Cultura pode fazer Carnaval alternativo

 

“A ideia para o Carnaval é que possamos colocar, pelo menos, música ou realizar matinês para as crianças”.

Divulgado pela prefeita Maria José Vieira de Camargo no início deste mês, o plano do Executivo para a folia neste ano em Tatuí ainda está sendo elaborado. Em entrevista a O Progresso, Maria José disse que a equipe da administração está avaliando as possibilidades. Segundo ela, a Prefeitura precisa levar em consideração a situação financeira do município e as urgências.

Caso a municipalidade opte por uma programação própria, a prefeita antecipou que ela será enxuta. “O Carnaval existindo vamos fazê-lo bastante econômico, com o valor previsto de R$ 50 mil”, declarou no início do mês. Entretanto, a prefeita afirmou que a meta da equipe é reduzir ainda mais o custo.

Para isso, a Secretaria Municipal de Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude deve incentivar um “Carnaval alternativo”. O objetivo é estimular grupos e blocos a saírem às ruas ou a realizarem confraternizações.

“Estamos buscando parcerias para que isso aconteça. Vamos incentivar os blocos que estão sempre dispostos a trazer alegria para a população”, disse a prefeita.

A “ponte” entre a prefeita e os grupos é o secretário da Cultura, Cassiano Sinisgalli. Ele começou a discutir as possibilidades da festa com os representantes dos blocos locais no início do mês, após a fase de formatação de três propostas. O secretário elaborou três “tipos” de eventos (cada um com orçamento distinto) em janeiro, conforme determinado pela prefeita.

“Nós ainda estamos em estudo, porque sabemos da atual situação da cidade. Entretanto, a secretaria está discutindo a respeito de três projetos”, confirmou.

Sinisgalli explicou que não pôde detalhar os planos, uma vez que ainda não os havia discutido com Maria José e a equipe de governo. “No momento, não temos como divulgar quais seriam as propostas, por elas não terem sido analisadas”, disse.

De antemão, o secretário afirmou que, embora diferenciados, os projetos têm o mesmo objetivo: retomar a tradição da comemoração do Carnaval no município. “A ideia inicial, pelo menos, é plantarmos uma semente, porque faz dois anos que Tatuí não tem Carnaval. Nossa linha de trabalho será essa”, afirmou.

Ainda incerta, a realização da folia tatuiana com recursos municipais começou a ser discutida na segunda quinzena de janeiro. O secretário informou que a equipe da Cultura teve um prazo de 15 dias para elaborar os projetos. “Eles foram apresentados para análise e tudo está dentro do prazo”, adicionou.

De acordo com o secretário, as propostas só não foram discutidas até o momento em função das situações emergenciais. Sinisgalli alegou que a prefeita teve um “início de gestão conturbado”. Como Maria José precisou atender as questões da Santa Casa, da queda das pontes e da infraestrutura (buracos e matos), o secretário explicou que ela ainda não teve tempo hábil de discutir o assunto.

“Isso também nos atrapalhou um pouco. Se nós pegássemos a cidade, pelo menos, em pé, poderíamos estar trabalhando mais, mas nós sabemos das necessidades principais da cidade, que estão na saúde e infraestrutura”, argumentou.

Ainda que não realize ações próprias, Sinisgalli garantiu que a Prefeitura vai dar, no mínimo, apoio aos cidadãos para a realização do Carnaval alternativo. De acordo com ele, os foliões no município receberão ajuda para que possam se organizar em grupos e blocos e, com isso, aproveitar a folia do Momo.

O secretário disse, também, que os blocos que começaram a se organizar, como o Bloco do Vagalume, e a Banda do Bonde, podem contar com colaboração da Prefeitura. Sinisgalli já realizou conversas, neste sentido, com dirigentes.

“Recebi um bloco que está fazendo ensaios nas ruas e, assim que tivermos uma definição, eu vou chamar todos os representantes para termos uma conversa”, disse.

O apoio do Executivo virá na forma de “infraestrutura já existente”, como homens da GCM (Guarda Civil Municipal) para garantir a segurança e intervenção do DMMU (Departamento Municipal de Mobilidade Urbana). A Prefeitura pode, ainda, ceder espaço para uso de grupos para matinês e confraternizações.

“Pelo menos uma folia saudável a população vai ter. Com certeza, não vamos deixar de apoiar com o que temos, mas sem custo para a Prefeitura”, alegou.

Mesmo que se resolva realizar Carnaval, Sinisgalli disse que a Prefeitura não vai promover a escolha da corte carnavalesca (rei Momo, rainha e princesas).

“Isto está descartado, porque, querendo ou não, tem um custo. E a nossa ideia desse Carnaval é que ele seja modesto, sem ostentação, mas uma folia bem familiar. A ideia é fazermos um Carnaval dedicado à família”, concluiu.