“Dolly” decide fechar unidade e deixa mais 700 desempregados

Unidade local terá atividade encerrada (foto: arquivo O Progresso)

A unidade tatuiana da companhia de refrigerante “Dolly” será fechada após o bloqueio das contas da empresa pela Justiça. Pelo menos 700 pessoas serão demitidas, conforme informou a assessoria de imprensa da empresa. A companhia tem outras duas fábricas em São Paulo, em São Bernardo do Campo e Diadema.

O empresário Laerte Codonho, proprietário da Dolly, foi preso em maio deste ano, acusado de fraude fiscal de pelo menos R$ 4 bilhões. O empresário, que nega ser devedor de um montante tão grande, foi solto dias depois, mas ficou afastado da gestão da empresa e com uma determinação judicial de recolhimento domiciliar.

Na época, os promotores de Justiça Rodrigo Mansour e Arthur Lemos afirmaram que Codonho é um dos maiores devedores de ICMS de São Paulo. A prisão do empresário foi pedida porque havia o histórico de destruição de provas, segundo eles. Só em ICMS são mais de R$ 2 bilhões devidos, de acordo com o Ministério Público de São Paulo.

Em entrevista à “Folha de S. Paulo”, na semana passada, Codonho disse não ter entendido o motivo da prisão dele porque a empresa vem pagando um parcelamento de débito negociado desde o ano passado. Também questionou outra operação de que fora alvo em 2017, a operação Clone.

O empresário foi encaminhado ao 77º DP e chegou à delegacia com um papel sulfite nas mãos, onde se lia “Preso pela Coca-Cola”, escrito com batom vermelho.

Ele afirmou ser perseguido por um complô formado entre a Procuradoria, que, segundo ele, estaria interessada em receber honorários, e a Coca-Cola, que estaria preocupada com a concorrência da Dolly.

Em resposta à entrevista de Codonho, a Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo afirmou que os débitos estaduais inscritos em dívida ativa, de responsabilidade do grupo Dolly, estão disponíveis para consulta pública, na página eletrônica do órgão, onde se identifica débito total superior a R$ 1,5 bilhão.

A procuradoria disse, também, que o bloqueio judicial de bens do grupo Dolly foi determinado em ações ajuizadas pelo Ministério Público e pela Procuradoria, assim como no âmbito federal pela atuação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.