Com alta de 53%, Tatuí registra pior semana de contaminação por Covid

Da reportagem

Entre o sábado passado, 13, e esta sexta-feira, 19, Tatuí bateu recorde de casos positivos do novo coronavírus. No período, por meio de exames laboratoriais, a cidade identificou 78 novos pacientes com a Covid-19.

Segundo dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde, o índice representa aumento de 53% em relação ao registrado na semana anterior (de 6 a 12), quando foram registrados 51 novos casos da doença.

Em números, o índice – que coincide com a terceira semana de flexibilização da quarentena – é o pior desde o início da pandemia, em março, quando houve os primeiros registros.

No período de 5 a 12 de junho, a variação chegou a ter queda de 13% em relação à semana anterior (30 de maio a 5 de junho), passando de 59 para 51 confirmações.

A taxa de letalidade da Covid-19 também teve aumento no mesmo período. Segundo dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde, o número saltou de 16 para 20 mortes pela doença, o que representa crescimento de 25%.

O óbito mais recente foi anunciado na manhã de sexta-feira, referente a uma mulher de 41 anos, que esteve internada na Santa Casa de Misericórdia. O sepultamento ocorreu no Cemitério Cristo Rei.

Outras três mortes confirmadas ocorreram na quinta-feira, 18, de três homens. Dois deles, de 70 e 71 anos, estavam internados na UTI da Santa Casa, enquanto um homem de 64 anos faleceu em hospital particular de Sorocaba.

O número de mortes representa 6,02% do total de casos confirmados da doença, sendo dez homens (oito acima dos 60 anos e dois entre 39 e 59 anos) e dez mulheres (nove na faixa dos 60 anos).

A média diária de diagnósticos do período foi de 12 confirmações a cada 24 horas. Somente nos últimos três dias, a cidade recebeu 147 novas notificações, das quais 39 foram confirmadas.

Até terça-feira, 16 (data de fechamento da edição anterior), a cidade somava 1.108 notificações por Covid-19, sendo 24 casos suspeitos aguardando resultados dos testes, 791 descartados e 293 positivos, com 16 óbitos pela doença.

Já na tarde de sexta-feira, 19, conforme o boletim epidemiológico mais recente, divulgado por volta das 11h, o município somava 1.255 notificações, sendo 69 casos suspeitos aguardando resultados dos testes, 854 descartados e 332 positivos.

Dos casos confirmados, 257 pacientes já estavam recuperados, 20 morreram e 40 ainda estavam em tratamento: 28 em isolamento domiciliar e 12 em hospitais. Dos casos suspeitos, 69 estavam em tratamento: nove internados e 60 em casa.

Conforme o boletim da VE, 12 pacientes permaneciam internados na Santa Casa: oito na UTI, com quadros que inspiravam cuidados (seis positivos e dois suspeitos), e quatro no isolamento, com quadros estáveis (dois positivos e dois suspeitos).

No hospital particular, estavam internados nove pacientes: quatro na UTI, com quadros inspirando cuidados (dois positivos e dois suspeitos), e cinco no isolamento, com quadros estáveis (dois positivos e três suspeitos).

O relatório ainda informava que, com as internações, a taxa de ocupação de leitos clínicos de internados por Covid-19 ou suspeitos na Santa Casa era de 18%. Já a ocupação em UTI por pacientes com Covid-19 ou casos suspeitos era de 80%.

Conforme a prefeitura, mesmo com o aumento no número de casos confirmados e a taxa de ocupação de leitos, o município ainda figura dentro dos parâmetros de flexibilização da fase laranja.

“Aumentaram os casos, mas também conseguimos aumentar o número de leitos. Até o próximo domingo, 28 de junho, estamos na fase laranja, mas não é o município que decide em que fase está”, declarou a prefeitura em nota, apontando que, nesta semana, duas regiões sofreram endurecimento da flexibilização.

Conforme divulgado pelo governador João Doria na sexta-feira, “devido a indicadores preocupantes de saúde no enfrentamento ao coronavírus”, as cidades dos DRSs (Departamentos Regionais de Saúde) de Barretos, Marília, Presidente Prudente, Registro e Ribeirão Preto estão na fase de restrição total a comércios e serviços não essenciais até a próxima revisão.

“Sempre que necessário, tomaremos medidas mais duras se assim for a referência do Comitê de Saúde. E avançaremos no Plano São Paulo se o comitê assim o referendar. Nenhuma decisão do plano de saúde do governo de São Paulo é tomada por impulso político, vontade do governador ou pressão empresarial, econômica ou política. Quem determina todas as ações é a Saúde”, disse Doria.

A terceira atualização do acompanhamento da pandemia revelou indicadores “satisfatórios” de capacidade hospitalar e variação de casos de Covid-19 na maioria das áreas das 17 DRSs, incluindo a capital e cinco sub-regiões da Grande São Paulo.

De acordo com o governo, esse desempenho “decorre da robusta ampliação de leitos conduzida pelo estado neste mês, mas as variações semanais de internações e mortes ainda preocupam, o que deixa a maior parte dos municípios na fase laranja do plano”.

Essa etapa prevê reabertura de imobiliárias, concessionárias, escritórios, comércio de rua e shoppings centers em horários restritos e com capacidade de atendimento presencial bastante reduzida.

Bares, restaurantes, salões de beleza e academias continuam fechados ao público, mas podem funcionar em sistema de retirada na porta, entrega por telefone ou aplicativo ou atendimento domiciliar.

O estado também detectou piora nos índices de cidades como Campinas e Sorocaba, por exemplo, mas os dados das respectivas regiões não indicaram a necessidade de regressão de etapa do Plano São Paulo nos demais municípios do entorno. Porém, as prefeituras de cidades com piora significativa receberão uma nota técnica recomendando restrições locais.

Na média estadual dos últimos sete dias em relação ao período anterior, houve redução na taxa de ocupação de leitos de terapia intensiva para Covid-19, de 69,1% para 66,5%, além de aumento na média de vagas por cem mil habitantes, de 18,1 para 19,1.

Também na comparação entre os registros estaduais da semana atual com a anterior, as médias de casos e internações tiveram queda de 10% e 1%, respectivamente. Entretanto, a taxa semanal de mortes subiu 7% em relação ao mesmo período da última reclassificação.

“Quero continuar fazendo um apelo à população do estado de São Paulo para que fique em casa e respeite a quarentena. Volto a lembrar: estamos em um período de quarentena, a recomendação do governo é para que as pessoas permaneçam nas suas casas, exceto as que precisam sair. E, ao sair, usem máscaras, lavem constantemente as mãos e obedeçam ao distanciamento social de um metro e meio”, lembrou o governador.