Dia ‘D’ da campanha Outubro Rosa terá exames preventivos

Mulheres devem agendar antecipadamente os exames na UBS mais próxima
Da reportagem

A prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, promoverá em todas as unidades de saúde urbanas, no sábado dia 24, das 7h às 13h, o Dia “D” da campanha Outubro Rosa, com exames preventivos para mulheres.

Os exames serão o das mamas e de colo uterino (papanicolau). Para as mulheres com idades acima de 40 anos, serão solicitados exames de mamografia para detecção do câncer de mama.

De acordo com a secretaria da Saúde, Tirza Luiza de Melo Meira Martins, para evitar aglomerações no Dia “D”, devido à pandemia do novo coronavírus, as mulheres devem agendar antecipadamente o procedimento na unidade de saúde mais próxima da residência.

“Esse dia será específico para atendimento das mulheres. Àquelas pacientes que já estão na fila de espera pelo papanicolau receberão uma ligação com o agendamento e as que quiserem agendar também podem procurar as unidades mais próximas da casa para serem atendidas”, explicou a secretária.

Tirza salienta que todas as medidas de prevenção à Covid-19 serão tomadas no evento, como distanciamento correto entre as pessoas, uso de máscaras de proteção e álcool em gel e equipe de saúde multidisciplinar com EPIs (equipamentos de proteção individual) adequados.

“Ali, vamos atender às mulheres e intensificar o trabalho de prevenção do câncer de colo do útero e também câncer de mama. Além de fazer exames, as pacientes receberão orientações”, acrescentou a secretária.

O Outubro Rosa é uma campanha anual de combate ao câncer de mama. Criada na década de 1990, a campanha tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, compartilhando informações e proporcionando mais acesso ao diagnóstico e ao tratamento da doença.

O nome da campanha remete à cor do laço rosa – símbolo internacional na luta contra o câncer de mama. O Outubro Rosa começou como um movimento no ano de 1990, em Nova Iorque, durante um evento chamado “Corrida pela Cura”, realizado pela instituição Susan G. Komen.

À medida que a iniciativa cresceu, outubro foi escolhido como o mês de conscientização sobre o câncer de mama nos Estados Unidos. Em 2002, o Obelisco Mausoléu aos Heróis de 32, no parque do Ibirapuera, em São Paulo, foi iluminado com a cor rosa durante o mês, marcando a primeira iniciativa no Brasil. No entanto, o movimento ganhou força por volta de 2008, quando as ações em prol da causa tornam-se mais frequentes.

A ginecologista e coordenadora municipal da Saúde da Mulher, Maria Laura Lavorato Matias, aponta que o papanicolau e a mamografia são os principais exames de prevenção do câncer de colo de útero e mama, pois ajudam na detecção precoce e a estabelecer o tratamento.

“São exames muito importantes e que devem ser realizados anualmente. Esses são tipos de câncer entre as principais causas de mortalidade em mulheres na fase ativa da vida e, na maioria dos casos, quando a gente detecta o câncer no exame de prevenção, as pacientes têm maiores chances de cura”, enfatizou a médica.

Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental e aumenta as chances de cura.

A doença é causada pela multiplicação desordenada de células da mama. Esse processo gera células anormais, que se multiplicam, formando um tumor.  Há vários tipos de câncer de mama. Por isso, a doença pode evoluir de diferentes formas.

Alguns tipos têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem mais lentamente. Esses comportamentos distintos se devem a características próprias de cada tumor. O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença.

O Atlas de Mortalidade do Câncer aponta que 17.763 pessoas morreram em decorrência da doença no Brasil em 2018, sendo 17.572 mulheres e 189 homens. Para 2020, a estimativa de novos casos é de 66.280.

Já o câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do HPV (papilomavírus humano) – chamados de tipos oncogênicos.

Conforme o Inca, a infecção genital por esse vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer.

Essas alterações são descobertas “facilmente” no exame preventivo (conhecido também como papanicolau) e curáveis na quase totalidade dos casos.

Excetuando-se o câncer de pele não melanoma, o câncer de colo do útero é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal) e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.

Pelos dados apresentados no Atlas da Mortalidade por Câncer, 6.526 mulheres morreram por câncer de colo do útero em 2018 e estima-se que, em 2020, 16.590 novos casos ocorram.