Calçadão na Prudente

Na semana anterior, a enquete realizada semanalmente pelo jornal O Progresso apontou expressivo resultado a favor da revitalização de trecho da rua Prudente de Moraes, iniciativa proposta pela ACE (Associação Comercial e Empresarial) e encampada pela Prefeitura.

Pela pesquisa, 82% dos leitores apoiam a mudança nessa via central, que deve ser toda modificada entre o Mercado Municipal e a Praça da Matriz. Somente 18% dos votantes manifestaram-se contra.

As negociações para a revitalização da Prudente de Moraes começaram no ano passado. Na primeira reunião com a prefeita Maria José Vieira de Camargo, a ACE propôs que um trecho da via fosse beneficiado com o alargamento das calçadas. A proposta, no entanto, tomou forma e passou para a de um calçadão.

No dia 24 de março, o presidente da ACE, Eric Proost, formalizou a parceria com a Prefeitura e entregou, em ato simbólico, o documento com a assinatura dos empresários associados, em que afirmam concordar com o projeto.

Naquele dia, a O Progresso, Maria José afirmou que iniciativas como essas “vão ao encontro das ações realizadas pela municipalidade”.

De acordo com ela, a implantação do calçadão irá complementar a revitalização da Praça da Matriz. “Marcará um novo momento de modernização do centro”, acentuou.

Já nesta semana, o presidente da ACE informou que a revitalização do trecho da rua Prudente poderá ser concluída em até 90 dias. Proost também antecipou já estar definido que a obra será realizada por completo, e não por partes, podendo ter início nos próximos 30 dias.

O tempo foi definido para não prejudicar o atendimento aos consumidores e não causar grandes transtornos aos lojistas, que ficarão com as calçadas sendo readequadas durante o período.

Uma reunião, no dia 5, já havia definido o planejamento para a revitalização. Ela contou com a participação de técnicos da Prefeitura, representantes da ACE e empresários envolvidos no projeto.

Segundo Proost, o modelo escolhido pelo grupo foi pelo alargamento das calçadas, o que não impedirá o tráfego de veículos leves e motos. A revitalização também contemplará bolsões para embarque e desembarque de passageiros.

Uma pesquisa apontou que o impedimento total da passagem dos veículos não estaria mais sendo utilizada pelos municípios, por atrapalhar o comércio e o trânsito.  Ficou definido, então, que o alargamento das calçadas seria a solução.

“A gente tinha muito medo de acabar com o tráfego de carros e motos. Nesse formato (de calçadão), continuamos com carros e motos passando, com a velocidade reduzida, através da instalação de lombadas”, explicou Proost.

Basicamente, o trecho Mercado-Praça da Matriz ganhará calçadas maiores, dos dois lados, nova iluminação, nova drenagem e pavimentação, acessibilidade adequada e bolsões de estacionamento.

O calçadão será custeado por meio de uma PPP (parceria público-privada). Proost explicou que os valores de custeio das calçadas serão de responsabilidade dos comerciantes e as melhorias estruturais da rua, de competência da Prefeitura.

No momento, o Executivo trabalha no orçamento da obra. “Já temos uma noção de valores, mas ainda faltam alguns detalhes. A parte do comércio ficará em torno de R$ 100 mil”, contou Proost.

A Prefeitura também realizou estudo para viabilizar um local para carga e descarga dos produtos das lojas e avalia projeto que indica as melhorias necessárias para a realização do calçadão.

Proost conta que todos os comerciantes abordados sobre a revitalização aceitaram prontamente a iniciativa. Ele explica que a principal intenção é valorizar a rua Prudente de Moraes e dar maior mobilidade de trânsito, que Tatuí não tem na parte central.

“A cidade é antiga, as calçadas são estreitas. Acreditamos que esse projeto pode ser pioneiro e copiado em outros quarteirões. Assim como foi montado quase que uma associação dos comerciantes da rua, pode ser que isso se torne um modelo para a cidade”, destacou Proost.

Ele acentuou que o local ficará mais bonito e iluminado, atraindo turistas e pessoas, que poderão caminhar com tranquilidade pelas amplas calçadas a serem construídas, sendo beneficiados, inclusive, aqueles com dificuldade de locomoção.

O fato desse projeto estar avançando é muito positivo. Afinal, entre todos os setores a enfrentar severos desafios diante da crise econômica, o comércio tem sido um dos mais castigados – senão o maior a sofrer.

Qualquer iniciativa em favor dos comerciantes e pequenos empresários – ainda que não diretamente na porta de seus empreendimentos -, certamente, vem a somar com o reaquecimento da economia local.

Não se trata, apenas, de calçadas mais largas, mas da valorização de uma antiga rua central, o que, por si só, já é estimulante ao comércio de todo o centro.

Somando-se a isso a necessidade de melhor preparar Tatuí para a condição de “município de interesse turístico” do Estado de São Paulo, chega-se à conclusão de que obras como essa correspondem a obrigação tanto do poder público quanto da iniciativa privada.

A imensa maioria da população reconhecer essa realidade, finalmente, é outro motivo de satisfação, sinal de consenso no sentido de que ficar parado não é o melhor caminho para se desviar das dificuldades e seguir em direção ao desenvolvimento.