Emprego e saúde são discutidos na Câmara; pauta segue ‘sobrestada’





Sessão ordinária realizada pela Câmara Municipal na noite de terça-feira, 20, resumiu-se a discussões sobre emprego e saúde. A menos de duas semanas das eleições municipais, os parlamentares encerraram os trabalhos com a votação de 19 requerimentos.

Um deles, apresentado por Oswaldo Laranjeira Filho (PT), foi o que tomou mais tempo de tribuna. No documento, endereçado ao prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, o edil pede informações sobre a situação de duas empresas com unidades em Tatuí: Rontan e Yazaki.

Laranjeira solicitou ao prefeito que oficiasse o Sindmetal (Sindicato dos Metalúrgicos de Tatuí e Região) para que “pudesse ter uma noção a respeito do panorama das indústrias”.

Antecipando as respostas ao documento, Ronaldo José da Mota (PPS) fez uso da palavra. Mesmo licenciado da função de presidente da entidade classista, Mota informou que vem sendo atualizado pela diretoria do sindicato a respeito de negociações com os representantes das duas empresas.

Ele informou que as companhias passam por momentos distintos. Conforme Mota, a situação mais delicada é a da Rontan. Ele citou salários atrasados, ações trabalhistas e dificuldades enfrentadas pelos funcionários.

Buscando entendimento com a diretoria da empresa, a entidade realizou assembleia na porta da unidade (reportagem nesta edição) no dia 21. O objetivo era definir uma pauta com data de negociação.

O vereador também criticou boatos, divulgados por meio de redes sociais, a repeito das situações das empresas, em especial, da Yazaki.

Reforçando comunicado divulgado pela multinacional de origem japonesa e noticiado em O Progresso na semana passada, Mota disse que a empresa não vai fechar a planta local – a primeira inaugurada no Brasil.

Segundo ele, a companhia está buscando uma reestruturação e, por conta da queda na produção de automóveis, passa por uma rotatividade (dispensa e contratações de funcionários conforme a demanda da produção).

Atualmente, a Yazaki possui 1.200 funcionários, sendo que 120 devem ser dispensados em outubro deste ano, com a transferência de uma linha de montagem.

Visando manter o maior número de empregos, Mota disse que o sindicato tem feito reuniões semanais com a diretoria da Yazaki. Para isso, formou comissão de funcionários responsável por intermediar as negociações. A empresa quer a revisão de direitos trabalhistas – ainda que temporariamente.

Mota afirmou que discussão semelhante aconteceu em 2009, quando a Yazaki dispensou 400 funcionários. Na época, implantou-se redução de jornada de trabalho e corte de benefícios. As medidas vigoraram por três meses. “Depois disso, a empresa recontratou mais de 70% dos demitidos”, mencionou.

A saúde entrou na pauta de discussões com palavra de Antônio Marcos de Abreu (PR). Na tribuna, o vereador debateu sobre requerimentos nos quais solicita lista de médicos que dão retaguarda ao Pronto-Socorro Municipal “Erasmo Peixoto” e o número de cirurgias eletivas realizadas pela Secretaria Municipal de Saúde neste ano, por meio de contratualização junto à Santa Casa.

Abreu declarou que vai acompanhar de perto a questão, uma vez que existe uma lei municipal (de autoria dele e aprovada pela Câmara) determinando divulgação da lista de espera de exames e cirurgias.

Também sobre saúde, Vaz Júnior relatou estar auxiliando a comissão provisória da provedoria que administra a Santa Casa a conseguir liberação de recurso. Segundo o vereador, o hospital deixou de receber R$ 2,5 milhões de emenda parlamentar por não ter certidões em dia.

Vaz Júnior fez a solicitação da emenda ao deputado federal Roberto de Lucena (PV), de São Paulo. A notícia da vinda do recurso foi divulgada em janeiro deste ano, antes da requisição feita pelo Executivo. A verba já foi empenhada, mas não pôde ser usada pela instituição.

Para não perdê-la, o vereador informou que o hospital e a equipe do deputado estão atuando em conjunto. A meta é evitar que o recurso volte para a União.

Último a se pronunciar na tribuna, Márcio Antonio de Camargo (PSDB) pediu atenção à Prefeitura para o atendimento na área da saúde. O vereador alegou que tem recebido queixas da população com relação à entrega de medicamentos, espera para realização de cirurgias e para atendimento com médicos especialistas.

Camargo também cobrou cronograma da operação tapa-buracos e envio de suprimentos a departamentos municipais.

Na sessão, os vereadores também aprovaram uma indicação de instalação de lombada e redutor de velocidade na rua Renato Alves de Oliveira, na vila Esperança.

Entretanto, não debateram os 27 projetos de lei (dois de lei complementar) que aguardam pareceres das comissões permanentes do Legislativo.

Como os vereadores que integram as juntas ainda não se manifestaram, a pauta segue sobrestada. A lista de projetos que aguardam análise inicial inclui desde criação de novas vagas de trabalho na Prefeitura a parcelamento de débitos com o TatuiPrev (Instituto de Previdência Própria do Município).