CEU das Artes promove espetáculo premiado do grupo Garagem & Cia.

Elenco do espetáculo teatral “O Abajur Lilás” (foto: divulgação)

O Centro de Esportes e Artes Unificadas “Fotógrafo Victor Hugo da Costa Pires”, o CEU das Artes, recebe neste fim de semana a Trupe de Teatro Garagem & Cia. com mais duas apresentações do espetáculo “O Abajur Lilás”, de Plínio Marcos.

No sábado, 27, a apresentação acontece às 20h e, no domingo, 28, às 19h. O espetáculo tem a classificação indicativa de 18 anos e a entrada é gratuita.

No mês passado, a “Trupe” apresentou o espetáculo na 2ª Mostra de Teatro Amador, na cidade de Quadra, e conquistou dois prêmios: o de melhor atriz (Paula Fernanda) e o de melhor cenografia, além das indicações de melhor ator (Marcelo Ferraz e Mat Kaytan), melhor ator revelação (Kaique Cabral), melhor sonoplastia e melhor direção.

“O Abajur Lilás” é uma peça de teatro escrita em 1969, em plena ditadura militar, e que só foi liberada pela censura 11 anos depois, em 1980. Tendo a montagem sido interrompida e retomada por diversa vezes até a liberação, “O Abajur Lilás” mobilizou toda a classe teatral, tornando-se “símbolo de persistência”.

Conforme o grupo, “a ação tem lugar no prostíbulo de Giro, um homossexual desapiedado, que conta com Osvaldo, um segurança violento, para fazer valer sua autoridade. Em estado de extrema degradação humana, três prostitutas tentam sobreviver”.

“Dilma se apega aos valores e ao filho que precisa criar; a rebelde e inconsequente Célia só deseja tomar o prostíbulo e o poder para si; Leninha é novata no lugar, individualista, e parece não se abalar com os conflitos alheios. Tudo se complica quando um abajur aparece quebrado no dormitório e nenhuma das três assume a culpa”, acrescenta o grupo.

“Sem disfarces nem qualquer piedade, Plínio Marcos retrata as camadas mais marginalizadas da sociedade, seres sem perspectiva outra que sobreviver um dia após o outro de uma vida ingrata”, descreve a trupe.

“As três prostitutas, o cafetão e o segurança fazem o que podem para defender o que é seu em um entorno marcado pelas relações de poder, onde a justiça parece não existir e os interesses individuais ditam as leis”.

Apesar de dividirem o quarto e a “triste realidade”, Dilma, Célia e Leninha nada têm em comum. “A esperança sincera; a rebeldia e a luta; ou então a completa indiferença e alienação; a maneira como elas lidam com a dominação imposta por Giro vai de um extremo a outro”, segue descrevendo o grupo.

“Donas de voz única – e linguagem muito livre –, cada uma delas provoca impressões e sentimentos dos mais ambíguos, o que acaba sendo bastante interessante no decorrer da peça e à medida que nos envolvemos com a obra”, conclui o grupo.

No elenco, estão Marcelo Ferraz (Giro), Paula Fernanda (Dilma), Mat Kaytan (Célia), Kaique Cabral (Leninha) e Augusto Oliveira (Osvaldo). A ficha técnica é composta pela direção e cenografia de Paula Fernanda, operação de sonoplastia de Emilly Leone e operação de luz de Iuri Proença.

Kaique Cabral e Mat Kaytan assinam a maquiagem, João Coelho, o design gráfico, e Rafael Franco e Kellen Faistinoni, a contrarregragem do espetáculo.

O CEU das Artes fica na rua Ana Rosa Monteiro, 475, na vila Santa Helena, em frente ao antigo Curtume.