CARTA À REDAÇÃO – O dia em que Tatuí­ dançou e cantou com Jair Rodrigues





Bem, remexendo alguns álbuns de fotos de shows e eventos que eu tive a grata oportunidade de apresentar em Tatuí, achei uma foto datada de 10 de agosto de 1986, isso há 28 anos, quando a nossa cidade estava completando 160 anos. A festa aconteceu na Concha Acústica, e as fotos, feitas pelo meu amigo fotógrafo tatuiano Ademar Machado, a quem eu devo uma grande parte das memórias fotográficas que possuo.

Era a véspera do aniversário de Tatuí, e o presente seria o show com Jair Rodrigues. E, para lá fomos com o pessoal da então única rádio da cidade, que era a Rádio Notícias de Tatuí, onde eu apresentava o programa “Salada Mista”: eu, Silvia Franco, Barth, Mário Da Coll, Marcos II, Zé Roberto, Claudinei Cebolinha, Eliana Coca-Cola e outros, e, sob a orientação do Jorge Rizek, criamos o evento: “Tatuí Vai Dançar na Concha Acústica!”

Começamos por volta das 20h30, com dublagens dos grandes astros e estrelas da época: Michael Jackson, Whitney Houston, Madonna, Tears for Fears, Usa for Africa, U2 e outros, e, no palco, os incríveis e inesquecíveis: Dito Jackson, JR, Sara, Os Megatons, as duas Patrícias, Preto Jackson, Samuel Jackson, Jeferson e muitos outros que nos faziam vibrar com seus passos e movimentos labiais perfeitos!

Entre sorteios de discos LPs, chega a hora do “Parabéns a Você”, com direito à contagem regressiva, e adentram no palco: baterias, passistas das escolas de samba Renascença e Imperiais do Samba! Me lembrei do Bola Rolim, Zulu, Bá, Arlindinho Preto, Pelezinho e tantos outros que seria quase que impossível de enumerá-los todos. E, depois desse “esquenta”, que é o termo do momento para definir o início do show, eu apresentei e entrei no palco com o cantor Jair Rodrigues, que já veio com sua simpatia, sorrindo e alegrando a todos! Foram quase duas horas de muito samba e um público recorde para a época, quase 7.000 pessoas, que se acotovelaram para vê-lo.

Também estive com ele em Capão Bonito em um show na praça central, em 1995. Porém, enquanto ele não subia ao palco, e como a banda já estava pronta, comecei a cantar com o povo. Ele veio e terminamos a música juntos, e, daí, ele iniciou o seu show, foi um momento inesquecível!

Bem, como disse o Caetano Veloso: “Jair Rodrigues e a morte não se combinam!”

Mas, quando a saudade dele bater, é só virar a palma da mão para cima e para baixo, prá lá e prá cá, e dizer:

“Deixe que digam, que pensem, que falem

Deixe isso prá lá, vem prá cá, o que é que tem

Eu não tô fazendo nada, você também

Que tal bater um papo assim gostoso com alguém!”

Descanse em paz, Jair Rodrigues!

Foi muito bom o seu tempo aqui embaixo, pois você alegrou a todos! Vá com Deus!