Da reportagem
O mercado de trabalho formal do município registrou a abertura líquida de cem empregos com carteira assinada no mês de julho, conforme o novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho.
Os dados foram divulgados na sexta-feira, 21, pelo órgão do Ministério da Economia. A programação inicial do governo era de que o resultado seria publicado somente na quinta-feira, 27, mas a área econômica antecipou a publicação.
O resultado de julho decorreu de 534 admissões e 434 demissões. O volume representa acréscimo de 1,13% nas contratações e queda de 0,68% nos desligamentos em relação a junho.
Este é segundo número positivo do município desde a chegada da Covid-19. Em junho, o saldo líquido foi positivo em 91 vagas – advindas de 528 contratações e 437 desligamentos. Os piores meses para o Caged na pandemia foram abril, com perda de 590 vagas, e maio, com a demissão líquida de 692 trabalhadores.
Conforme Gustavo Grando, diretor do Cate (Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo) e coordenador o PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador), a maior parte do mercado financeiro já esperava uma retomada do emprego.
“Houve uma retomada geral no país e isso acabou refletindo aqui na cidade. Nós últimos meses, sentimos que os empresários estão mais confiantes. Eles passaram a ofertar mais vagas e registramos aumento no número de entrevistas realizadas pelo PAT”, argumentou o diretor.
O melhor desempenho do sétimo mês foi da área industrial, com saldo de 105 vagas, advindas de 212 admissões e 107 demissões. A indústria de transformação foi responsável por 211 contratações e 103 desligamentos, enquanto uma admissão e quatro demissões ocorreram na indústria de extrativas.
“O setor da indústria não parou por conta da pandemia. No começo, de março até maio, até houve dispensa, mas, aos poucos, as atividades incluídas no setor estão retomando as linhas de produção e aumentando as contratações”, observou Grando.
A atividade comercial aparece em seguida, porém, com números menos expressivos. O setor de comércio abriu 45 novas vagas de trabalho, oriundas de 179 formalizações e 134 demissões.
Entre os subsetores, aparecem: comércio varejista (mais 34 vagas), comércio por atacado, exceto recuperação de veículos automotores e motocicletas (mais oito) e comércio de recuperação de veículos automotores e motocicletas (mais três).
“Podemos dizer que o setor que mais sentiu a retomada foi o comércio. Em julho, já na fase amarela do Plano São Paulo, muitas lojas reabriram e voltaram a contratar. Isso ajudou a fechar o segundo mês com saldo positivo”, afirmou o diretor.
Grando apontou que as atividades econômicas que envolvem prestação de serviços são as que mais sentiram os efeitos da crise provocada pelo novo coronavírus. O setor fechou 39 postos de trabalho, oriundos de 165 desligamentos para 126 admissões, e aparece com o pior resultado do sétimo mês do ano.
Na análise entre os subsetores, o relatório mostra que os piores desempenhos ficaram para alojamento e alimentação (menos dez vagas); transporte, armazenagem e correios (menos 22); outros serviços (menos cinco); administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (menos três) e serviços domésticos (menos uma).
O único subsetor da atividade econômica que aparece com saldo positivo é o de transporte, armazenagem e correios, que gerou duas vagas no sétimo mês – resultado de 42 contratações e 40 desligamentos.
O segundo mais afetado com o desemprego em julho foi o da agropecuária. A atividade econômica, que envolve ainda a pecuária, produção florestal, pesca e agricultura, contratou quatro novos funcionários, mas demitiu dez, resultando no fechamento de seis postos de trabalho.
Com saldo negativo, também aparece a construção civil, que fechou cinco vagas de emprego formal – resultado de 13 contratações e 18 desligamentos.
O setor de obras e infraestrutura gerou três novas vagas, contudo, a construção de edifícios fechou seis e os serviços especializados tiveram saldo negativo de um posto de trabalho.
No acumulado de janeiro a julho, o saldo do Caged ainda ficou negativo em 862 vagas – resultado de 4.480 admissões e 5.344 desligamentos – o pior desempenho para o período na série histórica disponibilizada pelo Ministério da Economia desde 2007.
Em janeiro, 18 postos de trabalho acabaram fechados na cidade, com 937 contratações e 955 desligamentos. Em fevereiro, os números subiram, e 242 novas vagas foram geradas, advindas de 1.045 admissões e 803 demissões.
A tendência de saldo positivo foi mantida em março, com mais cinco postos de trabalho. Contudo, a queda no número de contratações e a alta das demissões registradas no mês de abril e maio contribuíram para que o saldo fosse negativo no acumulado dos sete meses do ano.
Na soma dos sete meses, dois setores fecharam com saldo positivo: serviços, com a geração de 55 novas vagas, e agropecuária, com mais 54 postos. Os outros três setores analisados tiveram baixa: comércio (menos 543), construção (125) e indústria (menos 305).
Ainda segundo o levantamento, comparadas aos primeiros sete meses de 2019, as admissões caíram 15,58% e as demissões subiram 3,58%. O levantamento não leva em consideração funcionários públicos estatutários e trabalhadores na informalidade.
Grando salientou ter a expectativa de saldo positivo nos próximos meses. Segundo ele, a Spani Atacadista, do Grupo Zaragoza, vai começar nesta quarta-feira, 26, o processo de seleção de 200 funcionários para a unidade tatuiana.
“Eles já estão gerando empregos indiretos na cidade para prestadores de serviços para a obra. A mão de obra é de Tatuí, embora as vagas preenchidas sejam contabilizadas para o Caged do município de origem da empresa contratante”, comentou o diretor.
Para a loja, as contratações ocorrerão por meio do PAT. A unidade, situada entre as rodovias Mário Batista Mori (SP-141) e Antonio Romano Schincariol (SP 127), na vila São Cristovão, está em fase de construção. A previsão do grupo é de inaugurar a loja no dia 20 de outubro deste ano.
Para o diretor, os empregos gerados pelo atacadista podem ajudar a alavancar o índice de vagas nos próximos meses e reverter um pouco das perdas que ocorreram nos meses de abril e maio, devido à pandemia.
“Além disso, houve uma procura muito grande de empresas que querem se instalar na cidade. Há diversas vagas anunciadas, que aguardamos para os próximos meses, e acredito que vá subir o saldo”, completou Grando.
Ele ainda apontou esperar mais de 1.200 vagas de emprego para o primeiro semestre de 2021 com inaugurações, ampliações e retomadas anunciadas por empresas de diversos setores, como a Polimix Concreto Ltda., rede de Supermercados Real, Yazaki, Landpack, Newpel (indústria de papel), Açaí Town, BRF Sadia e FBA.
“Nós estamos sentindo uma procura no PAT que não acontecia desde o início da pandemia. Então, estamos muitos esperançosos para os próximos meses e para o próximo ano. Somente no último mês, recebemos anúncios de cinco novas empresas que vão se instalar na cidade”, concluiu o diretor.
O estudo do órgão do Ministério da Economia ainda mostra que o saldo do município seguiu a tendência de aumento dos empregos com carteira assinada registrado no país. O desempenho nacional teve saldo positivo de 131.010 novos postos de trabalho formal no mês de julho.
O resultado de 1.043.650 admissões e 912.640 desligamentos, no período, interrompeu a sequência negativa registrada no país desde março, e o estoque de empregos formais de janeiro a julho chegou a 37.717.045 novos postos.
Impulsionado pela indústria de transformação, o setor econômico da indústria liderou a geração de empregos formais, com saldo positivo de 53.590 vagas em julho. Depois dela, vieram os setores de construção (mais 41.986) e comércio (mais 28.383).
Completa a lista a agropecuária, que registrou saldo de 23.027 novos postos de trabalho formal, e o setor de serviços, com o fechamento de 15.948 vagas, o único negativo no sétimo mês do ano.
Todas as cinco regiões do país tiveram resultado positivo em julho. O melhor saldo pertence ao Sudeste, com a criação de 34.157 (mais 0,18%) postos de trabalho, enquanto a maior variação relativa do estoque coube ao Norte do país, com mais 0,76%, após gerar 13.297 vagas de emprego com carteira assinada.
No mês de julho, a região Nordeste teve saldo positivo de 22.664 postos, equivalente a um crescimento de 0,37%; enquanto o Sul registrou 20.128 postos (mais 0,29%) e o Centro-Oeste, 14.084 postos (mais 0,44%).
São Paulo, com 22.967 novas vagas (mais 0,20%), Minas Gerais (15.843, mais 0,40%) e Santa Catarina (10.044, mais 0,50%) tiveram o maior saldo positivo. Já o melhor desempenho em comparação ao estoque anterior ficou com o Maranhão (4.919 postos, mais 1,03%), Pará (7.356, mais 1,01%); e Mato Grosso (5.560, mais 0,77%).
Das unidades da federação, apenas Rio de Janeiro, Sergipe e Amapá registraram saldo negativo. Respectivamente, o resultado dos três estados é de menos 6.658 postos (menos 0,22%), menos 804 postos (0,30%) e menos 142 postos (0,21%).