‘Desgaste’ da polí­tica originou a renovação da Câmara, diz Mota

 

Eleito com 687 votos, o sindicalista Ronaldo José da Mota (PPS) foi um dos cinco vereadores da atual legislatura que conseguiram se manter na Câmara – o único entre os apoiadores do prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu.

Além de vereador, Mota preside o Sindmetal (Sindicato dos Metalúrgicos de Tatuí e Região). Estar à frente de um sindicato não fez com que a reeleição fosse mais fácil. Entre o pleito de 2012 e o deste ano, a votação do parlamentar caiu 49,89%. Foi de 1.371 para 687 e figurou na antepenúltima posição na lista de eleitos.

“Neste ano, a Rontan estava em uma situação ruim, e eu precisei me afastar da presidência por causa das eleições. Neste período, não pude participar de greve dos trabalhadores nem de assembleias. Acho que isso pode ter me prejudicado”, afirmou.

Outra causa para a queda da votação citada pelo parlamentar é o fato de apoiadores dele terem sido candidatos nestas eleições. Na conta de Mota, foram 12 postulantes, com média de 50 votos. “No total, foram uns 600 votos perdidos para essas pessoas. Aí, já dá uma diferença grande”.

A renovação na Câmara Municipal é vista com bons olhos pelo vereador. Mota afirmou que a política “está desgastada” por conta de escândalos de corrupção e que “caras novas” chegaram ao parlamento local para “arejar” o sistema político de Tatuí.

“Vejo como excelente. Tem que ter novas ideias, novas ideologias. A população queria isso quando elegeu essas pessoas novas. Para mim, tem que ter renovação, senão o vereador acaba se tornando dono de uma cadeira cativa”, opinou.

O parlamentar prometeu colaborar com a gestão da prefeita eleita Maria José Vieira de Camargo (PSDB). Para ele, o fato de estar na oposição não impede que vote a favor de projetos benéficos ao município.

“Fui vereador por dois anos na gestão do Gonzaga (Luiz Gonzaga Vieira de Camargo, ex-prefeito). Fui um vereador independente. Não sou daqueles que fica batendo o tempo todo e não propõe solução. Neste mandato, até criticava o Manu na Câmara, por causa da requisição da Santa Casa”, relembrou.

Para Mota, um dos maiores problemas a serem enfrentados pela equipe de Maria José é o desemprego crescente. Entre os meses de outubro do ano passado e o deste ano, a cidade perdeu 1.163 empregos formais.

“Pretendo ajudar bastante na geração de empregos, conversando com donos de empresas de fora e tentar trazê-los para Tatuí. Esse é um desafio para o novo governo: a geração de empregos e qualificação da mão de obra. As duas coisas andam juntas”, afirmou.

Em paralelo à busca de empresas interessadas em instalar-se em Tatuí, o vereador reeleito pretende dar andamento em projetos de lei. Um deles é a “Creche do Idoso”, um local onde a população mais velha poderia socializar e ter atendimento médico especializado.

“O projeto já está nas comissões e deve ter sido aprovado. Deve entrar em pauta quando voltarmos do recesso”, concluiu.