Equipe de canil municipal prepara 2 ações para reduzir superlotação

Equipe informou que canil municipal atende atualmente 65 animais e está com a 'capacidade máxima'

Diminuir o máximo possível o número de animais em atendimento. Esta é a meta da equipe da Divisão Municipal de Proteção e Bem-Estar Animal, responsável por administrar o canil municipal.

Para isso, o setor anunciou que realizará, em breve, duas ações contínuas. Ambas são campanhas, uma de adoção e outra de conscientização dos donos dos animais, enfocando a posse responsável.

Localizado em bairro rural (o endereço foi omitido a pedido da equipe da divisão para evitar solturas indesejadas), o canil municipal atende, atualmente, 65 animais e está em sua “capacidade máxima”, se comparado a 2013.

No ano em que passou por reestruturação – deixando de ser administrado pelo Setor de Zoonoses e ficando a cargo da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente –, o espaço abrigava 30 animais.

Os atendimentos a cães de diversas raças, idades e condições de saúde são feitos por uma equipe multidisciplinar. Atuam no canil municipal quatro funcionários municipais, sendo dois deles integrantes de grupos de proteção animal. Os servidores são coordenados pela veterinária Thaís Bimbatti Rodrigues.

Já a divisão é supervisionada por Eugênia Maria Camargo Campos, apoiada por José Maurício Del Fiol Neto. Os dois respondem ao titular da secretaria, Célio José Valdrighi, que conversou sobre o novo posicionamento do canil, acompanhado da assessora da secretaria, Heloísa Saliba e Borges.

“A população precisa entender que houve uma mudança neste setor. Nós temos uma meta, que é diminuir o número de animais através de adoções”, iniciou Heloísa.

Além de demandar mais atenção por parte da equipe que trabalha no local, os 65 cachorros (entre machos e fêmeas) precisam ser acomodados em baias. Muitas delas não têm o espaço adequado para o tamanho dos cães, o que faz a equipe adequá-las para receber, invariavelmente, mais de um animal.

“O uso depende muito do espaço. Algumas baias podem ter mais de um animal. A questão é que, às vezes, é preciso que cães de comportamentos mais agressivos fiquem com os menos agressivos”, problematizou a supervisora.

De acordo com ela, os animais chegam ao canil por vários meios. Até 2013, antes da primeira reestruturação, a maioria era “capturada”.

O Setor de Zoonoses tirava das ruas os animais que apresentavam o chamado “risco zoonótico”. É quando um cão pode oferecer risco de contaminação para a população, por exemplo, propagando a raiva.

Nos quatro últimos anos, porém, as condições dos animais mudaram. Pelo menos a maioria não representa, necessariamente, riscos para a população. O que não significa que não haja vulnerabilidade para os animais. Grande parte dos cães é vítima de maus-tratos, ou foi resgatada por estar abandonada.

Eugênia acrescentou que alguns dos animais vão parar no canil depois de serem vítimas de acidentes, no geral, atropelamentos. Ocorre que eles chegam até o espaço, recebem os tratamentos, mas não têm para aonde ser levados.

Como não podem voltar para as ruas, os animais continuam no canil por tempo indefinido. A nova política de operação do espaço – a de preservar a vida dos animais e não de encurtá-la – também fez agravar a situação da “lotação”. Desta forma, o local passou a funcionar como abrigo para cães.

Entretanto, Heloísa ressalta que esta não é a função do canil municipal. A ideia da equipe não é alojar os cães, mas tratá-los para que tenham condições de ser adotados, de interagir com outros animais e os seres humanos.

Foi por isso que o setor passou a realizar, desde 2013, feiras de adoções. O modelo voltará a ser realizado em função do resultado obtido pela equipe.

“Quando começamos, estávamos com 74 animais. Nunca chegou a ter mais de cem animais, mas, conforme o tempo foi passando, com ações de divulgação em redes sociais, o número de animais adotados cresceu”, contou Eugênia.

Mesmo sem dar início a uma campanha maciça de adoção, a equipe teve a entrega de sete cães desde janeiro. O número poderá aumentar, no que depender da vontade dos funcionários. As duas servidoras ligadas a grupos de proteção animal devem contribuir com a propagação da iniciativa.

Para tanto, a equipe estuda a realização de uma “sessão de fotos caninas”. O “book animal” contará com imagens de divulgação dos cães que estão na condição de abrigados. A ideia é mostrar os cachorros aptos para adoção.

Outra intenção é permitir que os cidadãos interessados em adotar um animal possam visitar o espaço. Para tanto, é preciso agendar, entrando-se em contato com a secretaria, por meio do telefone 3305-8611 (das 8h às 14h).

As visitas são consideradas estratégia eficaz para a adoção, uma vez que as pessoas podem não só conhecer os animais, mas saber um pouco mais a respeito dos comportamentos deles, verificar se “têm afinidades” uns com os outros.

De forma a atrair público ao canil, a equipe planeja uma sessão de fotos. A ideia sugerida por Del Fiol Neto é de levar os cães aptos para adoção ao Parque Ecológico Municipal “Maria Tuca”. Em paralelo, realizar, nesse mesmo espaço, ou em outras localidades a serem estudadas, feiras de adoção dos cães.

“Não temos intenção de fazer grandes feiras, e sim pequenas. Queremos, também, que as pessoas divulguem cada vez mais a nossa iniciativa”, frisou Heloísa.

Junto às feiras, a equipe quer trabalhar a prevenção ao abandono, com orientações que visem à conscientização dos proprietários dos animais a respeito das necessidades dos cachorros e das obrigações deles como cuidadores.

“Queremos que as pessoas entendam que o canil é o último recurso. Na verdade, ele serve para conter o risco de zoonoses. Para isso serve o abrigo”, acrescentou Thaís.

A veterinária citou que houve mudança na função do espaço. Todavia, a equipe pretende atuar nas diferentes áreas para que o canil mantenha somente os animais necessitados.

“Nós temos cães velhos, que estão lá há muito tempo e não vão mais sair. Há animais extremamente agressivos, que não têm condições de sair, mas os aptos podem ser acolhidos pelas famílias”, disse.

Rede social

O ponto de partida de todas as ações programadas pela equipe será a internet. Heloísa explicou que o grupo pretende usar as redes sociais para exibir os cães. A campanha pela internet pretende atrair a atenção dos interessados em ter um animal de estimação, sem necessariamente que seja de raça.

O projeto deve contar com participação do Departamento de Comunicação da Prefeitura. Heloísa antecipou que a equipe conversará com o setor para viabilizar a sessão de fotografias. O grupo quer que as imagens sejam profissionais.