Com ‘alta demanda’, Saúde começa revisão de pedidos de atendimentos

 

A Secretaria Municipal de Saúde iniciou, nesta semana, a revisão dos pedidos de atendimentos em espera na Central de Vagas. A O Progresso, o titular da pasta, Fernando Jerônimo Dias Simão, disse que a equipe de trabalho está agindo em duas frentes.

Elas consistem na redução do tempo de espera para a realização de cirurgias eletivas e exames. Jerônimo informou que a Prefeitura quer normalizar a entrega de medicamentos para a população.

O secretário começou um levantamento no dia 2. Na data, ele percorreu, juntamente com a prefeita Maria José Vieira de Camargo, as UBSs (unidades básicas de saúde) do município. O objetivo era verificar “in loco” o funcionamento dos postos e apurar as demandas dos funcionários e pacientes.

“Isso tudo vai gerar um diagnóstico. Estamos fazendo os estudos que vão nos auxiliar num trabalho de melhoria do atendimento à população”, iniciou.

Jerônimo explicou que a equipe pretende, inicialmente, ouvir os “interessados” nos serviços de saúde, de modo a atender aos anseios de todos.

As visitas devem continuar durante o mês nos postos de saúde da zona urbana e rural e resultar em um plano de trabalho que visa aperfeiçoamento dos serviços, buscando agilidade no atendimento e redução de custos.

“Começamos pelo levantamento dos dados para que possamos fechar um diagnóstico mais preciso”, argumentou. O secretário informou que, com os dados, a Prefeitura terá mais condições de atender às necessidades, uma vez que as realidades variam conforme os bairros e seus residentes.

Uma vez “respaldada”, a secretaria poderia traçar novas metas de ações. Jerônimo disse que, com o diagnóstico, o Executivo poderá atender com mais precisão os pedidos que estão acumulados na Central de Vagas. “A ideia é atender as prioridades, inicialmente”, prenunciou o secretário.

Preliminarmente, Jerônimo disse que o agendamento de exames está entre as preocupações mais constantes da população. Das pessoas ouvidas até a manhã de segunda-feira, 9, o secretário afirmou que a maioria reclamou do prazo de marcação.

Os exames clínicos solicitados pelos médicos da rede municipal devem ser agendados pela secretaria. Como o Executivo não tem condições de realizá-los, os procedimentos precisam ser terceirizados, mas estão em atraso por falta de pagamento.

De acordo com Jerônimo, a equipe de trabalho também verificou que alguns dos pedidos estão “parados” na secretaria. “Estamos tentando fazer o resgate destes agendamentos para que as pessoas possam ser atendidas o mais rápido possível, lembrando que temos uma demanda muito alta”, disse.

Em função do número de solicitações – que não pôde ser calculada inicialmente pelo secretário –, a pasta deve rever os pedidos um por um. Para isso, Jerônimo afirmou que contará com a ajuda de médicos da Central de Regulação de Vagas.

“Vamos chamar os pacientes para que realizem os procedimentos de acordo com a prioridade dos casos”, argumentou. Prioritariamente, a secretaria deve levar em consideração a “situação de risco”.

Em outras palavras, Jerônimo explicou que os pacientes em estado mais grave serão atendidos mais rapidamente. Os demais poderão ter de esperar “um pouco mais”. Segundo ele, a medida segue protocolo do Ministério da Saúde.

Entretanto, para normalizar os atendimentos, o secretário afirmou que o Executivo terá outra tarefa pela frente. Mesmo tendo investido 34% do Orçamento municipal em 2016 (19% além do mínimo exigido por lei), Jerônimo disse que a Prefeitura não conseguiu dar conta do número de pedidos.

“A dificuldade maior da Prefeitura está sendo na compra de medicamentos e materiais hospitalares, por conta da falta de crédito”, declarou. O secretário citou que a Prefeitura não tem quitado compromisso com fornecedores, o que dificulta o funcionamento das unidades de saúde e atrasa os atendimentos.

Para ele, o desafio da gestão é “retomar os serviços”, uma vez que “a Prefeitura está sem crédito na praça”. “Estamos correndo para resgatar a credibilidade do Executivo perante os fornecedores para não parar”, declarou.

Em paralelo, a secretaria está buscando a normalização da entrega de medicamentos. De acordo com Jerônimo, os governos estadual e federal já começaram a normalizar a entrega de remédios do programa de “alto custo”. Em 2016, Tatuí teve atraso no envio de mais de 40 medicamentos.

“Ainda existem alguns que não chegaram, mas boa parte da listagem já veio para o município. O pessoal (do Estado e da União) está conseguindo enviar”, disse.

 

Mudanças

Junto às normalizações dos exames, cirurgias e entregas de medicamentos, o diagnóstico preparado pela secretaria deve nortear mudanças. Jerônimo antecipou que a pasta pode ter a estrutura modificada, visando à modernização do atendimento e o trabalho com foco na prioridade.

O secretário disse, também, que acompanhará o “desfecho” da situação da Santa Casa. O hospital enfrenta greve de funcionários desde o mês passado e depende de repasses do Executivo para quitar os vencimentos.

Embora não seja administrado pela Prefeitura, Jerônimo afirmou que a unidade é uma “das maiores prestadoras de serviços do município”. “A Santa Casa é o nosso único hospital público. E a maior fonte pagadora que ela tem é o SUS (Sistema Único de Saúde) por meio de repasses municipais”, citou.

Como não tem CND (Certidão Negativa de Débito), o hospital pode não conseguir renovar contratualização com a Prefeitura. O assunto deve ser decidido nesta semana entre a equipe da nova administração e a comissão do hospital.