Casos de roubos disparam neste trimestre

Comandante da CGM prevê queda na criminalidade no município

Tatuí registrou o pior índice de roubos para o primeiro trimestre desde 2010. Conforme dados disponibilizados pela SSP (Secretaria Estadual de Segurança Pública), a soma de casos de assaltos na cidade aumentou 53,8% entre os meses de janeiro e março, em comparação aos mesmos meses do ano passado.

De acordo com o comandante da Guarda Civil Municipal, Fábio Luciano Leme, o aumento de casos de roubos na cidade pode ser atribuído ao retorno às ruas de criminosos que estavam cumprindo sentença no sistema prisional.

“Tem casos de criminosos que estão nas ruas após passarem um tempo presos. Como estamos cercando o tráfico na cidade, pode acontecer de alguns bandidos voltarem a cometer roubos e furtos”, declarou.

A estatística de furtos nos três primeiros meses deste ano foi menor em comparação ao ano passado. Enquanto que, no primeiro trimestre de 2016, foram somados 228 casos, neste ano, o total chegou a 200 – redução de 12,3%.

Apesar do “cerco” ao tráfico de drogas, o número de ocorrências de apreensões em decorrência da venda de entorpecentes caiu de 97, no primeiro trimestre de 2016, para 68, neste ano. A redução beirou os 30%.

A quantidade de menores de 18 anos apreendidos também teve queda, de 62 para 52. Entre os adultos, a redução foi de 182 para 150, no comparativo.

Sobre a redução de ocorrências relacionadas ao tráfico de drogas, Leme argumentou que a maior repressão fez com que os criminosos adotassem novas estratégias para fugir do cerco das autoridades de segurança pública.

Apreensões de drogas tidas como “significativas” e o policiamento ostensivo mais presente, nos pontos conhecidos de tráfico, teriam inibido a comercialização de drogas na cidade, na visão do comandante da GCM.

“É um trabalho constante que a GCM e outras forças fazem. Locais reincidentes estão com presença constante, e acho que temos atrapalhado bastante esse tipo de ilícito”, comentou.

Uma tentativa de intimidação a agentes da GCM, registrada no início deste mês em uma pista de skate do bairro CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano) “Orlando Lisboa de Almeida”, não atrapalhou o andamento dos trabalhos da Guarda, segundo o comandante.

Uma guarnição da corporação foi alvejada a tiros enquanto fazia patrulhamento do local, indicado pelas autoridades como ponto de venda de entorpecentes.

“Teve apreensões da GCM e da PM naquele local. Talvez o tráfico se sentiu lesado e disparado contra a nossa equipe. Foi um caso isolado, e continuamos trabalhando”, declarou.

Nas estatísticas de produtividade disponibilizada pela SSP, o número de apreensões de armas de fogo apareceu “zerado” no primeiro trimestre deste ano. No mesmo período do ano passado, foram 11 apreensões e em 2015, oito.

A dificuldade na apreensão de armas pode ser atribuída à “evolução” da forma de trabalho dos bandidos. Os revólveres, que eram vistos no passado como “meio de persuasão”, atualmente somente são utilizados nos casos de roubos.

“Os meliantes estão começando a raciocinar formas de ludibriar a nossa tática e utilizado armamentos somente quando necessário. Isso atrapalha o número de apreensões”, relatou.

Os índices criminais da cidade também foram prejudicados pela alta na incidência de tentativas de homicídio e assassinatos. Enquanto que, no primeiro trimestre do ano passado, foi registrado somente um caso tentado, neste ano, foram contabilizados três tentativas e três assassinatos.

Sobre os casos de crime contra a vida, o chefe do policiamento municipal ressaltou ser de difícil prevenção. Neste ano foram registradas mortes em casos de brigas entre vizinhos e de um filho que matou o próprio pai. A cidade contou um caso de latrocínio, tipo de crime sem registro local desde 2013.

“Em contrapartida, estamos focando as ações nos casos de roubos reiterados e que podem evoluir para latrocínios. Homicídios dolosos são de difícil combate”, argumentou.

O comandante da GCM apontou a estabilidade na quantidade de casos de estupros na cidade. Nos primeiros trimestres de 2016 e 2017 foram contados oito casos do tipo. Nesta semana, um homem foi preso em flagrante por aliciar uma criança de 11 anos (reportagem nesta edição).

O número de furtos e roubos de veículos tiveram resultados díspares nos três primeiros meses do ano. Em relação aos furtos, a SSP apontou redução de 33 para 27 casos (- 18,2%). Já os roubos a carros, motos e caminhões passaram de cinco para oito (+ 60%).

Leme ressaltou que as estatísticas em relação aos roubos e furtos de veículos também mostram um dado positivo no tocante à recuperação de autos e motos levados por ladrões. As corporações registraram a devolução de 23 veículos, contra 14 no ano passado – alta de mais de 64%.

O número de inquéritos abertos pela Polícia Civil em Tatuí teve redução de cerca de 15% em 2017, em relação aos três meses iniciais do ano passado. A SSP divulgou que foram instaurados 292 investigações, contra 343 em 2016.

Para os próximos meses, o comandante vislumbra melhora nas estatísticas criminais da cidade. Apreensões de traficantes e pessoas apontadas como responsáveis por reiteradas práticas de furtos e roubos devem reduzir o número de casos do tipo em Tatuí (reportagem nesta edição).

“Temos essa expectativa e estamos nos esforçando para reduzir a criminalidade. A tendência é que, com o policiamento mais presente com as novas viaturas, teremos diminuição”, vaticinou.

A reabertura de bases comunitárias da GCM – como a do Jardim Santa Rita de Cássia, reinaugurada neste mês – pode ajudar a corporação a ter maior proximidade com a população, o que levaria a melhores índices de elucidação de crimes.

“É importante termos contato com o cidadão e eles conosco, não só na área da segurança, mas em tudo que a GCM e a Prefeitura pode ajudar para toda aquela população. Temos um papel social”, declarou.