Cidade registra queda no consumo de eletricidade, óleo diesel e etanol

Anuário estatístico aponta que consumidores de Tatuí gastaram menos também em postos de combustíveis (foto: Brunno Vogah)

O consumo de energia elétrica em Tatuí caiu quase 2% entre 2015 e 2016, segundo o “Anuário Estatístico de Energéticos por Município”. O documento foi publicado pela Secretaria Estadual de Energia e Mineração no final do mês passado.

O gasto total de energia elétrica em Tatuí no ano passado foi de 359.950 MWh (megawatt-hora), contra 367.131 MWh, em 2015, e 387.867 MWh, em 2014. A soma abrange diversos setores, como o residencial, industrial, comercial e rural.

O consumo energético total, em 2016, foi de 150.681 toe (toneladas equivalentes de óleo). A medida converte para uma única unidade – a do calor gerado pelo petróleo – todas as fontes de energia, como a eletricidade, gás natural, GLP (gás liquefeito de petróleo), querosene, gasolina e etanol.

A queda na demanda de energia elétrica na cidade foi praticamente generalizada. Entre os três setores que mais utilizam eletricidade, o comércio e a indústria foram afetados pela crise econômica e reduziram as contas de luz.

A maior queda em termos percentuais, dentre os maiores consumidores, foi registrada no setor comercial, com redução de 3,18%. O uso de energia passou de 60.193 MWh, em 2015, para 58.277 MWh, em 2016.

A indústria, maior consumidora de eletricidade, teve a segunda maior queda, passando de 181.072 MWh para 176.214 MWh, retração de 2,68%.

As residências tiveram menor consumo de eletricidade no ano passado, mas com redução pequena. As casas tatuianas consumiram 84.287 MWh nos 12 meses de 2016, contra 84.431 MWh no ano retrasado, diminuição de 0,17%.

Os grupos consumidores formados pela iluminação, serviços e poder públicos e uso próprio (da concessionária) sofreram retração de 0,58% entre os dois anos, percentual próximo ao registrado na zona rural, que foi de menos 0,70%.

O anuário divulgado pelo governo estadual também abrange combustíveis usados na indústria e para a locomoção. O óleo diesel, primordial no transporte de mercadorias, sofreu retração na demanda em Tatuí. A redução pode ter sido influenciada pela diminuição nos pedidos registrados nas fábricas.

Segundo o estudo da secretaria estadual, a demanda por óleo diesel caiu de 39,613 milhões de litros para 39,593 milhões de litros, entre 2015 e 2016. A diferença, de 20 mil litros, é suficiente para abastecer 72 caminhões de porte pesado.

Com 21,5% de queda no consumo, o etanol foi o combustível que sofreu maior redução entre 2015 e 2016. A demanda pelo derivado da cana-de-açúcar caiu de 24,175 milhões de litros para 19,401 milhões de litros.

A demanda de gasolina, todavia, sofreu aumento em Tatuí. Segundo o balanço do governo estadual, foram usados 25,66 mil litros do combustível fóssil em 2016, contra 24,58 mil litros no ano anterior. O crescimento foi de 4,39% e fez o derivado de petróleo superar o etanol nos postos tatuianos.

Tanto o gás natural quanto o GLP (gás liquefeito de petróleo) tiveram aumento no consumo do ano passado, em comparação com 2015.

O GLP, conhecido como gás de cozinha, é vendido em botijões. O uso deste tipo de combustível, puxado principalmente pelas famílias, aumentou 2,84% no ano passado.

Foram usadas 4.839 toneladas de GLP, contra 4.705 toneladas em 2015. Em uma conversão direta do total de GLP usado na cidade, lares e comércios consumiram 372.230 botijões de 13 quilos no ano de 2016.

O gás natural é distribuído encanado e depende de instalação ponto a ponto, em residências, comércios e fábricas. O número de edificações que usam o combustível aumentou entre 2015 e 2016. A quantidade passou de 1.771 para 2.050 e refletiu no consumo total.

Tatuí consumiu 59,15 milhões de metros cúbicos de gás natural no ano passado. O aumento foi de 1,75% em comparação a 2015, quando a cidade usou 58,13 milhões de metros cúbicos.

As indústrias foram responsáveis pelo maior aumento em números reais, “queimando” 967 mil metros cúbicos de gás natural a mais. O aumento do número de residências que usam gás natural foi responsável pela adição de 10 mil metros cúbicos na demanda local. A utilização em veículos e comércios também puxou para cima a procura pelo gás encanado.

Aumento das emissões

As emissões de CO2 aumentaram 3,28% em Tatuí no último ano, apesar da redução do uso de combustíveis mais poluentes, como o diesel. O dióxido de carbono é apontado como o principal responsável pelo efeito estufa, processo de aquecimento da global.

Segundo anuário publicado pelo governo do Estado, o município emitiu 176.400 toneladas do gás na atmosfera. A quantidade supera em 5.600 toneladas as emissões do ano de 2015, quando Tatuí soltou 170.800 toneladas de CO2 no ar.

As emissões tatuianas podem ser bem maiores, uma vez que o cálculo de CO2 somente leva em consideração o consumo de derivados do petróleo como gasolina, GLP, asfalto, óleo combustível e querosene. O gás emitido na queima de lenha para a produção de tijolos não é adicionado à soma, assim como outras atividades industriais.