Câncer Infantojuvenil

No Brasil, o câncer é a principal causa de morte por doença em crianças e adolescentes. Entre 2009 e 2013, a doença foi responsável por cerca de 12% dos óbitos na faixa de 1 a 14 anos, e 8% de 1 a 19 anos. Foram registradas 2.724 mortes por câncer infantojuvenil no Brasil em 2014 (ano mais recente com informações consolidadas).

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima a ocorrência de 12,6 mil novos casos de câncer na faixa etária de 0 a 19 anos em 2017. O câncer infantojuvenil engloba, na verdade, vários tipos de câncer. As leucemias representam o maior percentual de incidência (26%) nessa faixa etária, seguida dos linfomas (14%) e tumores do sistema nervoso central (SNC) (13%).0

Dados de um estudo sobre o panorama do câncer infantojuvenil1 divulgado pelo INCA e pelo Ministério da Saúde (MS) apontam que a sobrevida estimada no Brasil por câncer na faixa etária de 0 a 19 anos é de 64%, índice calculado com base nas informações de incidência e mortalidade.

O estudo apontou que a sobrevida varia de acordo com a região do país. Os índices são mais elevados nas regiões Sul (75%) e Sudeste (70%) do que no Centro-Oeste (65%), Nordeste (60%) e Norte (50%).

Diagnóstico precoce

Para o sucesso do tratamento, é necessário diagnóstico precoce e pronto encaminhamento a centro especializado no cuidado de crianças com câncer.

Os cânceres infantojuvenis crescem mais rapidamente do que os dos adultos e tornam-se invasivos, porém, respondem melhor ao tratamento. Pais e familiares devem estar atentos às queixas de seus filhos e levá-los ao pediatra e a profissionais de saúde para avaliação.

Na fase inicial, os sinais e sintomas do câncer infantojuvenil podem se assemelhar a sintomas de doenças comuns da infância. Logo, é importante sempre avaliar.  Os profissionais, por sua vez, devem valorizar as queixas, identificar os sinais e sintomas e avaliar quando uma criança pode ter uma condição mais séria e necessitar de exames para investigação diagnóstica.

Sinais e sintomas

Palidez, hematomas ou sangramento, dor óssea; caroços ou inchaços – especialmente se indolores e sem febre ou outros sinais de infecção; perda de peso inexplicada ou febre, tosse persistente ou falta de ar, sudorese noturna; alterações oculares – pupila branca, estrabismo de início recente, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor dos olhos; inchaço abdominal.

Dores de cabeça, especialmente se incomuns, persistentes ou graves, vômitos (em especial pela manhã ou com piora ao longo dos dias); dor em membro ou dor óssea, inchaço sem trauma ou sinais de infecção; fadiga, letargia, ou mudanças no comportamento, como isolamento; tontura, perda de equilíbrio ou coordenação.

Tratamento e calvície

Alguns tipos de quimioterapia danificam as células responsáveis pelo crescimento do cabelo. A queda frequentemente começa duas ou três semanas após o inicio da quimioterapia e pode ocorrer pouco a pouco ou em mechas, e a queda de todo o cabelo pode levar mais ou menos uma semana. A alopecia ou queda de cabelo pode acontecer em uma parte ou em todo o cabelo, além de qualquer outra parte do corpo, como rosto, braços, pernas, região axilar e região pubiana.

Orientações úteis

Corte seu cabelo (aos poucos ou tudo de uma vez). Isso lhe dará uma sensação maior de controle sobre a queda do cabelo e faz com que seja mais fácil manejar a perda de cabelo.

Se preferir usar peruca compre-a quando ainda tiver cabelos. Escolha uma que tenha um tom de cor parecido com o seu, que seja confortável e não machuque o seu couro cabeludo.

Tome cuidado ao lavar a cabeça, use um xampu suave, enxugue a cabeça com uma toalha macia e com movimentos suaves, não esfregue. Não utilize artigos ou produtos que possam machucar o seu couro cabeludo, como chapinhas, secador elétrico, tinturas para cabelo ou produtos para fazer permanente.

Depois da queda do cabelo

Proteja a sua cabeça, especialmente o couro cabeludo, que pode estar sensível, usando chapéu, turbante ou um lenço de cabeça.

Não fique em ambientes com temperaturas muito baixas ou muito altas. Use sempre um bloqueador solar para proteger o couro cabeludo.

Fale sobre o que está sentindo e, se estiver incomodando muito, procure ajuda psicológica. Muitas pessoas ficam chateadas, deprimidas ou envergonhadas quando o cabelo cai… Isso pode variar de pessoa para pessoa. O importante é não deixar que estes sentimentos dominem a sua vida, e, algumas vezes, conversar com um familiar, seu médico, um amigo ou até alguém que já teve a experiência poderá ajudar a enfrentar melhor este efeito colateral.

Há hoje em dia, nos institutos de beleza, profissionais, os quais podemos indicar, que podem dar um bom suporte e solução com perucas e apliques especiais e que deixam, principalmente as adolescentes femininas, muito bonitas e elegantes, recuperando a autoestima individual.

Fonte: INCA e https://www.hcancerbarretos.com.br/alopecia-ou-queda-de-cabelo 

* Médico pediatra com TEP em pediatria pela SBP e AMB. Diretor clínico da Alergoclin Cevac de Tatuí.