Cia. de Teatro do Conservatório inicia ano com leitura dramática

Grupo composto por atores e atrizes profissionais - professores e alunso do Conservatório

A Cia. de Teatro do Conservatório de Tatuí inicia, na noite desta terça-feira, 21, as atividades do ano. O primeiro compromisso dos integrantes será leitura dramática do espetáculo “Fando e Lis”, de Fernando Arrabal. A apresentação gratuita acontece às 20h, na Sala Preta do Setor de Artes Cênicas.

Participarão da atividade os atores Adriana Afonso, Dalila Ribeiro, Fernanda Mendes e Rogério Vianna, da companhia. Dois atores convidados, Carlos Alberto Agostinho e Erica Pedro também integram a leitura dramática.

Por meio da assessoria de comunicação do Conservatório, o coordenador da Cia. de Teatro, Rogério Vianna, disse que a apresentação serve como uma espécie de “boas-vindas”. Ela acontece na semana em que se homenageia uma das artes consideradas mais antigas da humanidade: a interpretação teatral.

Segundo Vianna, o texto foi escolhido no final do ano passado, a princípio, para se tornar uma montagem. Porém, devido à pesquisa que a companhia deseja para 2017, ele será desenvolvido em “uma oportunidade futura”. “Mesmo assim, o grupo resolveu presentear o público com a leitura”, comentou.

A peça integra o chamado “Teatro do Absurdo” e narra a interdependência entre Lis, uma mulher paralítica, e seu companheiro Fando, que a conduz a caminho de Tar. Entre eles há um relacionamento vicioso marcado não só pela dependência física de Lis, mas também por um histórico de violência e afetividade.

Quando tudo parece vazio e silencioso surgem os personagens Namur, Mitaro e Toso. São os homens de guarda-chuva que, como Fando e Lis, vivem um relacionamento de dependência e caminham juntos em direção a Tar.

Assim, parece quase impossível que todos esses personagens encontrem o seu destino. “Nesse universo de incomunicabilidade, cercado por um universo de lindas palavras, é que se percebe na obra de Arrabal um contexto perturbador, forte, chocante, de difícil aceitação, mas que deve ser visível aos olhos do público”, afirmou Vianna.

De acordo com ele, a leitura dramática servirá para mostrar o ofício do ator. Vianna é ator, historiador e gestor de cultura. Iniciou ESTUDOS nas artes cênicas em 1992, no Conservatório de Tatuí, formando-se pela Incenna Teatro e Televisão.

Aprimorou os conhecimentos em roteiro e produção para rádio e TV pela Ceinter/Fasp (Faculdades Associadas de São Paulo) e, atualmente, estuda história pela Unip (Universidade Paulista).

Como ator, participou de diversos espetáculos dentre os quais se destacam: “Antígona”, “Vereda da Salvação”, “Vendedor de Sonhos”, “Nossa Cidade”, “Sertões; o ciclo da Terra”, “Édipo Rei”, “A Cantora Careca”, “Aurora da Minha Vida”, entre outros.

Foi agraciado com prêmios de “melhor ator e figurinista” pelo Fepama (Federação Paulistana de Artistas Amadores). Trabalhou com grandes nomes do cenário teatral: Georgette Fadel, Kleber Vallin, Marcelo Soler, Newton de Souza, Paula Ribas, Estela Lapponi, Cláudia Schapira, Carlos Ribeiro, Herval Rossano, entre outros.

Foi produtor do Coreto Paulista e do projeto Música Orquestral Alemã – Lei Rouanet. Por meio do Núcleo “Falsa Modéstia” produziu diversos trabalhos de pesquisa que envolvem a cultura tatuiana.

Foi gestor de cultura de Boituva (2013-2016). Atualmente, é coordenador da Cia. de Teatro do Conservatório de Tatuí e diretor do Departamento de Cultura de Tatuí.

A Cia. de Teatro do Conservatório de Tatuí reúne atores e atrizes profissionais – professores no setor de artes cênicas – e alunos do curso de teatro adulto, que atuam como bolsistas. A fundação oficial aconteceu em 2009, ocasião em que estreou a montagem de “Rosa de Cabriúna”, de Luis Alberto de Abreu.

O grupo também desenvolveu montagens dos espetáculos “Como Fazer Teatro em Cinco Lições”, “Vereda da Salvação” e “Antígona”.

Junto a outros grupos pedagógico-artísticos do Conservatório de Tatuí, a companhia atua em importantes espetáculos didáticos. Entre as montagens mais recentes estão “Um Chorinho para Dona Baratinha” (junto ao Grupo de Choro do Conservatório de Tatuí); e “Villa-Lobos encontra Guarnieri”, “A Vinda da Família Real ao Brasil”, “MomoPrecoce”, “Sonho de Criança”, “Stravinsky e seu ballet Petrushka” e “As Estórias do Tião” (estes junto à Banda Sinfônica do Conservatório de Tatuí).

Em 2015, a Cia. de Teatro optou por pesquisa de obras de Plínio Marcos, trabalhando os textos “A Balada de um Palhaço” e “Goela Abaixo”, este último inspirado em personagens das obras de Plínio Marcos, além de protagonizar uma série de leituras dramáticas e saraus. No ano de 2016, a Cia. de Teatro desenvolveu o projeto “Realismo Fantástico”, cuja obra a ser encenada é do dramaturgo Aldomar Conrado, “O Apocalipse ou o Capeta de Caruaru”.

Para 2017, com o intuito de utilizar novas formas de linguagens a companhia realizará o projeto “Teatro Popular”. Ele consiste em montar espetáculos que possam ocupar espaços alternativos como praças, escolas, entre outros.