Carnaval 2018 promete ser ‘maior’

 

Encerrado no dia 28 de fevereiro, o Carnaval deve voltar a ser tema de reuniões em Tatuí ainda neste ano. Os planos do secretário municipal de Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, Cassiano Sinisgalli, são de começar a discutir o formato do ano que vem entre os meses de novembro e dezembro.

Para 2018, Sinisgalli pretende realizar um evento “maior” e com participações de mais grupos, blocos, bandas e escolas de samba do município. A proposta é utilizar os resultados da experiência deste ano para oferecer uma programação eclética e que possa agradar ao maior número de pessoas.

Neste ano, a Prefeitura optou por atividades que não tivessem custo. Realizou exposição, matinês e folias em quatro espaços do município. A programação foi aberta no Centro Cultural Municipal, com a mostra “A Folia na Terra do Pé Vermeio”, incluiu apresentações da Banda do Bonde, da Banda da Associação Cultural Pró-Arte e do tradicional Cordão dos Bichos.

Os grupos animaram foliões no CEU (Centro de Esportes Unificados) “Fotógrafo Victor Hugo da Costa Pires”, Praça da Matriz e praça Manoel Guedes (Museu). Este último espaço recebeu a 1ª edição da “Praça do Artesanato”.

“Fizemos, realmente, um Carnaval econômico porque não tínhamos condição de fazer o Carnaval tradição de Tatuí. Mas, pelo que sentimos do público nestes quatro dias, as atrações agradaram. As pessoas valorizaram o que nós pudemos oferecer a elas”, avaliou a prefeita Maria José Vieira de Camargo.

Para ela, o mérito do evento deve ser dividido com os grupos, blocos e bandas do município. A prefeita também destacou o suporte recebido pela administração de clubes de serviços, os quais desenvolveram programação própria. “Esse apoio de todos ajudando na alegria do Carnaval foi muito bom”, afirmou.

A O Progresso, Maria José ressaltou a presença de pessoas de todas as idades nas atividades. Nos quatro dias, o Carnaval reuniu crianças, jovens e adultos. Entre eles, Mariane de Lara Costa, mãe de Otávio de Lara Costa, de 4 anos. Os dois aproveitaram a terça-feira para comemorar, ao som de tradicionais marchinhas.

“É o quarto ano que trago ele. Venho por causa do ambiente, que é familiar e permite que as crianças brinquem sossegadamente. Ele sempre pede para vir, porque gosta do Carnaval e neste ano está fantasiado de vampiro”, comentou a mãe.

Também fantasiado, Henrique Gomes, de 18 anos, participou efetivamente da programação local. Ele integrou o grupo de 25 componentes do Cordão dos Bichos. O grupo folclórico realizou apresentações em, pelo menos, três espaços públicos.

“Este é o meu primeiro ano. Entrei no grupo porque queria me divertir, e estou gostando. O público tem tratado bem todos os componentes”, explicou o mais novo integrante do cordão. Gomes foi incorporado ao grupo neste ano.

O Carnaval em Tatuí representou o primeiro compromisso do jovem no cordão. Entretanto, a apresentação não consistiu na primeira do ano realizada pelo grupo.

“Oficialmente, nós desfilamos exclusivamente em Tatuí. Não tivemos convites para fora devido à crise, e somente no Carnaval alternativo da cidade. Contudo, fizemos uma apresentação beneficente em Capela do Alto, no dia 20 de fevereiro”, informou o presidente do grupo folclórico, Pedro da Silva.

Em média, as apresentações dos componentes do cordão duram meia hora. O tempo é fixado em função do peso das fantasias. “As figuras pesam. Então, para que possamos ficar um período maior animando o público, nós fazemos alguns intervalos. Com isso, temos duas ou três exibições”, disse Silva.

Embora considerada modesta, a programação 2017 do Carnaval trouxe “resultados muito positivos”, na avaliação do secretário de Cultura. Sinisgalli afirmou que, mesmo com falta de recursos para a realização da festa, o município conseguiu oferecer ao público um “divertido e excelente Carnaval”.

“Para uma cidade que estava havia dois anos sem folia e considerando a situação da cidade (nós a pegamos em estado de emergência), acho que o evento foi excelente. Nós plantamos uma semente para o resgate da folia”, declarou.

O secretário disse entender que o Carnaval deste ano esteve “longe do ideal”. Entretanto, Sinisgalli enfatizou o esforço das equipes da administração no sentido de oferecer ao público atrações em diversos espaços. “É como eu falo: enquanto o povo estiver na rua, o Carnaval vai existir”.

Neste ano, a proposta da Prefeitura com a programação alternativa foi a de estimular a autonomia dos blocos carnavalescos, como o Bloco do Vagalume e Banda do Bonde, grupos e bandas. Sinisgalli citou, como exemplo de fortalecimento, a participação da Banda da Associação Cultural Pró-Arte.

De acordo com o secretário, o grupo comandado pelo maestro Marcelo Afonso trabalha com repertório instrumental. Para fazer parte da programação, os meninos e meninas que integram a banda executaram marchinhas carnavalescas.

“Não é a linha de trabalho deles (dos jovens que integram a banda), mas achei a iniciativa deles de participarem fantástica, pela disposição”, argumentou.

Outro efeito destacado pelo secretário com a programação é o fato de que as atividades atraíram “novos públicos” para os equipamentos de cultura da cidade. Sinisgalli citou, como exemplo, a Praça do Artesanato. A iniciativa realizada na praça Manoel Guedes, no centro, uniu artesanato e gastronomia, levando público para o MHPS (Museu Histórico “Paulo Setúbal”) e vice-versa.

A meta principal era descentralizar o Carnaval, antes concentrado somente na Praça da Matriz. Daí a secretaria apoiar a realização de eventos em clubes e estabelecimentos comerciais. “Nós estimulamos a programação, auxiliando na divulgação, o que ajudou a movimentar a cidade nas quatro noites”, avaliou.

Para o secretário, o público respondeu bem ao evento, uma vez que nas quatro noites a secretaria não registrou incidentes. “Pudemos oferecer espaços seguros, porque encontramos segurança tanto por parte da Polícia Militar como da Guarda Civil Municipal. Além disso, todos se envolveram”, disse.

Para 2018, com a experiência deste ano e a prospecção de melhoria das finanças do município, Sinisgalli afirmou que a previsão é de realizar um “Carnaval maior”.

Como preparativo, o secretário estuda a realização de oficinas de percussão para estimular jovens e pessoas de todas as idades a formarem grupos carnavalescos.

“A ideia é aumentarmos o Carnaval. Acredito que, no ano que vem, as nossas pontes já estarão em pé e as ruas com menos buracos. Como consequência, espero que a prefeita realize uma programação ainda melhor”, finalizou.