Dia D marca fim da campanha contra sarampo e imuniza mais de 80 jovens

Aplicação da tríplice viral continua disponível em todas as unidades de saúde (foto: AI Prefeitura)
Da reportagem

Seguindo o calendário nacional do Ministério da Saúde, a prefeitura de Tatuí, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, promoveu no sábado passado, 30 de novembro, o último “Dia D” da Campanha Nacional de Vacinação contra o sarampo. A ação foi direcionada aos jovens com idade entre 20 e 29 anos que ainda não haviam sido imunizados.

Conforme divulgado pela VE, das 8h às 14h, foram aplicadas 83 doses. Para intensificar a ação, foram disponibilizados profissionais de saúde na Praça da Matriz, das 8h às 13h, e nas unidades de saúde do Jardim Santa Rita de Cássia, vila Angélica, Valinho e CDHU, das 8h às 14h.

Neste ano, a campanha nacional foi dividida em duas etapas. Na primeira, realizada entre os dias 7 e 25 de outubro, foram vacinadas 269 crianças na faixa de seis meses a menores de cinco anos de idade.

Já na segunda etapa, promovida entre os dias 18 e 30 de novembro, quando houve a intensificação para jovens de 20 a 29 anos, foram aplicadas 162 doses nas unidades básicas de saúde e postos de imunização.

A enfermeira responsável pelo Setor de Imunização da Vigilância Epidemiológica, Elis Diniz, explica que o Dia D marcou o final da campanha, contudo, a aplicação da dose da vacina tríplice viral (que protege contra sarampo, rubéola e caxumba) continua disponível nas unidades básicas de saúde.

“A campanha, que ocorreu entre os dias 7 de outubro e 30 de novembro, foi uma intensificação da imunização que já ocorre durante todo o ano e faz parte do calendário vacinal de rotina. As doses continuam nos postos, e aqueles que ainda não foram vacinados devem procurar a unidade mais próxima”, destaca Elis.

O Programa Estadual de Imunização prevê que crianças e adultos, com idade entre um e 29 anos, devem ter duas doses da vacina contra o sarampo no calendário. Acima desta faixa, até 59 anos, é preciso ter uma dose. Não há indicação para pessoas com mais de 60 anos.

“É importante que a população compareça aos postos com a carteirinha de vacinação para que um profissional verifique a necessidade. Se a pessoa não tiver nenhum comprovante de vacina e não tiver nenhuma contraindicação, ela vai tomar a dose”, completa a enfermeira.

Conforme diretriz do MS, a vacina é contraindicada para pessoas imunodeprimidas e gestantes. Pessoas nascidas antes de 1960, na maioria, já tiveram a doença na infância e possuem imunidade (proteção) por toda a vida, não necessitando ser vacinadas.

De acordo com Elis, a cobertura vacinal contra a doença, no município, está dentro das expectativas e metas preconizadas pelo Ministério da Saúde. Segundo ela, quase 97% das crianças de um ano a menores de cinco anos já foram imunizadas.

“Como a imunização já faz parte do calendário vacinal, muitas pessoas que procuraram os postos já estão com a vacinação em dia. Por isso que foram aplicadas poucas doses no Dia D. Ou seja, o número apesar de baixo, não representa falta de adesão”, argumenta a enfermeira.

Elis acentuou que a dose extra da vacina contra o sarampo para crianças com idade entre seis e 11 meses de vida também continua disponível em todas as unidades saúde, por tempo indeterminado.

“É muito importante que as pessoas saibam que a imunização para esta faixa etária não é válida como rotina, é disponibilizada apenas como uma dose extra para as crianças, mas não descarta a vacina que deve ser aplicada no período entre 12 e 15 meses de vida do bebê”, orienta a enfermeira.

Ela acrescenta que as pessoas que tiverem dúvida quanto à imunização adequada devem procurar um posto, com a carteira vacinal, para que um profissional de saúde verifique a necessidade de aplicação.

Transmissão

Segundo o mais recente boletim divulgado pela VE, no dia 21 de novembro, 20 casos de sarampo haviam sido confirmados em Tatuí. No total, foram notificados 72 casos da doença nos últimos cinco meses, sendo 20 confirmados, 38 descartados e 14 aguardando resultado de exames pelo IAL (Instituto “Adolfo Lutz”).

Entre os novos casos confirmados, estavam dois jovens de 21 anos, residentes no centro, uma jovem de 19 anos, moradora da vila Minghini, e um menino de cinco meses, residente no Jardim Thomaz Guedes.

Entre os bairros que mais registraram infecções por sarampo, estão o Jardim Santa Rita de Cássia, com cinco diagnósticos da doença, Jardim Donato Flores, centro e Jardim Thomaz Guedes, com dois casos confirmados em cada.

Ainda foram diagnosticados moradores do Residencial Astória, Mirandas, Jardim San Raphael, vila Angélica, vila Brasil, Inocoop, Jardins de Tatuí, vila Santa Adélia e vila Minghini, com uma confirmação em cada.

Em todo o Brasil, já houve 53.761 casos suspeitos de sarampo em 2019. Destes, foram confirmados 11.896 (22,1%), sendo 9.300 (79,0%) por critério laboratorial e 2.596 (21,0%) por critério clínico epidemiológico. Foram descartados 22.089 (41,1%) casos e permanecem em investigação 19.776 (36,8%).

Somente no relatório mais recente divulgado pelo MS, referente ao período de 18 de agosto a 9 de novembro, foram notificados 32.518 casos suspeitos de sarampo – destes, 4.323 (13,3%) confirmados, 18.343 (56,4%) em investigação e 9.852 (30,3%) descartados.

O levantamento aponta que 18 Unidades da Federação se encontram com circulação do vírus, com um total de 4.323 casos confirmados (redução de 23,6% em relação ao relatório anterior). Destes, 86,6% (3.743) estão concentrados em 176 municípios do estado de São Paulo. As demais 17 UFs representam 13,4% dos registros.

No mesmo período, foram confirmados 15 óbitos por sarampo no Brasil, sendo 14 no estado de São Paulo, distribuídos nos municípios de São Paulo (5), Osasco (2), Francisco Morato (2), Itanhaém (1), Itapevi (1), Franco da Rocha (1), Santo André (1) e Limeira (1). Ainda houve um com ocorrência no estado de Pernambuco, no município de Taquaritinga do Norte.

Do total de óbitos, oito eram do sexo feminino e dois eram vacinados contra o sarampo. Seis óbitos (40%) ocorreram em menores de um ano de idade, dois (13,3%) em crianças de um ano de idade e sete (46,6%) em adultos maiores de 20 anos. Dos 15 óbitos, oito (53,3%) tinham ao menos uma condição de risco ou morbidade.

Os casos confirmados neste período representam 23% das notificações e 36,3% do total de pacientes diagnosticados com a doença no ano de 2019. O MS aponta que, “com base no percentual, a projeção de positividade entre os casos em investigação demonstra tendência de estabilidade com leve queda”.