ELEIí‡í•ES 2016 – Candidatos traçam panorama da cidade (ENTREVISTA)





Inicialmente, trace um panorama de como vê a cidade no momento, ressaltando seus maiores problemas e suas maiores virtudes.

José Guilherme Negrão Peixoto (Guiga)

Vejo, hoje, como um dos maiores problemas de Tatuí uma briga política que só atrapalha a situação que vive a cidade. Hoje, Tatuí sofre com essa briga entre alguns grupos políticos.

Por outro lado, vejo Tatuí numa situação muito favorável para o crescimento econômico. Tatuí está muito bem localizada, geograficamente, e suas virtudes naturais são muito grandes, como a própria fartura de água e eletricidade. Nós estamos preparados, hoje, para receber uma população de 200 mil habitantes.

Está, também, muito bem localizada. Ela está aqui próxima às principais rodovias do país. Então, Tatuí tem tudo a retomar o crescimento, e nós queremos, junto com a sociedade civil, junto com os munícipes, uma retomada consciente, uma retomada em que todas as atitudes feitas vão ser programadas para os próximos 15, 20 anos, e não de uma forma em que não seja projetado o crescimento da nossa cidade.

Nossa cidade tem que ser uma forma justa, uma forma correta, para que não traga prejuízos futuros.

José Manoel Correa Coelho (Manu)

A cidade, ela vem passando um momento de transição. Nós estamos projetando uma nova Tatuí. Apesar da crise, que é um cenário nacional, Tatuí, ela não tem nenhum dos serviços paralisados. Todos os serviços essenciais, como a Saúde, a Educação, a segurança, na infraestrutura, funcionando em todos os seus serviços. O funcionalismo, com o seu pagamento em dia e com os maiores reajustes que foram dados por todos esses anos. E atraindo vários investimentos para a cidade.

Estamos aí com empreendimentos que vieram para Tatuí, como a nossa Noma, que nós trouxemos, juntamente com o Ibis, que é também um hotel que vai gerar emprego.

E também aqui uma nova unidade do Coop e, agora, também, uma nova unidade do São Roque. Ou seja, apesar de toda essa crise, nós estamos reinventando a maneira de administrar, buscando parcerias privadas, que o município está conseguindo manter os seus serviços. Está conseguindo dar conta do recado, apesar da queda brusca na arrecadação, e ainda atraindo novos investimentos.

Então, Tatuí está indo num ritmo diferente do que a gente vê na região e em várias outras cidades do Estado.

Luiz Gonzaga Vieira de Camargo (Gonzaga)

Eu vejo a nossa cidade vivendo uma crise muito grande, uma situação que a gente não imaginava que ela fosse chegar a tanto. Uma crise de desemprego enorme.

A cidade sem direção, sem gestão, sofrendo as dificuldades em todas as atividades que a gente vê. Principalmente, aqueles a quem a Prefeitura mais tem que olhar, que são os menos favorecidos. São esses, infelizmente, que mais estão sofrendo com essa situação.

Não há medicamento, não há tratamento médico adequado, uma série de problemas. Sem contar com a má condição das nossas ruas, das nossas praças. Enfim, é um problema muito sério que a gente vê.

E não vemos, também, infelizmente, nenhum investimento sendo realizado na nossa cidade. A não ser a fábrica da Noma, que foi uma luta nossa, ainda na nossa última gestão.

Rogério de Jesus Paes (Milagre)

Hoje, vejo Tatuí um pouco parada. Falta de emprego. Uma cidade que a pavimentação está fora do normal, precisa arrumar essa pavimentação da cidade, e precisando, urgentemente, de que a nossa Saúde seja mais amparada. Que eu vejo hoje a situação complicada demais. O pronto-socorro.

E vejo que a nossa cidade precisa melhorar, melhorar muito, muito mesmo.

E tem suas virtudes, que é a Festa do Doce. Hoje, é um sucesso, não podemos negar isso. Mas, tenho certeza que existem coisas mais ruins do que boas. E tenho certeza, também, que nós vamos mudar tudo isso.

E precisamos pensar que o povo não merece passar o que está passando. E vamos chegar num acordo e a cidade vai melhorar muito ainda.


Quais as propostas mais importantes de seu plano de governo?

José Guilherme Negrão Peixoto (Guiga)

Nosso plano de governo tem inúmeras propostas que vai de encontro com as maiores necessidades que a nossa cidade necessita. Hoje, nós temos como principal situação o resgate da dignidade do povo de Tatuí. O povo de Tatuí tem que voltar a falar, a estufar o peito e falar: “Eu sou de Tatuí”.

Nossas propostas incluem, primeiramente, uma Saúde. Uma cidade que não tem uma Saúde de qualidade não é uma cidade que esteja preparada para o progresso.

Uma cidade que não tenha uma Educação de qualidade, desde a creche, passando pelo ensino médio, ensino fundamental, não está preparada para o crescimento econômico. Uma cidade que não tem uma segurança boa, não está preparada para o crescimento.

Então, nosso plano de governo está em resgatar essas três pilares de sustentação. A Saúde, trazendo situações em que o munícipe vai buscar a qualidade da Saúde da nossa cidade. Vai trazer, também, a segurança para a cidade e a Educação em todos os níveis, desde a creche até o ensino fundamental.

José Manoel Correa Coelho (Manu)

Nós temos propostas na área da Educação que, com certeza, foi onde a gente avançou muito. Fomos o prefeito que mais fez creche. Vamos entregar oito ainda até outubro. Já são 7 entregues e 11 até os quatro anos. Então, com qualidade desde o material escolar, a merenda com nutricionista balanceada, transporte para todos os alunos, e cuidador para crianças portadoras de alguma deficiência, ou especiais, dentro da sala de aula, que hoje é uma lei de inclusão.

E queremos, ainda, avançar mais. Construir mais creches – oito creches, se assim a gente conseguir chegar para o próximo exercício. Mais quatro escolas, também, do ensino fundamental.

E assim como também avançamos muito, conseguindo equalizar a Saúde, que era um sério problema. Gastamos, hoje, 34% que era para gastar 15%. Melhorarmos o índice de mortalidade (infantil). Quando eu assumi em 2013, eram 15 (recém-nascidos) que faleciam a cada mil (nascidos vivos). Hoje, apenas sete. Mas, temos que melhorar mais. A Saúde é uma busca incansável de melhoria. Mas, hoje, pronto-socorro e Santa Casa aberta e todas as unidades funcionando.

Luiz Gonzaga Vieira de Camargo (Gonzaga)

O nosso plano de governo, ele é centrado em cinco eixos. Em primeiro lugar, o primeiro eixo, nós desejamos a nossa cidade bonita, sem buraco nas ruas, sem mato, nem lixo nas calçadas, com as praças limpas, o paisagismo bem cuidado, o meio ambiente preservado, moradias dignas, iluminação e segurança para a população.

Em segundo lugar, queremos saúde com dignidade. Vamos acabar com essa demora e falta de respeito ao atendimento das pessoas que precisam de auxílio médico. Vamos investir na Santa Casa.

Vamos, em terceiro lugar, procurar emprego. Dar emprego como se fosse a cidadania. Podemos ajudar as pessoas a se reinserirem no mercado de trabalho.

Em quarto lugar, está a Educação, educação para os jovens. Nossos professores e professoras precisam ser estimulados, valorizados, fazendo da sala de aula um lugar que abre as portas para o futuro.

Em quinto lugar, vamos edificar uma cidade inteligente. Nesse mundo de tanta tecnologia, tanta internet, vamos inserir a nossa cidade na era digital. Vamos tirar a administração pública do passado, incluindo-a no presente, fazendo de Tatuí um exemplo para o Brasil.

Rogério de Jesus Paes (Milagre)

Hoje, tenho várias propostas de governo que vai beneficiar muito a nossa cidade. Os postos de saúde vão atender até às 20h, porque hoje eu vejo a necessidade urgente de que os bairros precisam disso. Eu vejo pais com os seus filhos que trabalham, não dá tempo de ir, um pai não pode levar até o pronto-socorro. Então, vai ser atendido até às 20h, sempre na escala de seis horas, cada período.

Tem também um projeto muito legal que é para os bairros, que o lazer também faz parte do dia a dia da população. Vou fazer os piscinões nos bairros. O quê que é isso? É uma piscina pública diretamente bem próxima dos moradores do bairro. Que hoje nós temos uma piscina pública, no centro da cidade, e vou expandir isso pelos bairros para que a população possa usufruir disso também nos bairros.

Outra coisa na área de lazer: quero fazer modelo aquela Zilah de Aquino (Praça do Carroção), que hoje tem os brinquedos lá. Expandir também pelos bairros, para que as crianças tenham sua área de lazer mais próximo da sua casa.

Tem também uma grande expectativa de trazer novas indústrias para Tatuí, que hoje eu vejo necessidade, de muita gente desempregada, firmas que hoje estão fechando em Tatuí. Eu tenho certeza que vou fazer o máximo de mim para que eu consiga trazer novas indústrias. Apoiar o agronegócio, que seria o ideal para que possamos desenvolver melhor a nossa cidade.


Com a recessão econômica do país, Tatuí vem enfrentando sua própria crise. O Ministério do Trabalho e Emprego aponta saldo negativo de menos 270 postos entre janeiro e junho deste ano. Como o senhor vê a questão do desemprego na cidade neste momento?

José Guilherme Negrão Peixoto (Guiga)

A crise econômica que atravessa o país é uma realidade. Porém, a realidade aqui de Tatuí, em comparação com as outras cidades da nossa região, é diferente. Tatuí sofre, sim, uma falta de empregos grande.

Nós queremos trabalhar de uma maneira correta, de uma maneira justa, em que nós possamos ir buscar em outra cidade, em outros Estados, empresas para aqui se estabelecerem.

E nós contamos com essas empresas para que elas possam gerar emprego, e, com isso, nós vamos fazer cursos profissionalizantes para que essas empresas sejam bem instaladas aqui.

Nós queremos fazer um pacote de coisas para trazermos para Tatuí nova geração de emprego. Tatuí está carente. Tatuí, se você andar pela região, você vai ver que dificilmente tem uma cidade que sofre tanto com emprego que nem Tatuí.

E, para o empresário que vier se instalar em Tatuí, nós temos que preparar a cidade, a infraestrutura da cidade, que são os três pilares de sustentação para qualquer cidade: saúde, educação, segurança.

Se a cidade não tiver esses três pilares prontos, nenhuma empresa vai querer, nenhum empresário vai querer instalar em nossa cidade a sua empresa.

José Manoel Correa Coelho (Manu)

A questão de Tatuí é, ressalto novamente, a geração de empregos. Na construção das casas populares, foram mais de mil empregos. Absorveram uma grande fatia das empresas que tiveram demissões – inclusive, o próprio polo cerâmico. E lá fizemos questão de que fossem feitos, também, com tijolos que são construídos aqui na cidade, para gerar emprego na cerâmica.

Em contrapartida, fizemos parcerias que trouxeram esses investimentos, tanto na área empresarial como na área industrial. A Noma já está empregando, e vai empregar em torno de mil empregos.

Ao lado da Noma, mais outras duas empresas grandes, que são fornecedoras da empresa, já estão em conversa com a Prefeitura e irão gerar mais 2.000 empregos. Ali, no hotel (Ibis), 300 empregos e, futuramente, no shopping, que vai ser o nosso grande salto de qualidade, o novo vetor econômico empresarial, quase 4.000 empregos.

Esse período sazonal de início do ano é normal ter uma queda, realmente, nos empregos. Isso aí é acompanhado ano a ano. Se vocês verem, inclusive, a matéria do próprio Progresso, que isso aí há essa queda, que final do ano há um emprego maior, principalmente, na área do comércio. Então, isso daí é uma coisa que acontece normalmente. Agora, devido a algumas empresas estarem passando dificuldade, isso é um sistema que hoje, infelizmente, o Brasil está passando. E espero que nós, aqui, vamos atravessar, como nós já estamos passando essa crise.

Luiz Gonzaga Vieira de Camargo (Gonzaga)

Com muita preocupação, porque, na minha gestão, nós criamos em Tatuí quase 8.000 novos empregos. E estamos vendo a cidade perder, a cada mês, postos de trabalho.

Enquanto as cidades da região estão com a oferta de emprego positiva, Tatuí está com oferta de emprego negativa, e isso nos prejudica enormemente. A cidade está paralisada. Não se vendem lotes, o comércio nosso está com uma dificuldade enorme. Tudo isto baseado na falta de perspectiva.

Mesmo aqueles que estão trabalhando, eles ficam se segurando com o receio de amanhã não terem o trabalho à sua disposição. Então, esse é o grande problema que eu vejo hoje.

Nós precisamos recuperar os postos de trabalho perdidos e atrair, para a cidade, novos investimentos que venham a gerar empregos. E isso nós fizemos na nossa gestão com muita competência.

Criamos várias ferramentas para atrair investimentos. Infelizmente, elas foram abandonadas pela atual gestão e não se vê nenhuma perspectiva de progresso no momento.

Rogério de Jesus Paes (Milagre)

É muito triste ver pai de família desempregado. É muito triste ver o comércio de nossa cidade caindo, sem ter uma renda fixa para todos que trabalham.

Eu vejo o comércio muito fraco, porque, se não tem emprego, não gera o comércio da cidade. Precisamos trazer indústrias, urgente. Vejamos, hoje, a Rontan, FBA dispensando funcionários. Mas isso é uma crise, não é só Tatuí. Essa é uma crise do Brasil.

E tenho certeza que, junto com os vereadores da cidade, próximo mandato, nós vamos mudar isso. Nós vamos atrás, nós vamos fazer unir, e vamos atrás de novas indústrias, dando incentivos fiscais para que as indústrias se localizem na nossa cidade. Esse é o objetivo principal de nossa administração.


O Orçamento de Tatuí cresceu pouco de 2015 para 2016. Passou de R$ 320,7 milhões para R$ 345,5 milhões. Desse valor, quase metade vai para pagamento de salário dos funcionários públicos. O restante é dividido entre Saúde, Educação e demais áreas.

O que pretende fazer para aumentar a arrecadação? Pensa em reajuste de impostos?

José Guilherme Negrão Peixoto (Guiga)

Isso é uma grande realidade. Hoje, 15% do nosso Orçamento é direcionado para a Saúde, 25%, para a Educação. Nós temos que, primeiramente, quando pegarmos a Prefeitura, nós temos que ver um ajuste em toda a Prefeitura. Fazer uma torneira, fechar a torneira e ajustar, adequar o Orçamento de Tatuí com a sua atual realidade.

Nós não podemos, de maneira alguma, fazer coisas que não estão em nossas condições. Eu não quero deixar para o próximo governo dívidas que nem foram deixadas no governo passado e que eu acredito que nós vamos pegar nessa gestão.

Nós queremos fazer um governo consciente, um governo com pessoas técnicas na área de economia, para que nós possamos readequar essa queda de Orçamento, para que Tatuí possa, sim, viver de uma maneira correta. Uma maneira em que a distribuição, que a grande parte quase 50% vão para os salários, 15%, para a Saúde e 25%, para a Educação, usadas de uma forma certa, para que só tenha dinheiro para que nós possamos reestruturar toda a nossa cidade.

José Manoel Correa Coelho (Manu)

Nós tivemos uma queda de arrecadação já em 2015, os mesmos R$ 320 (milhões) a gente não conseguiu efetivar ele na totalidade. Teve quase uma queda de 10%. Justamente que foi o aumento previsto para agora, para 2016, foi muito pequeno. Já colocamos aí até uma queda prevista, por isso que a gente tenta chegar nesse valor, realmente. Trabalhar com seriedade, com responsabilidade.

Conseguimos, através de cortes de gastos na administração, que, quando eu assumi, eu assumi com R$ 40 milhões de dívidas, a cidade com nome sujo. Serviços, vários deles, cortados: energia, telefone, a cesta básica do funcionário.

E ainda conseguimos reinventar com a queda da arrecadação, consegui manter tudo isso funcionando. Colocamos tudo isso em dia.

Colocamos agora, estamos aí fazendo uma frente para atrair mais empresas para a cidade, para a gente gerar, realmente, mais receita para o município. E já está vendo esses projetos que estão saindo do papel, como o próprio shopping, que vai aumentar em 10% a arrecadação do município num período aí de mais dois anos. Ou seja, os projetos já estão andando para que Tatuí consiga ampliar a sua arrecadação.

E estamos trabalhando com otimização de gastos. Diminuímos de 150 cargos em comissão, apenas para 43. E ainda criamos a Secretaria do Esporte. Eram 11 secretarias, agora são 8. Todas elas trabalhando, dando conta de todos os serviços da cidade com economia e eficiência.

Luiz Gonzaga Vieira de Camargo (Gonzaga)

Não. Eu penso em melhorar a gestão, com economia. Hoje, se gasta dinheiro desnecessariamente. Não é possível uma cidade como a nossa gastar com monitoramento de creches e escolas a bagatela de R$ 407 mil. Isso é jogar dinheiro pelo ralo. Eu não concebo isso. Fazer um serviço que poderia ser feito por menos de 10% desse valor. Eu sei por que eu sou da área, eu conheço isso.

É um absurdo o que se gasta. É um absurdo o que se gasta em vários contratos. Nós precisamos rever os contratos, aplicar com muita sabedoria cada centavo do imposto arrecadado.

E eu tenho certeza que ele vai dar para tocar a máquina sem fazer novos aumentos, porque isso não está, de maneira nenhuma, na nossa programação. Por quê? Porque o povo não aguenta pagar mais impostos. Chega de dois carnês de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Jamais faremos um aumento de imposto na nossa gestão.

Rogério de Jesus Paes (Milagre)

Isso seria uma forma. Mas, aí, também, quem pagaria com isso seria os moradores da cidade, o povo. Eu acredito que eles não merecem isso. Existem outras formas que nós vamos estudar, trazendo novas indústrias que vão gerar mais emprego, e o comércio vai virar. E isso vai entrar ISS (Imposto Sobre Serviços) para a cidade.

Não precisamos sacrificar o povo para que aumente a renda de nossa cidade. Nós precisamos, sim, trazer o povo junto a nós. Fazer com que eles consigam também ter sua vida. Ter a sua casinha própria, porque a vida do povo de Tatuí não está fácil.

Então, precisamos, sim, é trazer novas indústrias. Esse seria o ideal para Tatuí que geraria novos empregos, o comércio também pagaria mais ISS para a cidade. Isso seria viável, mas reajuste de novos tributos nada disso vai ser feito na minha gestão.

 

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