Descobrimento do Brasil é tema de espetáculo que traz doses de humor





Doses de humor para tratar da história do descobrimento do Brasil. Em linhas gerais, esse é o “clima” do espetáculo “Pindorama” a ser apresentado em Tatuí nesta quarta-feira, 28. A peça é uma produção da Cia. TPK e está em excursão pelo interior do Estado de São Paulo. As encenações são gratuitas.

O espetáculo é integrado pelas palhaças Pipinela e Saracura e viabilizado por meio de incentivos fiscais obtidos por meio do ProAC (Programa de Ação Cultural), da Secretaria de Estado de Cultura de São Paulo. No Estado, ele percorrerá Ribeirão Bonito, São Manuel, Taquarituba, Capão Bonito, Botucatu, Itapetininga, Saltinho, São Carlos, Cerquilho e Iracemápolis.

Tatuí recebeu duas sessões da peça. Elas serão realizadas às 9h e às 14h, no Auditório “Jornalista Maurício Loureiro Gama”, do Nebam (Núcleo de Educação Básica Municipal) “Ayrton Senna da Silva”. As apresentações são dirigidas às crianças “de baixo poder aquisitivo e instituições beneficentes”.

“Pindorama” foi criado pelas atrizes Jana Galdi e Daniele Busatto. A peça apresenta alguns questionamentos com intenção de despertar na plateia uma releitura da história que se contam. Através da alegria e da inocência, as palhaças Pipinela, a “Tuga” que vêm de portuga, e Saracura a “Zuca”, que vem de brazuca, buscam apresentar com originalidade a história do descobrimento do Brasil.

A ficha técnica conta com a direção de Jana Galdi, que também integra o elenco com Rossana De Marchi. A criação do cenário, dos figurinos e adereços do espetáculo é de Daniele Busatto.

A produção é assinada por Dnize Castro e a assistência de produção está a cargo de Abiliane de Andrade Pazeto. Já a fotografia e a filmagem ficaram com Levi Mori e Mateus Campos. A criação da trilha original é de Pablo Mendoza.

A peça foi desenvolvida para cativar crianças a partir dos 5 anos de idade. “Todos os detalhes foram cuidadosamente planejados para deixar a peça com sabor de emoção”, divulgou a companhia, por meio de nota enviada à imprensa.

Ela traz a alegria e a inocência do palhaço como elementos integrantes da dinâmica. Na peça, Saracura e Pipinela tomam a liberdade de colocar em prática os seus pensamentos, refletidos segundo a inocência do palhaço, e transformados em ações. Essas “geram constantes impulsos trazidos aos diálogos e aos gestos espontâneos das personagens”.

Além do riso na plateia, o objetivo é incentivar a reflexão do contexto histórico. A peça propõe um paralelo entre o que a escola ensina, através dos livros tradicionais, e o que poderia ter realmente acontecido, segundo a imaginação do ser humano.

“Pindorama” é uma palavra de origem tupi que significa “terra das palmeiras”. Em Pindorama (como os indígenas chamavam o Brasil antes da colonização pelos portugueses após o ano de 1.500), a companhia cita que “todos os dias eram dos índios, e também dos papagaios, dos tamanduás, dos gaviões”.

Pindorama era, então, habitada por milhares de diferentes povos tribais. “A estes, de línguas bem diferentes entre si, foram atribuídos nomes que, muitas vezes, não eram adotados por eles (os povos) mesmos”, explicou o grupo.

De acordo com a cia., descendentes dos antigos povos, como: Krenak, Pataxó, Mura, Maxacali, Xavante, Krahó, Xaacriabá, Karajá e Ticuna “lutam para preservar língua, hábitos, tradições e a própria terra”. “Dos milhões de índios que viviam no extenso território brasileiro restam poucos”.

No espetáculo, as palhaças trazem à cena os principais aspectos das consequências e benefícios do encontro das culturas (índios e portugueses). Para tanto, as atrizes promovem “jogo cênico” no qual buscam outras respostas àquelas que os livros de história oferecem. É uma forma de o público encontrar “sua própria opinião sobre os verdadeiros fatos históricos”.

Em cena, as palhaças afirmam que têm experiência como descobridoras dos sete mares, e convidam todos a viajarem com elas, “embarcando num ‘flashback’ carregado de diversão, aventuras, trapalhadas e inusitadas surpresas”.

Sobre Cia. TPK

A Cia. TPK – Produções Artísticas, de São Carlos, completou neste ano 11 anos de parceria. Nesse período, produziu espetáculos, eventos e propostas educativas, voltados para o público infantojuvenil.

O grupo teve início em 2005, quando começou a realizar pequenas cenas circenses-teatrais, nas quais a figura do palhaço era o mote principal das criações.

Inicialmente, os integrantes desenvolveram pesquisas sobre esquetes clássicas de palhaços de circo. A partir delas, estruturaram seu primeiro espetáculo. A peça, denominada “Circo Tokpotok” (2005), já circulou por cinco estados brasileiros (São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).

Circo Tokpotok também foi apresentado em Portugal, participando da programação de dezembro de 2010 do Theatro Circo de Braga.

Ao longo de sua existência, a companhia realizou parcerias com instituições públicas e privadas. Nelas, enfatizou a atuação social, com apresentações teatrais, ações educativas e cursos de iniciação nas artes do palco e do palhaço.

Em 2011, o grupo abandonou seu antigo nome (Cia Tokpotok – Teatro e Animação Infantil), passando a se chamar TPK. Manteve “o espírito que sempre moveu seus integrantes: produzir com qualidade para o público infantojuvenil”.