Educação convoca reunião técnica para detalhar sistema de monitoria





Cristiano Mota

Equipamentos levados ao Centro Municipal foram utilizados em simulação de ocorrência junto a servidores

 

Alvo de questionamentos na Câmara Municipal, o SIS (Sistema Integrado de Segurança), contratado pela Prefeitura, foi tema de reunião técnica na manhã de quinta-feira, 9.

Convocada pela Secretaria Municipal da Educação, ela teve participação de diretoras, coordenadoras e supervisores das 50 unidades de ensino que passarão a ser monitoradas em abril.

Os profissionais acompanharam explicações sobre o funcionamento dos equipamentos. A apresentação ficou a cargo de Waldir Martins, gerente-geral da GP Eletrônica, responsável pela área de tecnologia da GP Segurança Eletrônica. A empresa venceu licitação para prestação do serviço.

No Centro Cultural Municipal, Martins e equipe explicitaram como o sistema funciona, de que maneira deve ser operado e “afinaram” detalhes com os responsáveis.

Eles estiveram acompanhados pela secretária municipal da Educação, Cultura e Turismo, Ângela Sartori, pelo secretário municipal de Governo, Segurança Pública e Transportes, Onofre Machado da Silva Junior, e pelo comandante da Guarda Civil Municipal, Doraci Dias de Miranda.

Basicamente, o SIS é composto por sensores de movimento (ligados a um sistema de alarme) e pelo CFTV (circuito fechado de televisão). Os equipamentos são monitorados em tempo real, 24 horas por dia, pela empresa, que instalou uma base operacional e mantém equipe de vigilância.

Para o secretário de Governo, a tecnologia empregada no município “otimiza, e muito” o resultado na área da segurança pública. Machado Junior citou que esse tipo de equipamento está sendo, cada vez mais, implantado nas cidades. Em Tatuí, o titular disse que a tecnologia é “bem-vinda”.

De acordo com ele, a nova “ferramenta” da empresa deverá ser utilizada em conjunto com os órgãos de segurança. Nesse caso, a GCM e as polícias Civil e Militar.

Ainda em fase de implantação, o sistema exigiu a criação de uma intranet e teve a primeira etapa concluída (a instalação dos sensores). O trabalho está sendo acompanhado pela secretaria, por meio de Antonio Celso Fiuza Junior.

Na apresentação, Martins disse que “Tatuí está sendo privilegiada em termos de tecnologia”. O representante da empresa afirmou que os equipamentos implantados nos prédios da Educação são “eficientes e minimizarão riscos”.

Entre eles, de intrusões e vandalismo. Afirmou, ainda, que as câmeras e os sensores contribuirão com a segurança dos alunos, pais e professores.

Antes das explicações técnicas, os responsáveis pelas escolas assistiram a vídeo institucional sobre a empresa. A GP Segurança Eletrônica tem 45 anos de existência e soma 17 mil funcionários vigilantes, empregados em empresas, comércio e órgãos públicos, em geral.

O SIS permite gravações em tempo real e monitoramento por meio de duas bases. A primeira fica na cidade de Indaiatuba e a segunda, em Tatuí. Ambas contam com operador, sendo que a de Tatuí possui vigilantes para “averiguação visual”.

Como os vigias não podem entrar nas escolas, eles devem trabalhar em conjunto com a GCM. A corporação municipal será acionada sempre que houver algum “evento” (como são chamadas quaisquer alterações verificadas pelo sistema).

Para ser implantado em Tatuí, o Sistema Integrado de Segurança exigiu a instalação de uma rede própria. A intranet é utilizada tanto para a transmissão de imagens como para o acompanhamento do sinal do sistema de alarme.

Ela também está preparada para oferecer sinal de internet para escolas distantes do centro e que não possam ser atendidas pelas empresas de telecomunicações. “Esse é um dos benefícios que a rede proporciona”, disse Martins.

Segundo ele, “a tecnologia resulta em economia para o município, uma vez que evita o custo do homem” (de manter um vigia ou um posto de vigilância 24 horas). Martins afirmou que, mesmo se quisesse, a GCM não teria contingente suficiente para manter um guarda em cada um dos prédios públicos.

Em Tatuí, o SIS comportará 680 câmeras. Elas serão distribuídas em 50 escolas, com número variado por unidade de ensino. O gerente-geral explicou que a quantidade de câmeras segue projeto definido pela Educação.

“Cada escola tem um escopo diferente, por força do projeto, mas que pode ser reajustado se, amanhã, os diretores perceberem necessidades específicas”, observou.

Os ajustes serão realizados sem custos ao município. Martins destacou que o contrato estipula que a empresa faça até 25% de “implementos”. Nesse caso, a Prefeitura poderia solicitar 170 câmeras a mais que o previsto no projeto.

Além do aumento do número de câmeras – ou de sensores –, as unidades poderão solicitar reformulações. Entre elas, mudanças de posicionamento dos equipamentos.

Martins explicou que a empresa tem a obrigação de atender aos pedidos, uma vez que vendeu o serviço. Também reafirmou, como obrigação, a reposição de algum equipamento que ocasionalmente apresente defeito no prazo máximo de 24 horas. “Isso será feito sem nenhum custo adicional”, ressaltou.

Na explicação, Martins citou que o sistema tem como premissa prevenir e coibir a ação de criminosos. Entretanto, enfatizou que ele não impedir o crime “efetivamente” é impossível. “Quem tiver disposição de entrar, roubar ou fazer qualquer coisa, vai fazer. A única diferença é que terá uma dificuldade maior”.

Em caso de evento (disparo de alarme ou verificação por meio das câmeras de invasão), a empresa tem um tempo mínimo previsto em edital para “agir”.

Conforme Martins, os vigilantes têm prazo de uma hora para chegar aos locais. Contudo, a estimativa para Tatuí é de que esse tempo fique entre cinco e dez minutos.

O motivo é que, na cidade, os vigilantes utilizarão motos para se deslocar, reduzindo o tempo previsto. Caso esse tempo não possa ser cumprido por conta da extensão do município, Martins disse que, “dependendo da distância da localidade”, a empresa poderia instalar mais uma base no município.

Nas escolas, o sistema de alarme representa a primeira forma de identificação de evento. Por conta disso, os diretores, coordenadores e supervisores receberam treinamento sobre a “armação do sistema” (cadastro de senha, contrassenha) e instruções de como agir em caso de disparo acidental.

A empresa temporizou (programou os dispositivos) para uma média de 30 segundos até que o alarme seja ligado. O tempo varia conforme o “layout” das instituições de ensino.

Também conforme o gerente-geral, os equipamentos estão preparados para funcionar mesmo sem energia elétrica. Tanto os sensores como as câmeras são dotados com sistema de bateria que garante autonomia por um tempo não divulgado.

O sistema de CFTV também é preparado para filmar à noite e, assim como os sensores, fica do lado externo das escolas. Por esse motivo, o alarme é ajustado para não disparar na presença de animais. “O sensor é imune a eles”, disse Martins.

Para ele, o custo do sistema – de R$ 404 mil por mês – é um investimento que inibe vandalismo, intrusão e roubo de bens do patrimônio público.

“O objetivo, na verdade, é dar um pouco mais de proteção. Essa é a ideia. Quando se fala em valores, é preciso lembrar que se trata de um serviço contratado e que toda a manutenção está incluída, e sem custos para a Prefeitura”, declarou.

O mesmo princípio é apontado para o custo do operador e da equipe que fará a vigilância. Num primeiro contato, a empresa é quem envia vigilantes para a averiguação. Também fica responsável por “interagir” com a Guarda Civil Municipal.

Na cidade, a empresa mantém um posto 24 horas com quatro funcionários. A equipe conta com veículos, é uniformizada e trabalha com rádio. “A nossa base operacional é usada para fazer toda a gravação das imagens”, explicou.

Martins também ressaltou que o custo previsto no contrato se deve à “alta tecnologia” dos equipamentos. A transmissão das imagens e dos sinais de alarme é feita por meio de rede que já liga (no caso dos sensores) todas as escolas à base.

“A tecnologia é totalmente diferenciada, não é um simples ‘wireless’. Basta dizer que a tenho instalada em Salto há quase quatro anos e nunca tivemos problema”, disse.

Martins ainda sustenta ser outra vantagem do SIS o custo em relação a uma rede dedicada à comunicação. Conforme o gerente-geral, a Prefeitura chegou a fazer orçamento para algo nesse sentido. “O preço ficou mais caro”, comentou.

A implantação completa do sistema deve acontecer até o final deste mês. Martins argumentou que boa parte das câmeras (importadas) está sendo checada na alfândega. “Infelizmente, deu canal vermelho (quando há conferência documental e física) do meu fornecedor, e está chegando ‘picado’”, disse.

A empresa fará a instalação na medida em que os equipamentos forem sendo liberados. No total, 200 câmeras já estão em operação. Outras cem devem ser instaladas até o fim desta semana e o último lote deve chegar nos próximos dias.

Caso os equipamentos não sejam liberados a tempo, Martins afirmou que a empresa se comprometeu a instalar câmeras provisórias. Essas serão substituídas quando as definitivas chegaram. “Isso está previsto no serviço”, falou.

Por conta do investimento, a empresa enfatizou que os equipamentos não ficam para o município caso a Prefeitura queira encerrar o contrato ao final de dois anos.

Para implantá-los, a GP Segurança Eletrônica investiu não somente nos equipamentos, mas em eletrodutos galvanizados a fogo e com durabilidade alta. “Não é qualquer intempérie que vai fazer apodrecer ou enferrujar”, disse.

Conforme o gerente-geral, “o investimento é compatível com a qualidade dos serviços e equipamentos”. “Quando se fala em custo, é exatamente nisso que falamos, em qualidade do projeto comprado, que é bastante sofisticado”, sustentou.

Martins destacou que as câmeras implantadas em Tatuí são de alta resolução. Ainda de acordo com ele, embora analógicas, elas têm qualidade de câmeras IPs (que pode ser controlada e acessada por meio da internet).

Cada unidade escolar ainda conta com um DVR (aparelho para gravação das imagens) com custo de R$ 15 mil por unidade e servidores avaliados em mais de R$ 70 mil. O investimento também inclui gastos com armazenamento.

Martins disse, também, que toda a instalação está sendo “bancada” pela GP Segurança Eletrônica. Conforme ele, o Executivo ainda “não soltou um centavo”.

O gerente-geral explicou que o pagamento só será realizado a partir do termo de entrega final (quando as 50 unidades tiverem os equipamentos instalados). “Aí, sim, começa a gerar faturas para pagamento em 30 dias”, declarou.

Em entrevista, Martins disse que a empresa está aberta a esclarecimentos e a novas reuniões. “Essa foi a primeira, mas outras poderão acontecer, inclusive, com quem se interessar. Se a Câmara de vereadores achar interessante, podemos fazer uma apresentação como esta, ou uma focada. Estamos aqui para atender às necessidades da cidade, à disposição”, concluiu.