Casa no Rosa Garcia é tomada por esgoto já há cerca de 1 ano

Caso será analisado por equipe da Coordenadoria da Defesa Civil

Há cerca de um ano, uma família de moradores do Jardim Rosa Garcia vem enfrentando problemas com infiltração e refluxo de águas de chuva e esgoto para dentro da moradia.

Conforme a dona de casa Cláudia Simões Idro, o problema passou a ocorrer após obras de canalização de uma valeta pela qual passariam águas pluviais e esgoto.

A construção teria sido realizada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo) e é próxima à linha férrea da Rumo Logística (antiga ALL – América Latina Logística).

“Nos fundos das casas, tinha uma valeta com água de esgoto e da bica. Tudo passava aqui atrás, mas, quando fecharam tudo, acho que a caída ficou na minha casa. Quando chove forte, a enxurrada vem e traz esgoto das outras casas para dentro da minha. A água começa a entrar pelo ralo do banheiro e pelo vaso sanitário”, contou Cláudia.

Para a moradora, podem ter ocorrido dois problemas na canalização: um subdimensionamento da rede e vazamentos na tubulação, que estão afetando o quarto da filha de Cláudia. A casa é ocupada por seis pessoas, entre elas, três crianças.

“Entra bastante água, já chegou a entrar e ficar perto do joelho. Certa vez, precisei fazer um buraco na parede do meu quarto para que a água fosse embora; outra vez, cheguei até a cair na escada, tamanho desespero”, relatou.

O problema de infiltração pode causar instabilidade no quarto da filha de Cláudia. Devido ao vazamento da tubulação, que fica sob o cômodo, o piso está oco. Pedreiros e moradores da residência preencheram o buraco diversas vezes com terra, entretanto, o serviço foi em vão. De tempos em tempos, o problema volta.

“Nós cimentamos para ver se resolve um pouco. Do lado de fora da casa, tem um buraco enorme e que não damos conta de preencher com terra. Tudo que faz não adianta, estamos com medo de o chão do quarto ceder”, declarou a moradora.

Apesar do temor de o chão ceder, a filha de Cláudia prefere continuar ocupando o cômodo. “Ela diz que Deus protege. Acho que está protegendo mesmo, mas ainda assim tenho muito medo de que algo ocorra, principalmente em um dia de chuva à noite”, contou.

No ano passado, a moradora chegou a realizar diversas reclamações à Prefeitura e à Sabesp. A gestão passada, inclusive, teria considerado a moradia “em risco” e prometido para Cláudia uma das casas do Residencial Vida Nova Tatuí.

A família já perdeu vários móveis com a inundação de água da chuva e esgoto. Foram jogados fora sofás, guarda-roupa, cama e uma máquina lava-roupas.

“Todo dia que tem chuva é uma correria para levantar os móveis e tentar salvar o que está na parte baixa. Dá um desespero na minha mãe”, afirmou a filha.

O problema enfrentado por Cláudia e a família dela foi levado a público pelo vereador Eduardo Dade Sallum (PT) na sessão da Câmara Municipal de terça-feira, 4.

A assessoria parlamentar apresentou a resposta de um requerimento enviado por Sallum à CMDC (Coordenadoria Municipal da Defesa Civil).

Segundo o órgão, o problema de infiltração e entrada de água na residência pode ser ocasionado por entupimento nas galerias de águas pluviais que passam aos fundos do terreno.

Como a área é ocupada pela linha ferroviária da Rumo Logística, a concessionária foi acionada para realizar manutenção da tubulação e limpeza do terreno.

Na resposta, o coordenador da CMDC, João Batista Alves Floriano, afirmou que a área é “insalubre, não caracterizando, porém, área de risco”. O responsável pela Defesa Civil local apresentou, inclusive, mapeamento das áreas consideradas de risco na cidade.

“Se não fizer manutenção preventiva nas canaletas, principalmente na época chuvosa, pode haver extravazamento e a água ir para as casas”, explicou Floriano a O Progresso.

O coordenador adiantou que visitaria a residência na companhia de um engenheiro da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura para realizar vistoria. Caso necessário, parte da casa ou a integralidade dela seria interditada.

“Caso a família não tenha para aonde ir, vamos procurar a Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social para alojá-la em algum imóvel público, até que possamos fazer algum reforço na residência, se for o caso”, informou.

Floriano explicou que, caso sejam detectados problemas na galeria de águas pluviais, o caso será encaminhado à Secretaria de Obras. Na ocorrência de irregularidade no sistema de esgoto, a Sabesp será acionada.

Procurado, o gerente regional da Sabesp, Adriano José Branco, afirmou que buscará resposta junto à equipe de engenheiros da companhia.