Acidentes têm queda de 52% nas rodovias

Capitão PM Glauco César Costa de Oliveira comandante da 3ª Companhia (foto: Diléa Silva)
Da reportagem

O 5º Batalhão de Polícia Rodoviária (5ºBPRv), por meio da 3ª Companhia, que atua nas cidades da região de Tatuí, Botucatu e Avaré, alinhado aos programas Respeito à Vida e Redução de Acidentes de Trânsito e Segurança Viária 2011-2020 – instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas), conseguiu reduzir os índices de fatalidades nas rodovias da região.

De acordo com o comandante capitão PM Glauco César Costa de Oliveira, a unidade intensificou o policiamento nas rodovias em 2019, resultando em queda no número de acidentes e aumento nas fiscalizações.

Conforme levantamento divulgado pela PMR, nas rodovias Castello Branco, Marechal Rondon, Antônio Romano Schincariol e João Melão, o crescimento do número de condutores flagrados sob o efeito de álcool e outras substâncias, durante o ano de 2019, foi de 29% em comparação a 2018.

O número refletiu na diminuição de 24% nas ocorrências de crime de trânsito por embriaguez ao volante e atenuou os indicadores de condutores embriagados que se envolveram em acidentes, ocasionado a diminuição de 52% nas fatalidades de trânsito.

O levantamento mostra que, de janeiro a dezembro, foram realizados mais de 26 mil testes de etilômetro, culminando em mais de 189 condutores flagrados sob efeito de álcool ou outras substâncias psicoativas, que determinam dependência.

Oliveira ressalta que o principal foco da PMR é a redução dos acidentes e de vítimas fatais e aponta que, para chegar ao objetivo, é necessário trabalhar três pilares: educação no trânsito, engenharia e fiscalização. “O que compete à polícia são duas partes: a fiscalização e a educação”, salientou o capitão.

A engenharia de trânsito, segundo o comandante, no caso das rodovias, deve ser feita pelo DER (Departamento de Estradas de Rodagem) e concessionárias que administram as áreas sob concessão.

“Nós analisamos cada acidente, verificamos o que aconteceu, qual foi a causa e o que poderia ser evitado. E aí, quando vê que tem uma questão de engenharia, a gente passa pelo órgão responsável; e quando a gente vê que é um problema de fiscalização, a gente intensifica, para que os condutores não venham a cometer a infração que gerou aquele tipo de acidente”, argumentou.

A educação no trânsito, conforme Oliveira, fica por conta das reportagens feitas nos veículos de comunicação, das campanhas educativas da PMR e de programas como a “Rodovia Mirim” – projeto social voltado a crianças.

“O projeto Rodovia Mirim é um dos principais. Com ele, apresentamos uma minirrodovia aos alunos e trazemos noções para os futuros condutores sobre as questões de educação no trânsito, entre outras, que podem ser passadas dos filhos para os pais”, comentou o capitão.

“Por último – e não menos importante -, temos a questão da fiscalização. Nós iremos autuar usando todas as infrações. Aliás, a nossa competência é fazer isso. Contudo, o nosso foco são as que realmente mais causam o acidente”, completou.

Segundo ele, as principais infrações registradas nas rodovias administradas pela 3ª Companhia da PMR, são ultrapassagem em local proibido, excesso de velocidade, falta do uso do cinto de segurança, embriaguez ao volante e uso de celular na direção.

“Essas são as infrações que mais causam vítimas fatais. Ainda com as motocicletas, a mais comum é o uso do corredor. Infelizmente, o corredor é permitido no Código de Trânsito, porém, cabe infração, e a gente vai dar autuação pela distância lateral, que tem que ser de, no mínimo, 1,5 metro”, acrescentou o comandante.

O capitão destaca que, mesmo com o aumento populacional e com um tráfego maior, houve redução significativa nos números de acidentes nos últimos oito anos (2011 a 2019). Com isso, cerca de 140 pessoas foram poupadas das mortes por acidentes.

O comandante salienta que as estatísticas registradas pelos órgãos responsáveis pelo trânsito mostram que a maioria dos acidentes é causada por falha humana, assim como as mortes, na maior parte causadas por falta de dispositivos de segurança.

“É muito comum ver carros com excesso de passageiros nas estradas. O motorista, por algum motivo, enche o carro e, aí, um ou dois vão estar sem cinto. Para completar, acaba colocando a criança no colo, o que é muito perigoso. Em um possível acidente ou em uma freada brusca, essas pessoas podem ser arremessadas para fora do veículo”, exemplificou.

“O ser humano é engraçado. Por exemplo, o cara que está fazendo uma obra vai levar um vidro com todo cuidado, amarra, coloca plástico bolha e outras coisa para proteger, mas o filho dele pode ir ao colo. Quer dizer, não tem coerência. Então, cabe a nós fiscalizarmos e cobrarmos mesmo. Esse é o papel da polícia, com o objetivo de preservar a vida”, completou.

Para 2020, segundo o capitão, o objetivo é buscar nova redução nos índices de acidentes. Meta estipulada pelo ONU, por meio do programa Redução de Acidentes de Trânsito e Segurança Viária, em 2011, orienta a queda de pelo menos 1% a cada ano, principalmente nos acidentes com vítimas fatais.

A Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011-2020 foi lançada em maio de 2011. Por meio do programa, governos de todo o mundo comprometem-se a tomar novas medidas para prevenir os acidentes no trânsito, que matam cerca de 1,25 milhão de pessoas por ano.

“Estamos conseguindo fazer essa redução, e este é o último ano da década para fazer o planejamento ser cumprido. Graças a Deus, começamos com bons indicadores, por causa da fiscalização mais intensa. Lógico que traz mais desgastes efetivos, o policial tem que trabalhar mais. Mas, em compensação, trabalhamos de uma forma preventiva”, concluiu o capitão.