90% estão imunizados contra febre amarela

(gráfico: LabCen Laboratório)

A VE (Vigilância Epidemiológica), da Secretaria Municipal de Saúde, aponta que 90% dos moradores de Tatuí estão imunizados contra o vírus da febre amarela. Segundo a enfermeira Elis Diniz, por ser área de recomendação vacinal, a cidade já realizou duas campanhas de imunização em massa.

A primeira delas em 2009, como medida preventiva e em decorrência de encontro de um macaco. Conforme a enfermeira, na época, houve registro de um primata localizado morto no município. Elis explicou que o animal não havia entrado em óbito em decorrência de contaminação por febre amarela.

De acordo com a enfermeira, na época, a Secretaria de Estado da Saúde determinou vacinação em massa também em função de suspeitas de casos na região de Tatuí. Naquele ano, um jovem de 20 anos morreu com os sintomas da doença, depois de ter tomado a vacina, na cidade de Botucatu.

Por conta da presença de macacos na região, a cidade passou a fazer parte de área de recomendação vacinal. “Contudo, nunca tivemos um caso positivo”, destacou Elis.

A enfermeira conta que a primeira campanha em massa atingiu “a cidade inteira”. Elis também reforça que a imunização é realizada durante todo o ano, por fazer parte do calendário vacinal. “Todos têm que ter a vacina”, enfatizou.

Como a vacina está disponível de janeiro a dezembro, a enfermeira sustentou não haver motivo para correria aos postos de saúde. As doses são aplicadas nas UBSs (unidades básicas de saúde), durante o horário de atendimento.

Segundo a profissional, os tatuianos não precisam lotar as salas de vacina por dois motivos: o primeiro por não haver registro de casos na cidade; o segundo, porque as doses continuam disponíveis para a população. “Não precisa haver uma aglomeração por conta de uma preocupação”, argumentou.

A campanha mais recente de vacinação em massa aconteceu no ano passado. Elis conta que, em 2017, a secretaria contabilizou 7.208 doses aplicadas. “Houve uma grande procura pela população e nós, novamente, vacinamos todos que nos procuraram. Hoje, temos 90% da população vacinada”.

Neste mês, novos lotes de vacinas foram utilizados. No entanto, os números de doses aplicadas não puderam ser divulgados em parcial. A enfermeira disse que a secretaria só faz a contagem após o encerramento de cada mês.

Entretanto, ela informa que a procura pela vacina nos postos de saúde aumentou em janeiro. Segundo a enfermeira, a busca está ligada às notícias sobre a doença.

No país, o Ministério da Saúde contabilizou 381 casos humanos notificados em janeiro. Os dados são do boletim de monitoramento do período sazonal, disponível na internet, e consultado na manhã de quinta-feira, 11, pela reportagem.

“Nós tivemos um aumento, sim. Inclusive, as equipes de algumas unidades de saúde nos ligaram pedindo mais doses de vacina, para disponibilizar a população”, relatou.

Conforme a enfermeira, a maioria das pessoas que busca a imunização já a recebeu. Ela disse que há muita confusão por parte dos munícipes no que diz respeito à vacina. “As pessoas não entendem que quem já tem a dose não precisa mais se preocupar. Mas, elas estão indo nos postos para tomar ‘a outra’”, apontou.

A outra dose, no caso, é a vacina fracionada, anunciada pelo Ministério da Saúde. Esse tipo de dose permite imunização por oito anos e tem 0,1 ml, enquanto que a padrão, de 0,5 ml, tem tempo de duração “para a vida toda”. Em outras palavras, quem tomou a dose padrão não precisa de uma segunda vacina.

Se disponibilizado para Tatuí, o lote fracionado não deve ser recomendado ou ofertado às pessoas que já se vacinaram contra a doença. “Uma dose da vacina convencional é suficiente para a vida toda”, reforçou a enfermeira.

Quem ainda não tomou a vacina, pode procurar a unidade de saúde mais próxima de onde reside. As aplicações acontecem em todos os 11 postos do município. Contudo, a enfermeira explicou que há rodízio. “Há apenas uma ressalva: todos os dias, nós temos de uma a duas unidades aplicando”.

A medida visa evitar desperdício. Elis explicou que, depois de aberta, a vacina dura seis horas. Nesse prazo, se todas as doses não forem aplicadas, precisam ser descartadas.

Para tomar a dose, é preciso apresentar a carteirinha de vacinação. Quem não tem a caderneta precisa, necessariamente, ser imunizado, ainda que já tenha recebido uma aplicação. A enfermeira disse que uma nova aplicação é feita sempre que não houver a possibilidade da comprovação da imunização.

Contraindicação

A vacina é contraindicada para pessoas que têm alergia a ovo, antibiótico eritromicina e gelatina, matérias-primas utilizadas na fabricação do imunizante.

A restrição se estende a pessoas com imunodeficiência resultante de doenças como HIV (vírus da imunodeficiência humana), leucemias e linfomas, ou resultantes de tratamentos com corticoides, quimioterapia ou radioterapia, e disfunção do timo (glândula integrante do sistema imunológico).

O Ministério da Saúde também não indica a vacinação de grávidas e mulheres que estejam amamentando. Pessoas com mais de 60 anos precisam apresentar atestado comprovando boa condição de saúde para a aplicação.