Em 1966





Lamentavelmente – e a coisa ainda continua -, o futebol brasileiro nunca foi, digamos, seriamente administrado. Se não fossem a categoria e a condição técnica de nossos craques, provavelmente não teríamos conquistado nada, se dependêssemos somente da organização que nunca existiu. Vínhamos embalados com o bi mundial em 1958 e 1962, e o tri na cabeça de nossos dirigentes era “mamão com açúcar”, ou seja, coisa já ganha.

João Havelange, então presidente da CBD (atual CBF), com olhar guloso para assumir a presidência da Fifa, fez varias lambanças na organização da nossa equipe para irmos à Inglaterra em 1966. Para começar, chamou, incrivelmente, 45 jogadores, montando quatro equipes, que, de forma mambembe, jogava aqui e acolá para agradar dirigentes e políticos. Não havia, com isso, critérios e, tampouco, treinos eficientes e produtivos.

Para se chegar aos 22 que seriam inscritos para a Copa, teve de tudo: pressão de clubes, de federações, outros foram somente com o nome, agrados e mimos. Servílio, craque palmeirense, e Carlos Alberto, lateral do Santos, eram grandes destaques da época, e foram cortados da seleção sem haver uma explicação, no mínimo, lógica.

A foto mostra uma formação para um destes treinos. Em pé: Carlos Alberto (era, portanto, do Santos), Valdir (Palmeiras), Brito, Fontana (ambos do Vasco), Dudu (Palmeiras) e Rildo (Botafogo). Agachados: Paulo Borges (Bangu), Silva (Flamengo), Lima (Santos), Parada (Bangu) e Paraná (São Paulo). Destes, somente Brito, Rildo, Silva, Lima e Paraná foram para o Mundial. E deu no que deu: fomos eliminados ainda na fase inicial. Histórias do futebol.

NOTA: As fotos são do arquivo pessoal do autor, que data de 50 anos. Ele, como colecionador e historiador do futebol, mantém um acervo não somente de fotos, mas de figurinhas, álbuns, revistas, recortes e dados importantes e registros inéditos e curiosos do futebol, sem nenhuma relação como os sites que proliferam sobre o assunto na rede de computadores da atualidade