Diversidade de mães é abordada por Raquel Prestes em trabalho





Dez anos após publicar o primeiro livro de literatura infantil, a escritora Raquel Prestes lançou, no dia 19 deste mês, um novo trabalho. A quarta obra da carreira dela, intitulada “As Mães nunca São Iguais”, foi apresentada em Americana.

O evento de lançamento aconteceu no Zoológico de Americana, às 10h. A cidade foi escolhida por ser a sede da Editora Adonis, a publicadora da obra.

O livro, de 16 páginas ilustradas, tem preço de R$ 50, porém, será comercializado promocionalmente por R$ 35 no lançamento. Na ocasião, a pedagoga fez sessão de autógrafos e contação de histórias para divertir o público.

A exemplo do que fez no primeiro trabalho, “O Menino Passou por Aqui”, de 2006, a escritora resolveu se responsabilizar pelas ilustrações, feitas à mão, com lápis aquarela e giz pastel.

O livro mostra, para crianças, a “diversidade” das mães: “boazinhas”, “bravas”, de todas as cores, contadoras de história e as que gostam de novelas, entre outras.

Ao mesmo tempo em que a escritora abre para os pequenos a diversidade das mães, o livro mostra que, no fundo, todas têm por igual o amor que sentem pelos filhos.

O lançamento em Tatuí está previsto para o dia 12 de agosto, após as comemorações do aniversário da cidade. O evento será no MHPS (Museu Histórico “Paulo Setúbal”). Segundo a escritora, a data coincidiu “por acaso”.

As vendas da obra começarão após o lançamento local. Por ora, a escritora comercializará o livro pessoalmente. Porém, vai negociar a venda em livrarias locais.

A tiragem da obra atual, como nas anteriores, será de mil unidades na primeira edição. Como os direitos autorais foram repassados para a editora, a escritora afirma não saber exatamente quantas impressões foram feitas de cada um dos demais livros.

“Todos foram mil unidades, exceto um deles, que teve impressão de mil exemplares adicionais, para a Prefeitura de Belo Horizonte. Como eles fazem vendas para municípios, são várias vendas, e vão aumentando a tiragem”, explicou.

Desde que o filho era pequeno, a escritora tem mostrado talento para contar histórias a crianças. Antes de dormir, o pequeno, que hoje tem 19 anos, pedia para Raquel contar histórias. Após entreter o menino e ele dormir, a escritora registrava a história em um caderno.

“Começou assim, de contar história para o meu filho, passar para o papel. Depois, passei a ilustrar, nada almejando grandes coisas. Tenho quatro livros publicados, mas mais de 18 histórias escritas”, relembrou.

O início

A primeira história foi escrita por volta de 2000, quando o filho de Raquel tinha 3 anos de idade. Após mostrar as primeiras histórias para familiares, amigos e colegas de trabalho, a escritora resolveu publicar uma delas, com ilustrações próprias.

A escritora e ilustradora afirma estar em constante processo criativo. Quando não está escrevendo novas histórias, Raquel está com lápis em mãos, desenhando algo.

“Sou aquela pessoa que, quando estou parada ou conversando, fico desenhando, sempre com lápis na mão. O desenho está dentro de mim, e ele pede para sair. A minha mente cria imagens a todo o momento”, declarou.

Raquel explica que o processo de transformação da história em ilustrações é mais demorado que a criação da história em si. É necessário imaginar a cena contada no livro e desenhar de forma que as crianças se interessem.

“A ilustração dá muito mais trabalho. Tenho que imaginar, tirar uma sensação da criança no momento em que ela lê. Algo que impressione na ilustração, que chame atenção, é imaginar aquela cena anunciada no livro”, contou.

Para chegar ao desenho ideal, a escritora faz diversas ilustrações. As descartadas são guardadas ou, então, coladas como enfeites em algumas paredes da casa da professora.

Os dois trabalhos anteriores de Raquel, “Vamos Jogar” e “Ovelha Raquel” tiveram os desenhos feitos por outras pessoas. O processo criativo é diferente, e o ilustrador imagina a cena criada por ela. Nem sempre a relação entre escritor e desenhista é 100% harmoniosa.

“Já aconteceu de eu ter uma história e a ilustração feita pelo desenhista não ser bem o que eu queria. Esse ponto de vista eu tenho que aceitar, de certa forma”, explicou.

As inspirações para Raquel são a escritora ítalo-brasileira Eva Furnari e o ilustrador André Neves. Eva tem mais de 60 livros publicados e é admirada por escrever e ilustrar os próprios livros, enquanto Neves tem o reconhecimento pelo “traçado muito rico em detalhes”.

A escritora afirma não gostar muito de falar do futuro e planejar, porém, admite que possa escrever livros voltados para o público infantil com alfabetização mais avançada e público infanto-juvenil. “Se eu me encher de ansiedade, não consigo criar alguma coisa. Meu momento agora é focado neste livro”.

O único plano que a escritora fala abertamente é a vontade de aprimorar as técnicas de desenho e o desejo de começar a desenhar em mesa digitalizadora, equipamento no qual o ilustrador trabalha diretamente no computador. “Hoje, faço tudo artesanal, na mão”.