CEU fará dois anos e recebe até 400 por dia

 

Com quase quatro anos de funcionamento, mas aberto oficialmente há dois, o CEU (Centro de Esportes Unificados) “Fotógrafo Victor Hugo da Costa Pires” está baseado em três pilares. Além de agregar atividades físicas, como o próprio nome sugere, ele promove ações culturais e voltadas à assistência social.

Trazido ao município por meio de convênio com o governo federal, o centro é considerado “patrimônio da comunidade”. Frequentam, mais ativamente, moradores do entorno do prédio, localizado na rua Ana Rosa Monteiro, 475, no Jardim Santa Helena.

O público soma pessoas do Boqueirão, Rosa Garcia (1 e 2), Jardim Santa Rita de Cássia, Santa Cruz e até de bairros mais distantes. Exemplo é a vila São Cristóvão, na qual residem alunas de um dos cursos mais frequentados: a zumba.

“Faremos aniversário em maio e, por isso, daremos prioridade em manter as atividades já existentes. Por outro lado, estamos pensando em novidades”, informou a coordenadora do espaço, a professora Priscila Simões.

Entre os projetos em continuidade, estão: as aulas de capoeira, de zumba e os cursos de informática oferecidos à população por meio do telecentro (veja reportagem nesta edição). Todas as atividades são gratuitas e para públicos variados.

Elas atendem as duas principais “vocações” do centro, que são a cultura e o esporte. Na primeira, ficam a cargo de grupos de teatro – no momento, quatro. Integrantes do Sete Chaves, Atores em Conserva, Garagem e Cia. e grupo coordenado por Pedro Couto utilizam um dos espaços do CEU para ensaios e apresentações.

O teatro também abriga palestras, aulas e apresentações de violão, canto coral, balé e dança gaúcha. Conta, ainda, com um telão para exibição de filmes, também gratuitos. Dentre os trabalhos já apresentados no espaço está um dos filmes da “Chácara Queto”, produzido por Sérgio Augusto Ribeiro.

Da parte de sua segunda “aptidão”, o CEU oferece ao público “múltiplas possibilidades”. A praça do centro conta com pista de skate, espaço para caminhada, ambos abertos de segunda a segunda, das 7h às 22h. Aos sábados, domingos e feriados, a população pode utilizá-lo no horário das 8h às 20h.

As opções estão disponíveis tanto para homens como para mulheres. Elas incluem ginásticas (de manhã e à noite), práticas de futebol, voleibol e queimada. “Todas as atividades são monitoradas por professores, mas há a possibilidade da prática livre, como as equipes de futebol, que sempre estão aqui”, disse Priscila.

Com esse “leque” à disposição, o CEU tem conseguido “engordar” em público. O número de frequentadores, por exemplo, chegou a 400 por dia no fim do ano passado.

A maioria das pessoas – 60% – reside no Santa Rita; os demais participantes, no Rosa Garcia e Santa Cruz. “Há um mínimo, mas há, de pessoas que moram na vila Angélica e que vêm para as atividades”, disse a coordenadora.

Para este ano, a única mudança no funcionamento do órgão se dá no “time que movimenta o centro”. Por determinação do secretário municipal de Esporte, Turismo, Cultura, Lazer e Juventude, Cassiano Sinisgalli, passam a colaborar com a coordenadora do centro Edson Aparecido Pinto (na coordenação da área da cultura) e Thiago Campos de Almeida (no setor de esportes).

“É importante frisar que os dois novos coordenadores são funcionários municipais concursados. Isso mostra que estamos comprometidos com a valorização do funcionalismo público e com a qualidade das nossas ações”, disse Sinisgalli.

De acordo com o secretário, os novos diretores representarão apoio maior para Priscila. “Nossa intenção é continuarmos o que já está sendo feito no setor e dispararmos mais cursos e ações para cá”, iniciou o coordenador de cultura.

Os novos planos de trabalho da área da cultura, para o CEU, convergem para uma “maior interação com a comunidade”. Pinto explicou que a equipe pretende ampliar o número de cursos, a serem definidos conforme a demanda da sociedade.

A ideia é oferecer mais opções na área de música e artes cênicas para a formação e fortalecimento de novos grupos de teatro. “Quem sabe não possamos trazer grupos de fora para cá, para que tenhamos maior interação”, disse.

O coordenador de cultura do centro avaliou que a infraestrutura do teatro permite “inúmeras possibilidades”. Dentre elas, a chamada “criação de público”, uma vez que os eventos como apresentações de espetáculos têm plateia eclética.

Como o teatro possui dimensões reduzidas, em comparação com outros espaços semelhantes, Pinto afirmou que os grupos privilegiam encenações “pockets”.

“São peças que envolvem produção menor, mas de qualidade e que trazem novos públicos. Com elas, nós queremos aumentar a presença da comunidade”, disse.

O resultado prático disso pode ser visto gratuitamente em apresentações de dança e de outras manifestações artísticas, que acontecem quase que diariamente. Todas elas serão compiladas em um calendário semanal – que deve ser unificado – de forma a permitir a um maior número de pessoas acompanhá-las.

Segundo a coordenadora do CEU, o prazo obedece a um trâmite interno. Como se trata de um espaço público, mantido pela Prefeitura, os grupos precisam de uma autorização de uso. “O pedido segue para o Executivo que o analisa e libera o local. Isso acontece porque, às vezes, é preciso trocar a iluminação ou ajustar o som, para atender à demanda das apresentações”, disse Priscila.

Mesmo “forte em público”, o esporte também terá inovações a partir deste ano. É o que promete o coordenador da área. Almeida disse que o plano de trabalho é manter o nível de participação nas atividades esportivas já existentes e acrescentar aulas de outras modalidades coletivas, como o basquetebol.

Existe ainda um trabalho paralelo de identificação das potencialidades dos participantes dentro de suas respectivas modalidades esportivas. Um “embrião” nasceu já no ano passado, com a formação de 16 equipes que disputaram campeonatos interno e externo. Os times em três categorias competiram em torneios realizados no Santa Rita e no estádio do Clube de Campo.

De forma a permitir que as equipes aumentem, mas não se choquem, o coordenador de esportes explicou que a organização utiliza agendamento prévio do uso das quadras. “Cada grupo respeita o tempo do outro e nós os informamos antecipadamente por conta das aulas funcionais (de zumba)”, descreveu.

No CEU, a atividade física com maior número de praticantes é a zumba. As aulas envolvem um público mais adulto. São, em geral, mulheres casadas, com filhos e que trabalham em horário comercial. “As outras modalidades esportivas contam com praticantes de idades e sexo variados”, acrescentou o coordenador.

Embora registre uma “procura natural”, a área esportiva no CEU é considerada um complemento da cultura. O mesmo vale para o social, conforme Priscila.

“Nós fazemos uma mistura boa. Colocamos a zumba com a capoeira, o futsal com a dança gaúcha. Assim, conseguimos contribuir com a melhora da qualidade de vida da população com todos os elementos e não dividimos público”, disse.

Para o secretário de Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, o mesmo princípio vale para quem vai ao centro buscando oportunidade de se expressar. Sinisgalli citou, como exemplo, músicos do Conservatório que procuram a unidade para realizar apresentações ou colocar o aprendizado em prática.

Apesar de ser frequentado por público regional, o secretário afirmou que o CEU é aberto a todo município. Pensando em democratizar o espaço, Sinisgalli reforçou o compromisso de criar um mecanismo de divulgação de eventos.

O secretário voltou a anunciar a criação de uma agenda cultural unificada. A proposta está sendo discutida com o Departamento de Comunicação da Prefeitura. O calendário seria mensal visando dar ao público chance de se programar para assistir a espetáculos de dança, música e teatro e eventos de esporte e lazer.