalho resultou em nova dinâmica de atendimento.

No centro, os assistidos fazem aulas de artesanato em espaço montado com móveis reformados. Eles ganharam, ainda, uma sala própria para atividades de dança e culturais, onde são realizados ensaios do coral “Gotinhas de Amor”.

Entre os ambientes, a entidade criou uma área com tanques, para facilitar o asseio dos assistidos. Ao todo, dez espaços foram reformados, incluindo a lavanderia, o bazar, a loja de fantasia, o artesanato, a encadernação e a cozinha.

Com o fim do trabalho de organização, a equipe da assistente social conseguiu criar um almoxarifado. O espaço permite maior controle dos itens utilizados nas demais oficinas e oferece uma “organização visual” para facilitar a localização de determinados materiais quando procurados pelos assistidos.

Outra etapa da reformulação incluiu a armazenagem de pertences dos adultos em armários. Cada um tem um espaço com fotografia para guardar mochila, blusa ou outro item que tenha levado de casa.

Figuras e fotografias também estão espalhadas pelos ambientes para facilitar o acesso, uma vez que a maioria dos assistidos não sabe ler ou tem dificuldades.

Outra novidade do centro são as lojas de fantasia e roupas. A primeira consiste em uma sala criada para manter todos os adereços e vestimentas utilizados pelo público da instituição em apresentações. As peças podem ser locadas.

A loja abre todas as terças-feiras e atende ao público externo da Apae. Ela será administrada pelos assistidos. O espaço entrou em funcionamento no dia 23 de fevereiro, com as primeiras locações feitas por ocasião do Carnaval.

Numa sala ao lado, a Apae criou local para roda de conversa, que se transforma em sala de espera entre o setor de fantasias e uma loja de roupas.

A partir de sugestão do professor Pedro Couto – que atua em ações beneficentes –, a instituição resolveu criar um bazar diferente, para obter recursos com a venda de roupas novas e usadas.

A loja realizou as primeiras vendas no dia 27 de fevereiro. A abertura especial contou com presença somente do público interno da Apae.

No dia 6 de março, a loja foi aberta pela primeira vez ao público externo. Ela também será administrada pelos assistidos, que devem “dar conta da demanda”.