Daniel Murray lança novo trabalho em show gratuito no Conservatório





Samuel Vasconcellos

Em Tatuí, músico fará apresentação de novo trabalho e um workshop

 

O violonista Daniel Murray escolheu Tatuí para fazer o lançamento de seu mais novo trabalho. O músico realiza no teatro “Procópio Ferreira” concerto de apresentação do álbum “Universos em Expansão…”. O show acontece às 16h, dando sequência a outra atividade do virtuose no Conservatório de Tatuí.

Às 15h30, ele realizará um workshop no qual abordará “O Uso do Violão de 11 Cordas”. A atividade voltada a músicos, assim como o show, tem entrada gratuita.

Considerado um dos mais talentosos músicos de sua geração, Murray desenvolve há mais de dez anos carreira como intérprete, arranjador e compositor. No novo disco, ele utiliza violões de 6 e 11 cordas, além de computador, para executar obras próprias e de compositores brasileiros contemporâneos. Entre eles: Arthur Kampela, Aylton Escobar, Eli-Eri Moura, Flo Menezes, James Correa, José Augusto Mannis, Marcus Siqueira e Paulo Porto Alegre.

O músico explica por meio de assessoria que a palavra ‘expansão’ do título tem um significado especial para ele. Este novo disco pode ser visto como uma continuidade e complementação do primeiro álbum, lançado em 2008 e intitulado “Universos Sonoros para Violão e Tape…”, que também abrange compositores contemporâneos. Os discos estão “linkados” através das reticências.

O primeiro lançamento aconteceu no mês de julho, em Botucatu e, em sequência, em outras cidades do interior paulista, como: Jundiaí e Sorocaba. A apresentação é feita por meio da produtora Totem Musicais, com apoio do governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura e do ProAC (Programa de Ação Cultural) 2014.

Antes da apresentação, o músico faz o workshop no qual mostra como o instrumento (o violão) vem se desenvolvendo ao longo dos anos. Ele também deverá abordar as possibilidades para a execução de obras musicais.

Baseado no álbum, o show tem como principal característica o envolvimento com obras de amplo leque estético, abarcando desde a linguagem erudita mais tradicional até peças experimentais. Além dos violões, o computador também é um “instrumento musical” nas mãos de Murray.

“Cada vez mais a estética dos compositores corresponde a ‘universos pessoais’ e, não necessariamente, fazendo parte de um grande movimento ou corrente. Essas galáxias de som próprias, onde as obras são criadas, embora distantes umas das outras, levam todas a uma ‘viagem’ instantânea em outras dimensões, para quem se dispõe realmente a escutá-las.”, afirmou Murray.

Composta especialmente para o projeto, a faixa “Água-forte”, para violão de 11 cordas e eletrônica, de Aylton Escobar, é uma gravura (em água-forte) sobre a primeira frase do Prelúdio Nº. 4, de Heitor Villa Lobos (1887-1959).

A peça “Fragmentos Seriais”, de Paulo Porto Alegre, explora a linguagem da música dodecafônica para violão criando diversos ambientes sonoros. Em “Madrigal”, também para violão de 11 cordas e eletrônica, o compositor Marcus Siqueira inventou o que ele denominou de “um coral de vozes em uma capela submersa”, a partir dos sons do violão transformados por um programa de computador.

A peça acusmática (termo que significa que a obra é executada no palco apenas por um computador pré-programado, sem a presença humana) “Stream from Outer Space” (Fluxo ou Transmissão de outro espaço, na tradução), de Flo Menezes, é dedicada ao compositor alemão Karlheinz Stockhausen (1928-2007), da qual o título explica a presença neste projeto.

Nas faixas intituladas “Entremeios”, que são composições minimalistas do próprio Murray, pode-se ouvir uma nova leitura feita pelo artista do repertório gravado em seu primeiro CD.

Carioca radicado em São Paulo, Murray é bacharel em violão pela FASM (Faculdade de Artes Santa Marcelina) e mestre em música pela Unicamp (Universidade de Campinas).

Começou a estudar violão clássico aos 6 anos e, aos 15, foi premiado no Councours International de Guitarre de Trédrèz-Locquémeau, em Bretanha (França).

Desenvolve ativa carreira como intérprete no Brasil e Exterior. Tem realizado recitais na Inglaterra, Espanha, Itália, França, Grécia e Dinamarca. Apresentou-se, em 2014, no MIDEM Festival (Cannes/França) e Classical Next (Viena/Áustria).

Além da carreia-solo, que tem os discos “Universos sonoros para violão e tape…”, “Tom Jobim para Violão-Solo” (2010) e “Autoral” (2015), realiza projetos paralelos como Duo Saraiva-Murray, com o violonista Chico Saraiva, Trio Opus 12, Núcleo Hespérides – Música das Américas e Paulo Bellinati Trio.