As Estações da Vida!

RAUL VALLERINE

Na nossa vida temos várias estações como na natureza, às vezes estamos caído fora do nosso eu, e é neste momento que reaprendemos novas formas de viver.

Rosicler Ceschin

O que podemos aprender com a natureza? Você já parou para pensar na vida como se fossem as estações do ano? Podemos aprender algo com essa analogia? O que, por exemplo? Essas são questões que me motivaram a refletir e a considerar sobre o tema.

A natureza é sábia e sempre encontra uma forma de nos advertir quando há agressões fora dos limites por ela imposta.

Veja se não é assim com a nossa saúde: se desequilibramos com o trato do nosso corpo, logo algo ocorre para compensar e garantir o bom funcionamento do organismo. Se excedermos os limites do trabalho, ficamos estressados.

Tem fase na nossa vida que mais parece às flores da primavera que ajudam a florescer e a valorizar as nossas conquistas.

Há ocasiões que tudo dá certo, apesar de nem sempre as nossas ações estarem alinhadas com a lógica.

Nessas ocasiões, o melhor seria uma boa dose de prudência, para não achar que há bem que perdure. Pois, como na natureza, outras estações estão a caminho.

Como na primavera, em que as árvores ficam cheias de vida expondo com exuberância as suas folhas verdes e suculentas, renovamos os nossos ânimos.

O clima favorável nos leva a cuidar de nossa aparência como se fossem as flores do jardim. Ao aproximar o verão, estamos revitalizados, seguros de que estamos trilhando o caminho do sucesso. Vigoroso, entusiasmado e com ego nas alturas ganhamos assas e cantarolamos com se cigarras fossemos.

Há fases mais parecidas com o verão, em que o sol brilha em nossa vida, nos induzindo a crer que a prosperidade será eterna.

Se na primavera já estava bom, imagina agora que temos mais riquezas, conforto, oportunidades de lazer e momentos acolhedores.

Devíamos saber que mesmo nos melhores momentos, a prudência recomenda recarregar as baterias, mas ao contrário disso, desperdiçamos energias e oportunidades como se fosse água ou areia que escapam por entre os dedos.

Com o outono chegam os momentos adversos. Para alguns as perdas trazem sofrimento, a outros oportunidade de se renovar livrando-se dos preconceitos, assim como as árvores se livram das folhas secas.

Estranhamos um pouco, pois as coisas já não são como antes. A chuva, apesar de esporádicas, umedece a nossa roupa e nos dá certa sensação de desconforto. Achamos que passa logo e acabamos deixando de enfrentar os fatos como eles realmente são.

Então com o aproximar do inverno, o vento começa a ficar mais forte e varre a nossa vida como se varressem árvores e derrubasse os galhos enfraquecidos; varre a nossa vaidade como se varresse árvores e derrubassem os frutos amadurecidos e passados; varre a nossa arrogância e intolerância como se varresse toda a sujeira da rua e a deixasse como uma passarela para uma nova era que chega.

Porém, quando estamos melhores preparados para o frio do inverno, nos revelamos mais acolhedores, compreensivos, benevolentes, humildes e atentos ao calor humano que ajuda aquecer a nossa alma.

Contudo, não será fácil tolerar o vento que estraga a nossa decoração, o nosso telhado e consome o que restou de nossas energias tão necessárias para aquecer a água do chá, do banho e de nossa autoestima.

Mas, servirá para darmos mais valor às pequenas coisas que de tão natural parece não ser essencial.

Para lembrarmos que os tempos de bonança são oportunidades para acumular energias e para suportar os vendavais que um dia acaba chegando.

Servirá, também, para lembrar que mesmo nos momentos mais difíceis podemos vencer se mantivermos firmes em nossos propósitos.

O certo é que as estações existem e é mais sábio aprende a lidar e conviver com elas do que resisti-las. Até porque, como diz o ditado popular, não há bem que perdure e nem mal que nunca passe.