A Polícia Militar anunciou, na manhã de ontem, terça-feira, 9, o esclarecimento de cinco entre seis roubos registrados em Tatuí nos últimos dez dias. Segundo o capitão Kleber Vieira Pinto, comandante da 2ª Companhia, os casos foram solucionados a partir da prisão de dois homens e da apreensão de dois menores.
Os suspeitos agiam em duplas (formada por um menor e um maior de 18 anos), sendo reconhecidos por testemunhas na segunda-feira, 8. A PM promoveu operação na data por conta de ocorrências registradas entre maio e junho. Segundo o capitão, nesse período, a corporação registrou seis assaltos.
“Por conta deles, nós começamos a trabalhar em algumas informações e a efetuar alguns levantamentos. Daí, conseguimos chegar até alguns autores”, iniciou.
Kleber informou que os suspeitos agiam em duplas, efetuando crimes em regiões distintas da cidade. Eles também cometeram crimes em dias diferentes e não tinham ligações uns com os outros. Dois dos acusados são irmãos. “Uma dupla não sabia da outra. Eles não se conversavam”, ressaltou o capitão.
A PM chegou até os acusados cruzando informações obtidas com testemunhas. Kleber explicou que o serviço de inteligência apurou, em princípio, que as duplas não tinham relação.
O trabalho de verificação incluiu levantamento a respeito das características dos suspeitos, de veículos que eles utilizavam, regiões de atuação e filmagens dos locais invadidos.
“O serviço de inteligência policial é um conjunto de informações que são analisadas. Nós também pegamos informações importantes com pessoas que presenciaram os crimes, mas que devem ser preservadas”, declarou o comandante.
Com a ajuda de policiais experientes, Kleber informou que a companhia levantou a identidade dos suspeitos. Segundo ele, todos são “conhecidos dos meios policiais”.
Também de acordo com ele, o serviço de inteligência prestou um “retrabalho”, uma vez que os suspeitos detidos e apreendidos já tinham passagens por roubo. Um dos menores, inclusive, deixou a Fundação Casa há 45 dias.
“Com a experiência dos policiais, que conhecem o modo de agir dos bandidos, a equipe levantou possibilidades. Passamos a trabalhar mais intensamente nas regiões nas quais eles agiam para completar as informações”.
Na manhã de segunda, o comando empenhou equipes da Força Tática. Os militares tinham com objetivo localizar os suspeitos e apresentá-los na Central de Flagrantes.
Conforme o capitão, a Polícia Civil estava preparada para, em caso de reconhecimento dos acusados pelas vítimas, que eles tivessem apreensão e prisões temporárias representadas. “E é o que foi feito”, adicionou o comandante.
A PM apresentou os acusados na delegacia às 9h. Na ocasião, o delegado do SIG (Setor de Investigações Gerais), Emanuel dos Santos Françani, representou pela apreensão dos dois menores, de 17 anos, e pela prisão de Raianderson Roni de Oliveira Batista e Maikon Douglas Santos Campos, ambos de 19.
A ação teve encerramento por volta das 18h, quando a PC obteve autorização da Justiça para mantê-los sob custódia. “Com esses autores identificados, nós esclarecemos cinco roubos num primeiro momento”, disse Kleber.
O capitão declarou que o número de crimes a serem esclarecidos pode ser maior. Entretanto, citou que esse levantamento deverá ficar a cargo da Polícia Civil, caso haja procura de alguma vítima que não tenha registrado ocorrência.
“Esse é um fator positivo para a PM. Esperamos que dê uma acalmada na cidade, na questão de roubo, que é um crime que preocupa por conta da violência”, disse.
Também conforme o comandante, “o crime gera uma sensação maior de insegurança por parte da população”. Em função disso, a corporação entende a prisão dos dois suspeitos maiores de idade e a internação dos menores como um “fator muito positivo”.
Ele destacou, ainda, a participação da Polícia Civil na ação. “A PM levantou e prendeu. A parte da Civil foi solicitar pelas temporárias e internações”, disse. “Nesse sentido, realizamos uma operação conjunta”, adicionou.
Os suspeitos agiam na região do bairro Santa Cruz e da vila Dr. Laurindo. No primeiro bairro, os crimes teriam sido cometidos por Batista e o irmão, de 17 anos. Os dois são acusados de praticar roubo no dia 29 de maio.
Eles teriam invadido um mercado na rua 15 de Novembro, perto da praça que abriga a igreja Santa Cruz. A dupla é acusada, também, de roubar uma mulher – de idade não informada – que passava pela rua Santa Cruz. “Ela foi, inclusive, agredida. Levaram a mochila e a derrubaram no chão”, disse o capitão.
A PM localizou um dos irmãos no bairro Tanquinho, na região do Jardim Santa Rita de Cássia. Os militares, no entanto, não encontraram o veículo usado em assalto com o acusado. Em pesquisa pela placa da moto, eles chegaram até o veículo e o adolescente, que estava no bairro Fundação Manoel Guedes.
Os policiais encontraram os outros suspeitos em duas ruas da vila Dr. Laurindo. Um deles recebeu voz de prisão na rua 7 de Setembro; o outro, na rua Major Martiniano Soares. Conforme o capitão, eles praticaram três assaltos contra um mesmo comércio.
O estabelecimento, um minimercado, está localizado perto do prédio do antigo Hospital Avançado. “A senhora proprietária do local nos contou que foi vítima dessa dupla por três ocasiões”, afirmou o comandante. Segundo ele, os suspeitos foram motivados pelo vício em entorpecentes.
Além de policiais da Força Tática, a operação mobilizou equipes da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) e do canil da PM, totalizando dez militares. Também contou com apoio de investigadores do SIG.
“Tivemos um saldo bastante positivo e, por isso, temos o prazer de divulgar. Também fazemos isso para que outras pessoas que, porventura, foram vítimas e não registraram boletim procurem a delegacia para verificar fotos”.
Conforme o comandante, as duplas utilizavam motocicletas para praticar os crimes. “Eles agiam com uma Falcon, preta, e com uma CG vermelha”, mencionou.
A PM também divulgou que os irmãos faziam uso de arma de fogo. Entretanto, os militares não encontraram nenhum armamento com os suspeitos.
Kleber informou que a PM também não tem certeza se a dupla utilizava arma real ou réplica (simulacro). Com os suspeitos localizados na vila Dr. Laurindo, os policiais encontraram uma faca. A arma branca foi apreendida e reconhecida pela vítima.
