Apodet firma parceria com ‘PCD Tatuí­’





Gleicy Ellen de A. Domingos

Bárbara Augustinis e Marcos Bueno estabeleceram compromisso de cooperação para ferramenta que visa facilitar ingresso de PCD no mercado

 

A Associação dos Portadores de Deficiência de Tatuí (Apodet) e o site de emprego “PCD Tatuí” firmaram, na quarta-feira, 16, parceira para cadastro de currículo dos cerca de 80 atendidos pela entidade. O encontro foi na sede da associação, à rua Cel. Aureliano de Camargo, 704, centro.

Durante a reunião, a participação da Apodet e a atuação dela junto à plataforma foram definidas. De acordo com Marcos Roberto Bueno, gestor do site, a ONG será a “parceira-mãe” da rede.

“Essa parceira é sadia, pois as duas partes se complementam. A Apodet vem dar corpo ao site e não o contrário. Não é ela quem precisa de nós, a mão é inversa nesse sentido. Nós vamos dar apoio e suporte, como mais uma ferramenta de mídias sociais”, frisa Bueno.

Segundo Bárbara de Augustinis, assistente social da entidade, a associação atenderá também ao público em geral, cadastrando currículos, bem como dando orientação a respeito de comprovação de laudos médicos, imprescindível para o candidato concorrer às vagas.

Destinado a pessoas com deficiência, o PCD Tatuí, realizado com apoio do Sindicato dos Metalúrgicos de Tatuí e Região e da Secretaria da Indústria, Desenvolvimento Econômico e Social, é uma ferramenta que visa à inclusão social.

“O site é público, quem quiser poderá se cadastrar, mas nós (da Apodet), por trabalharmos com esse público e já termos feito postos de trabalhos em empresas, podemos facilitar o ingresso dessas pessoas no site”, acredita Bárbara.

Para a assistente social, as pessoas com deficiência são excluídas pela falta de acesso ao poder executivo e às ONGs. Desta forma, a parceria objetiva inseri-las no mercado de trabalho e incentivar a sociabilização.

Para realizar o cadastro, os interessados devem acessar http://pcdtatui.com.br/, e preencher alguns dados no campo específico do site, tendo a opção de anexar currículo em Word ou PDF. As empresas também poderão registrar as oportunidades em aberto.

As informações do candidato e do contratante são confidenciais, de forma que somente os perfis que se adequarem às vagas disponíveis serão passadas às empresas. A triagem e o contato com os concorrentes são de inteira responsabilidade do contratante.

Conforme o gestor, o PCD Tatuí é uma iniciativa que pretende atender à demanda no mercado de trabalho local, o que, igualmente, facilita o acesso da pessoa com deficiência às indústrias.

“Nós queremos a prática da inclusão social. Existe um programa, existem todos os direitos garantidos para esse público, e nós queremos fazer com que esses direitos sejam respeitados”, ressaltou Bueno.

Para o gestor, a ideia é que a plataforma se torne referência para empresas e candidatos. “Quanto maior o volume de cadastro tiver, mais o site ganha credibilidade e força, e essas informações podem estar concentradas em um só local, facilitando para ambas as partes (empresa e interessado)”.

Além da escassez de vagas no mercado de trabalho para esse público, de acordo com Bárbara, quando há vagas, as empresas procuram pessoas com deficiências leves (não ter um dedo, por exemplo), como forma de evitar adaptações radicais no ambiente.

“Há procura, porém, os contratantes acabam não se adaptando a certos tipos de deficiência. As empresas querem esse candidato, porém, os que possuem deficiência leve. Infelizmente, é assim que funciona”, complementa a assistente social.

Apesar disso, a divulgação do projeto como um promovedor de responsabilidade social, segundo Bárbara, pode mudar a realidade. Bueno também vê a plataforma com otimismo e espera que sirva de exemplo para outras regiões.

“Torço para que os agentes de cada município se sensibilizem e sigam o modelo. Hoje, eu não consigo atender outros locais com o PCD Tatuí, pois nós entendemos toda a particularidade desse público (dificuldade de locomoção, por exemplo), e temos de respeitar isso”, ponderou.

Disponível para acesso há três meses, o site ainda não recebeu oportunidades de trabalho. Porém, conforme Bueno, os trâmites para esse processo já estão em andamento.

Cento e cinquenta indústrias estão presentes em Tatuí e, para o gestor, o objetivo é alcançar 70% dessas empresas como parceiras.

“Hoje, para a empresa contratar o deficiente, ela tem que recorrer a banco de dados como o PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador), a Apodet ou buscar assessorias, o que é caro”.

“O site não tem fins lucrativos e nem ajuda de custo. A única coisa que queremos da empresa é que elas sejam parceiras, porque, sem vagas, não adianta ter 50 mil currículos”, observou Bueno.

Estatística PCD

Além de atender ao campo de trabalho, de acordo com Bueno, é por meio das informações registradas na rede que será possível mapear a quantidade de deficientes no município, onde há maior concentração deles e quais suas necessidades.

“Em segundo plano, nosso intuito é fazer um mapeamento do censo desse público, junto ao secretário da Indústria (Márcio Fernandes de Oliveira) e, com isso criar, políticas públicas voltadas para essa comunidade”, esclarece o gestor.

Ainda conforme Bueno, o cruzamento dessas informações é de extrema importância para a melhoria ou implantação de transporte acessível, como também a qualificação profissional adequada a esse público.