Adiamento em cirurgias causou protestos em frente í  Sta. Casa





Amanda Mageste

Familiares de idosa internada protestaram contra cancelamento levantando cartazes na frente de hospital

 

Familiares de Joaquina Rodrigues Valêncio protestaram, na tarde de quinta-feira, 13, em frente à Santa Casa de Misericórdia. Eles se diziam indignados com o adiamento de cirurgias.

Izilda de Fátima Valêncio Silva, filha de Joaquina, protestou sobre a falta de material para realizar a cirurgia da mãe e, segundo ela, de outras sete pessoas.

A paciente quebrou o fêmur e estava internada desde sábado, com cirurgia marcada para terça-feira, 11. Mas, momentos antes da operação, os familiares foram informados de que não seria possível realizar o processo.

A provedora do hospital, Nanete Walti de Lima, afirmou que várias condições causaram o transtorno.

De acordo com ela, uma das máquinas de lavar havia quebrado. Por consequência, a lavagem das roupas e panos utilizados nos processos cirúrgicos ficou mais lenta.

A máquina autoclave, que esteriliza materiais, também estava danificada e só voltou a funcionar depois de duas horas. Além disso, o caminhão que transportava as próteses que seriam utilizadas na cirurgia de Joaquina também tivera problema e demorou para chegar à Santa Casa.

Segundo Nanete, algumas cirurgias foram adiadas porque, com a falta dos materiais, “não deu para operar ninguém, pois o risco de contrair infecções, sem a esterilização, era muito elevado”.

Ela afirmou que, para os casos de urgência, não houve problema, pois sempre há instrumentos e panos separados para a situação.

Cecília Valêncio, outra filha da paciente, mostrou-se preocupada em relação à idade da mãe: “Ela tem 90 anos, não tem condição de esperar mais esse tempo. Esperamos que alguém tome uma providência”.

“Estamos desde ontem esperando uma solução, nos disseram que dariam um jeito e ela seria operada hoje, mas, agora, vieram falar que será só na terça-feira mesmo”, finalizou Cecília.

A provedora informou que havia tomado todas as providências para que a operação ocorresse na quinta-feira, mas o médico “não pôde vir à cidade”, pois estava trabalhando em outro local no momento. Ele atende em Tatuí somente às terças e quartas.

Houve a possibilidade de transferência, mas a família não aceitou. A provedora do hospital também achou a possibilidade difícil, pois em qualquer lugar que ela fosse teria passado por novos exames e a demora seria a mesma.

Izilda afirmou que a mãe “está cheia de bolhas por conta de ficar deitada, com a respiração diferente, problema de falta de ar e, também, com catarro, por conta de ficar dias na mesma posição. Agora, vai ficar mais cinco dias para fazer a cirurgia”, lamentou Izilda.

Nanete garantiu que a paciente estava sendo bem tratada no hospital, recebendo toda a medicação indicada pelo médico.

Outra filha de Joaquina, Ana de Lourdes Miranda, ressaltou que o protesto fora “totalmente pacífico” e que servira para “chamar atenção das pessoas e para tentar ajudar a melhorar a saúde de toda a população”.