Caminhos da Tolerância





“A prática da tolerância significa que cada pessoa é livre para escolher suas convicções e aceita que seu semelhante possa usufruir a mesma liberdade”.

Caminhos da Tolerância

O exercício da tolerância inclui, em primeiro lugar, o respeito à outra pessoa. Isso não significa concordar incondicionalmente com o que está sendo dito, anular sua opinião ou se submeter ao que nos violenta ou faz mal.

A tolerância nos permite considerar que existem, sim, diversas formas de olhar para a vida, outras maneiras de ser ou vários tipos de ideal. E que opiniões diferentes das nossas não significam, necessariamente, uma afronta pessoal.

Admitimos que há uma multiplicidade de escolhas. “Ser tolerante é perceber, entender e aceitar as diferenças sem renunciar a princípio e valores pessoais”.

Essa capacidade de aceitar, compreender e tolerar está presente nos momentos mais banais do cotidiano. Para desenvolver a tolerância, devemos enxergar o mundo com os olhos dos outros. Ser tolerante é requisito fundamental para ter com mais tranquilidade paz de espírito.

O problema é, muitas vezes não termos tempo para ponderar e refletir. Somos cobrados a reagir, a tomar partido, com muita rapidez. Isto é, o imediatismo pode comprometer a capacidade de ser tolerante.

Passamos a julgar com base em preconceitos ou conceitos sem fundamento real. E qual seria o antídoto? Não se precipitar.

 E conhecer mais a nós mesmos, nossos valores mais profundos, no que acreditamos realmente. Importante também é aceitar a si próprio. O perfeccionismo é um sintoma de que não aceitamos nossas próprias imperfeições.

E a prática da tolerância propõe muita compreensão e paciência, primeiro com nós mesmos e depois nos relacionamentos.

A educação é o meio mais eficaz de criar uma cultura de tolerância. Ela pode estimular as crianças a serem mais abertas, curiosas e receptivas às diferenças.

O acesso à educação também desenvolve o senso crítico para recusar a intolerância e o preconceito que podem estar presentes nos meios de comunicação, na família ou no ambiente social.

Outro cuidado é prestar atenção nas mensagens de intolerância que são repassadas às crianças por meio de piadas ou apelidos, detalhe que pesa muito, durante o processo da formação de valores. Sempre vale, portanto, não estimular o preconceito.

O bombardeio de informações que recebemos todos os dias muitas vezes incentiva que se forme um universo de semelhantes, onde se exclui o que é diferente de nós. Mas isso não é irreversível, desde que haja consciência.

Todos nós podemos contribuir para criar um mundo em que todas as diferenças sejam bem-vindas, o futuro certamente agradece.

No Brasil, a tolerância, que é presente no campo religioso, não vai tão bem na área social. E, apesar da miscigenação que deu origem à população brasileira, o panorama não é muito animador também em relação à discriminação racial.

O país tenta mostrar a imagem de que aqui não existe racismo. Mas há enormes diferenças de oportunidade de acesso à educação, ao emprego e de remuneração entre os diferentes grupos raciais.

Seremos mais felizes quando se concretizar aqui um dos itens principais da Declaração de Princípios da Tolerância, redigida pela Unesco em 1995. Diz o texto da declaração: A prática da tolerância significa que cada pessoa é livre para escolher suas convicções e aceita que seu semelhante possa usufruir a mesma liberdade.