Cai percentual de gestantes adolescentes





A proporção de adolescentes e jovens que tem filhos está diminuindo na cidade, revela a pesquisa Registro Civil, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com o estudo, o percentual de mulheres com idade entre 30 e 34 anos que teve filhos no ano passado apontou elevação.

O relatório é divulgado anualmente pelo IBGE e mostra dados demográficos como o número de nascimentos, óbitos, casamentos e divórcios. Ele é repassado trimestralmente ao instituto, que consolida os números e realiza a divulgação dos 5.570 municípios do país.

Segundo o relatório, de todos os partos ocorridos em Tatuí, 14,18% foram de gestantes com idade entre 15 e 19 anos. Em 2014, o percentual foi de 16,66%, ou seja, 2,48 pontos percentuais a mais. Outra faixa etária que teve redução foi a de gestantes com idade entre 20 e 24 anos, que caiu de 27,8%, em 2014, para 25% no ano passado.

Por outro lado, a proporção de gestantes com idade acima de 25 anos aumentou. O IBGE revelou que o percentual de mulheres na faixa etária de 25 a 29 cresceu 0,2%, passando de 24,5%, em 2014, para 24,7%, em 2015.

O maior crescimento foi da maior faixa etária pesquisada, entre 30 e 34 anos. De acordo com o IBGE, em 2014, 17,97% das mulheres que tiveram bebês em Tatuí eram dessa idade. Já no ano passado, a porção elevou-se para 22,46%.

A cidade registrou 1.692 nascimentos de bebês no ano passado e 1.747 no ano anterior. A retração foi de pouco mais de 3%, de acordo com o IBGE.

Com a redução do número de gestantes com idade entre 15 e 19 anos, Tatuí ficou na média registrada por cidades de portes semelhantes. O “recorte” feito por O Progresso realizou comparações com populações entre 115 mil e 120 mil habitantes, segundo estimativa deste ano do Censo do IBGE.

O percentual local ficou em 14,4%, enquanto que a cidade com o menor número de mães jovens, Birigui, apontou 10%. Cidades como Salto (13%), Barretos (13,5%), Guaratinguetá (14%) e Caraguatatuba (15,5%) tiveram índices semelhantes. Votorantim teve a maior proporção, com 19%.

Tatuí teve o terceiro menor índice de gestantes com idade entre 30 e 34 anos, apesar do crescimento entre 2014 e 2015. Com 22%, a cidade ficou atrás de Votorantim, com 32%, Birigui, com 25%, e Salto, com 24%. O percentual local foi maior que os de Barretos (21,8%) e Caraguatatuba (19%), e foi idêntico ao de Guaratinguetá.

De acordo com o médico obstetra Carlos Rubens Avallone Júnior, a maior parte dos partos realizados na cidade é feita na Santa Casa de Misericórdia de Tatuí.

Ele calcula que 1.200 dos mais de 1.600 nascimentos acontecem pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O restante se divide entre convênios particulares e os ocorridos no Hospital Unimed, o único privado da cidade.

“Além de Tatuí, as cidades de Cesário Lange, Quadra, Capela do Alto e, até pouco tempo atrás, Cerquilho usam os serviços de parto da Santa Casa, por não ter maternidades nessas cidades”, explicou.

O médico afirmou que as famílias estão se preparando mais e planejando melhor a vinda de bebês, o que explicaria a mudança do perfil das gestantes. A maior conscientização do papel dos pais e a melhora do nível de escolaridade também contribuiriam.

“Elas têm maior conscientização quanto às responsabilidades da maternidade. Acho também que, com o tempo, o número de adolescentes e jovens que ficam grávidas cedo tende a diminuir”, opinou.

O número de óbitos fetais diminuiu mais de 20% entre 2014 e 2015, de acordo com a pesquisa Registro Civil, do IBGE. A queda foi menor nos casos de aborto após a 28ª semana de gravidez. Ao todo, foram 11 casos na cidade.

Na comparação com outros municípios paulistas, Tatuí teve o terceiro melhor resultado. Birigui teve sete e Votorantim, dez. Os maiores números de abortos ocorreram em Guaratinguetá e Caraguatatuba.

Ambas as localidades tiveram 24 ocorrências. As principais causas para os abortos são problemas uterinos, uso de drogas lícitas ou ilícitas, diabetes, pressão alta e disfunções da tireoide.

O IBGE também revelou os números de mortalidade de idosos na cidade. Entre 2014 e 2015, o número de moradores locais com mais de 60 anos que faleceram cresceu 4,5%, passando de 580 para 606.

O número é o terceiro maior entre as cidades de porte semelhante. Barretos e Guaratinguetá tiveram, respectivamente, 712 e 672 casos.

O menor número foi registrado em Várzea Paulista. O município registrou 344 mortes de idosos, porém, pode haver subnotificação pelo fato de a cidade não ter hospital próprio e usar serviços médicos hospitalares de Jundiaí.

O instituto contabilizou as mortes consideradas “violentas”. Para o IBGE, são consideradas violentas as mortes causadas por “agentes externos”, como acidentes de trânsito, de trabalho, afogamentos, suicídios, homicídios e quedas acidentais, entre outras.

Neste critério, a cidade teve redução de 8,1% entre os dois anos. O instituto também apresentou os números de mortes violentas de pessoas com idade entre 15 e 24 anos. A redução foi de pouco mais de 23% em 2015, utilizando a comparação com o ano anterior.

Com 68 casos de mortes violentas, Tatuí ficou na terceira colocação do ranking das cidades de portes parecidos. Porém, o número foi a metade de Barretos, que registrou 138 mortes em 2015. Caraguatatuba também teve números muito maiores. O município do litoral norte de São Paulo teve 127 casos.