Casa para abrigar mulheres é nova ‘bandeira’ de Conselho da Mulher





A implantação de uma casa para abrigar mulheres vítimas de violência é a nova “bandeira” anunciada pelo CMDM (Conselho Municipal dos Direitos da Mulher). A meta é da diretoria empossada na noite de quinta-feira, 14, em solenidade realizada no Centro Cultural Municipal, à praça Martinho Guedes, 12, no centro.

O evento contou com presença de autoridades, entre elas, o prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, e a primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade, Ana Paula Cury Fiuza Coelho. Também participaram o gestor municipal de Assistência Social, Alessandro Bosso, e secretário municipal da Indústria, Desenvolvimento Econômico e Social, Marcos Bueno.

A O Progresso, a nova presidente do conselho, Maria Cláudia Adum, enfatizou que o conselho tem a missão de promover as políticas públicas voltadas às mulheres. Esta é a segunda vez que a sindicalista (ela é presidente do Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais) atua como integrante no órgão.

Cláudia Adum participou da diretoria anterior como membro. Em entrevista, ela destacou que as novas representantes são pessoas que já interagem com a sociedade. “Somos pessoas de base, de bairro. Então, nós, melhor que ninguém, sabemos quais são as necessidades das mulheres”, declarou.

Em Tatuí, a presidente citou que os trabalhos da nova diretoria do órgão serão voltados à redução das desigualdades e de problemas como discriminação. Cláudia Adum afirmou que as mulheres também sofrem com todo tipo de preconceito. Entretanto, citou que um problema tem preocupado as pessoas que trabalham para redução das desigualdades: a violência.

“Nós não sabemos se está aumentando, ou se as pessoas estão denunciando mais. Mas, em todo caso, não adianta denunciar, tirar essas mulheres de seus lares se não tivermos uma casa de abrigo para acolhê-las”, argumentou a presidente.

Cláudia Adum frisou que a nova gestão do conselho será “voltada” para viabilizar a casa. A ideia do projeto é que o espaço a ser cedido pela Prefeitura seja utilizado para abrigar mulheres vítimas de violência e que estejam sofrendo ameaça.

A ideia havia sido discutida na gestão da ex-presidente Rosângela Aparecida Xisto Soares. Em entrevista ao bissemanário, no ano passado, a advogada disse que o projeto não vingou por falta de procura por parte das vítimas de violência.

Desta vez, Cláudia Adum disse que o conselho vai priorizar a divulgação dos direitos. A proposta é juntar a experiência do curso PLP (Promotora Legal Popular) com a representatividade do órgão. Com essa medida, a nova presidente do conselho espera encorajar as mulheres a saírem de situações de vulnerabilidade.

Cláudia Adum considerou que não falta mulheres interessadas, mas divulgação. Conforme ela, em Tatuí, há muitas mulheres vítimas de violência. O problema é que boa parte delas não tem conhecimento dos direitos e dos mecanismos que podem ser utilizados para que tenham proteção e atendimento.

“Se perguntarmos em qualquer lugar para as pessoas o que é o Cras (Centro de Referência de Assistência Social) ou onde fica a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), poucas pessoas vão saber a resposta. O problema é que não há divulgação disso. Nós juntamos o conselho ao PLP para resolver a questão”, disse.

O propósito da união é somar forças para que o grupo que frequenta o curso possa multiplicar conhecimento. Em outra frente, o conselho – formado em sua maioria por promotoras legais populares – deve se encarregar de cobrar do poder público mecanismo para apoio às vítimas de violência.

Para a nova presidente do conselho, as metas deverão ser cumpridas em função da experiência das integrantes. Cláudia Adum mencionou que, assim como ela, todas as novas integrantes do órgão deliberativo possuem bagagem e estão comprometidas em fazer em um bom trabalho em prol das mulheres.

Além de Cláudia Adum, receberam certificados dando posse as conselheiras Fabiana Aparecida Alves de Almeida Moraes, Ellen Caroline de Sá Camargo Almeida, Adriana Rosa, Flaviana Aparecida Romagnollo, Heloísa Saliba e Borges, Dalva Adriana Rodrigues Balula e Gesomina Iazetti Grando. Os documentos foram entregues após discursos das autoridades pelo prefeito, primeira-dama, secretário da Indústria e gestor da Assistência Social.

Primeiro a discursar, Bosso explicou o funcionamento dos conselhos e falou sobre a importância deles como responsáveis por dar sustentação à administração.

O secretário da Indústria parabenizou as novas conselheiras e afirmou que a organização pode auxiliar o município a resolver as desigualdades e questões de violência. Ele, o prefeito e a primeira-dama ofereceram apoio ao grupo. Ana Paula destacou, ainda, o trabalho do curso PLP encabeçado por Heloísa Borges.