Ceramista se diz ‘arrependido’ em depoimento í  Policia Civil





Em depoimento à Polícia Civil, na noite de terça-feira, 10, o ceramista Manoel Leôncio da Silva, 46, suspeito de matar a namorada, Alessandra de Jesus Ponce, 36, a golpes de faca disse estar “arrependido” pelo crime e que “gostava muito” da vítima.

As declarações sobre o assassinato foram dadas durante depoimento ao delegado plantonista Hélio Momberg de Camargo. O suspeito foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória de Capão Bonito. O ceramista se entregou por volta das 20h, no plantão policial.

Segundo o preso, a relação amorosa com Alessandra “vinha tendo graves problemas”. Silva afirmou ao delegado que suspeitava que a namorada “estivesse o traindo”.

A discussão da tarde de segunda-feira, 9, dia do crime, teria se originado com a suspeita do ceramista. Ele afirmou que a namorada teria ficado “alterada” com a briga “acalorada”. Alessandra, segundo o suspeito, teria ficado mais nervosa após ele dizer que “não a deixaria”.

De acordo com o depoimento de Silva, Alessandra teria se dirigido “na direção de uma faca que estava na pia da cozinha”. Ele afirmou, ainda, que se antecipou à namorada, pegou a faca e desferiu golpes contra o corpo dela.

O suspeito, que confessou o crime, disse não se lembrar se a vítima teria pedido por socorro. O ceramista afirma só ter parado de agredir a namorada após a filha dele bater na porta da sala.

Silva não sabia se a namorada estava viva ou morta no momento da fuga. Ele fugiu correndo pelos fundos da residência e deixou no quintal a faca usada na agressão.

Nas 31 horas em que ficou foragido, o ceramista afirma ter ficado em uma mata próxima a uma fabrica de subprodutos alimentícios. Ele teria “refletido” sobre o crime cometido e decidido se apresentar e confessar.

Sobre o dia do crime, o suspeito afirma ter tomado café da manhã na casa da namorada, no Jardim América, e feito compras com ela no supermercado. Por volta das 11h30, o casal se dirigiu à casa de Silva, no Jardim Thomaz Guedes, onde almoçaram. A discussão que acabou na morte de Alessandra começou após a refeição.

 

Primeiro homicídio

A morte de Alessandra é o primeiro caso de homicídio do ano. O crime aconteceu no Jardim Thomaz Guedes, por volta das 13h50 da segunda-feira, 9.

De acordo com a Polícia Civil, Alessandra fora morta com mais de 15 facadas. Os golpes foram desferidos na região da face, pescoço, tórax, abdome e pernas.

O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegou a ser acionado, porém, os médicos constataram que a vítima já estava morta.

Peritos que investigaram o local do crime descobriram indícios de luta corporal entre a vítima e o possível autor. Alessandra foi encontrada morta pela filha do suspeito, que mora em uma casa nos fundos do local do crime. Ela teria ouvido “barulhos estranhos” e gritos partidos da casa do pai dela.

A filha de Silva bateu na porta da casa do pai, que a destrancou e saiu correndo ensanguentado e com a faca usada no crime nas mãos.

Foram encontrados vestígios de sangue no banheiro. De acordo com testemunhas, Silva fugiu a pé da casa, pelos fundos, enquanto a filha tentava acudir a vítima.

Policiais militares encontraram a faca usada no crime no quintal da residência onde o suspeito mora. Segundo a Polícia Militar, a faca mede aproximadamente 30 centímetros. A motocicleta de Silva foi apreendida para coleta de provas.